quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Faltam 72 dias!


Houve um tempo em que achei que os dias que estão por vir nunca chegariam. Não pensava com pesar, acho que até nem pensava... Mas a cada amanhecer percebo que talvez, sem isso tudo que se aproxima rapidamente, eu nem sequer seria eu mesma... acordar ao seu lado me faz amar-me todos os dias e ama-lo cada vez mais!

Um dia desses, as voltas com agendamentos de ensaios fotográficos pro casamento, a Leticiah (Fo-Fa!), da Hai Filmes, contratadíssima para registrar em vídeo nossos momentos do grande dia, me perguntou se não gostaríamos de fazer um "Love Story", filmado durante o ensaio, com depoimentos de nós dois acerca da nossa história e do nosso amor.

Achei lindo, mas com certeza (absoluta) não é pra mim. Sou mais do "escrever" do que do "falar", principalmente por que, diante das câmeras, me surge a tal vergonha na cara, essa que muita gente acha que não tenho. Tingiria minhas bochechas de um vermelho que não sei de onde vem e a voz trêmula balbuciaria algumas palavras mal faladas, com aspecto formal e sem a espontaneidade que desejo transparecer em todos os ângulos desse evento.

Enfim, eu disse não pra Letícia... e fiquei pensando como seria... abrir meu coração pra uma câmera. O Noivo, eu sei, falaria sem medo e com os olhos lacrimejantes, quem sabe até em alto e bom som, cantarolando seu amor... Mas eu não sei fazer isso... sei escrever... sei falar no ouvido... sei olhar... e esses dias me peguei olhando pra ele...

Me contava a história de um menino que ao vê-lo dobrando a esquina em sua farda, chamou a avó pra olhar, com os olhos abrilhantados... me senti como o menino. Tão admirada e empolgada com aquela situação que até pensei em mil declarações de amor pra fazer em frente as câmeras... Por que se tem algo que eu falaria quando a Leticiah me perguntasse: "O que você admira nele?"... é isso...

Esse encantamento que ele me causa... não pela farda... mas pela devoção e por esse sonho que ele inspira, em mim e nas crianças. Não que eu queira ser bombeira quando crescer... Hahahaha, de jeito nenhum, já encontrei minha vocação. Mas, de uma forma ou de outra, o bombeiro alimenta fantasias, não só essas de mulheres fogosas, mas também as inocentes de crianças que ainda tem fé no futuro, como eu.

E por falar em futuro... esse que eu nunca imaginei até encontrar... está se saindo um belo sonho realizado, mesmo que nunca o tenha sonhado... É desses sonhos que é tipo "Bombeiro"... vem fardado, dobra a esquina de repente, deixa os olhos abrilhantados e o coração cheio de esperança... feito criança... com um futuro inteiro pela frente além daquele futuro que vem chegando.

(Parece até conto de fadas!) "...e viveram felizes para sempre!" (E não é?)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Meus Pêsames...


Talvez os meus pêsames, o meu pesar, não sejam nada... muito provavelmente, que eu sinta muito, que lamente ou que me amargure nesta impotência perante a fragilidade da vida, não signifique nada mesmo tomando em conta as proporções de sentimentos que dilaceram o coração daqueles que perderam alguém nesta terrível desgraça ocorrida na madrugada deste último domingo.

Mas eu me choquei mesmo assim... Me amargurei até certo ponto, por perceber que a vida é sim muito frágil e que não a nada que realmente possamos fazer. Em um momento estamos ali, festejando uma vitória na vida de uma família... e no momento seguinte foram poucos os que restaram a experimentar a saudade. Não é dó o que sinto... é simplesmente pesar, como se pudesse eu com "meus pêsames" melhorar algo na vida desta menina que ficou, Anelize, que perdeu a mãe, o filho e a irmã de uma vez só.

Digo menina... e não mulher... por que qualquer uma de nós se sentiria órfã, indefesa como uma criança em uma situação como esta. Não há o que se possa dizer neste momento... que "Deus escreve certo por linhas tortas"... que "nada na vida acontece por acaso"... que "eles estão bem onde quer que estejam"... que "estão orando por ti, Anelize, pra que sejas forte"... Um coração de fé, já sabe disso tudo... e muito provavelmente este coração não chore por ignorar a existência de um Deus que hoje abraça essas três pessoas que lhe são queridas... talvez chore de saudades...

O coração e os olhos sofrem pela perda inestimável, pela dor de uma surpresa terrível e por que existe isso chamado saudades, que é algo que aperta a gente por dentro, embrulha o estômago e se acomoda entre as costelas... ela chora... e eu nem posso imaginar o tamanho dessa dor... mas choro também, por consequência das desgraças da vida,  dessas que não entendemos por que acontecem... principalmente por que são de tamanha fatalidade e aparente aleatoriedade, que poderiam acontecer com qualquer um de nós...

Eu sei que coisas assim acontecem todos os dias e que nós nem sequer notamos, bem por que, já fazem parte da rotina dos jornais e dos folhetins noticiar que pessoas são vítimas desta combinação fatal entre álcool e direção... Mas quando é tão perto, quando é ao lado, ainda que não haja intimidade... é impossível não ser tocado... é impossível não se abalar... mas não faz diferença!

Apesar de não fazer diferença... eu sinto muito... sinto muito mesmo! Que Deus ilumine o coração de Anelize, e dos familiares que ficaram... principalmente, que ela tenha forças para lutar pela vida que permaneceu: a dela própria! Que consiga lhes fazer justiça, mostrando ao mundo que a dor e a morte dessas pessoas não foram em vão e que estão certos aqueles que lhe vêem consolar neste momento... "Deus escreve certo por linhas tortas", "Nada acontece por acaso" e "Eles estão orando por ti ao lado de Deus"...

A vida aqui continua... mas lá também... Fiquem em paz todos, neste e no outro mundo!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SEXO NÃO É MAIS TÃO REVOLUCIONÁRIO!


Sempre achei fácil falar de sexo. Essa minha condição de não ter papas na língua e nem criação de juízo sempre me permitiu falar e fazer sexo com tanta facilidade quanto meus hormônios permitiam. E foi desde muito nova, desde o primeiro lamber de beiços alheios, que de um lado minha mãe já me ensinava a colocar camisinha e de outro meu pai já comprava meus anticoncepcionais, querendo acreditar que eram para melhorar o aspecto da acne que tomava conta da minha carinha adolescente.

No fim das contas, eu era só uma menina que, aos 17 anos, foi morar longe de casa pra tentar caminhar com seus próprios passos, ansiosa para mostrar ao mundo que já era mulher. Pensava que era dona de si, fazia o que queria com quem bem entendia da forma e onde gostasse de fazer. Era o meu jeito de enfrentar o mundo e berrar minhas insatisfações, abrindo as pernas na cara da sociedade pra dizer que a boceta era minha, que eu a usaria como bem entendesse e pronto.

Se passasses pela minha cama, saberias apenas que por ora, eu era aquela mocinha rebelde com idéias na cabeça, que não gostava de compartilhar refeições, nem de acordar ao lado de ninguém, quanto mais beijar na boca antes de escovar os dentes: “ECA!”. Curtia viajar para lugares inóspitos com desconhecidos de todos os gêneros e virava a noite e o dia em festas de música eletrônica apaixonando-se por uma ou duas pessoas por final de semana, usando de sexo para gritar: LIBERDADE!

Um dia, acabei achando que “boceta” era uma palavra muito forte... Cansei de enfrentar o mundo dando a cara (ou a bunda) pra bater e percebi que é muito mais eficaz conseguir o que eu quero chegando com jeitinho, expondo meus argumentos, cheirando o cangote de leve ou mesmo apenas sorrindo sinceramente. Dei-me conta que a conchinha com um travesseiro entre os joelhos é a posição ideal para dormir a dois: aquece as costas, aconchega a alma e não prejudica a coluna.

Mas tudo isso por que eu, a contra-senso da mulherada de plantão, encontrei a concha perfeita onde repousar meu corpinho e descobri o tão falado amor. Ele encaixou em mim e ainda por cima me pediu em casamento. Aí eu percebi que lastimar amor e falar de sexo, nu e cru, é batido. Que fazer sexo continua bom demais, que conversar sobre isso (e praticar) é o caminho mais divertido para chegar ao ápice e atingir orgasmos com o parceiro escolhido, mas que não é nem de longe a melhor forma de protestar por nossos ideais. Sexo todo mundo faz.

Se é “ele”: faz (ou não) e vomita por aí, com quem e como foi, nos sórdidos detalhes, como prova de sua imensa virilidade. Se é “ela”: faz, solta a louca culpando o álcool e depois esconde, dissimula, faz um charminho e finge pro próximo candidato que no meio das pernas está seu mais rico tesourinho. Aí, quando o moço termina o serviço, vai embora e não liga no dia seguinte, ela assume a libertinagem e diz que foi aquele canalha qualquer que a fez cair na vida, mais uma vez. Ó mundo cruel esse no qual temos vergonha das nossas vergonhas abandonadas.

Eu tenho vergonha é dessas pessoas que têm praticado sexo como uma forma de curar suas abstinências de amor próprio, compensar suas falhas de conteúdo ou como meio para conseguir algo que não têm conseguido sozinhas: A tal liberdade que só o sucesso da satisfação pessoal pode proporcionar! O que muitas vezes é erroneamente quantificado pela freqüência de atos sexuais, sob ou sobre os lençóis, deixando-as esquecer que quantidade não quer dizer qualidade... (Eu também não me dava conta disso em outros tempos...).

E como já dizia Rita Lee, “Amor é um, Sexo é dois”... Não há nada mais dependente de outrem (Além de nascer!) do que sexo. A melhor forma de adquirir independência e mostrar ao mundo que “você pode!” não é transando com metade da cidade... Com a banalização e essa enorme oferta de sexo grátis e barato por aí, transar não é mais um ato inusitado. Ser revolucionário hoje em dia é ser capaz de amar alguém ou e a si próprio com aquela mesma intensidade que, em uma dada época, amamos honestamente as noites de sexo como se não houvesse amanhã, nos termos das grandes revoluções socioculturais.

Nada contra as revoluções sexuais e muito menos contra sexo, eu compreendo, estou inserida no grupo da tal necessidade fisiológica, e sempre fui uma entusiasta da causa, mas precisamos admitir, atualmente, ser um entusiasta do sexo, não é mais tão revolucionário. Para mudar o mundo egoísta em que vivemos, ou simplesmente o “seu mundo” (Como preferir!), é preciso dedicar algo raro: amor a todos os pequenos atos, em todas as nossas atividades.

O amor pelas coisas belas, o amor por si e pelos seus, o amor sobre todas as coisas, esse sim é que é inovador, é ele quem muda pontos de vista, altera caminhos, cria e desvenda mistérios, nos faz compreender tudo àquilo que é diferente, espontâneo, que é o oposto do que estamos acostumados em nossa rotina naturalmente solitária e individualista nas grandes sociedades mundanas.

É perceptível, os que não aprenderam a se amar e a amar ao próximo, esqueceram-se pelo que estão lutando. Muitos suprimiram suas essências para adotar personagens sedentas em busca de sexo por sexo. Homens e mulheres, ambos desconhecem o verdadeiro potencial amoroso e, consequentemente, revolucionário, que possuem. Vestiram suas carapaças sociais tão preocupados em mostrar ao mundo o quão “fodásticos” e pseudo-revolucionários podem ser no quesito “sexo”, que não perceberam que além do sexo, independente do sexo, antes, depois e durante o sexo, pode e deve haver o amor... Principalmente o amor próprio... O raro e revolucionário amor próprio!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A incompetência do servidor público como fator oneroso ao erário público! (E a crise médica!)


 Quando pensamos em servidores públicos que dão prejuízo ao Estado, logo pensamos em políticos, certo? Porém, coadunando com aquela ideia antiga de que a corrupção deve ser combatida nos pequenos âmbitos, venho defender uma tese que a muito atrapalha-me o sono: o fato de que a morosidade e a negligência do servidor público para com o seu serviço/atividade, também é uma forma de corrupção que muito afeta os cofres públicos.

A exemplo claro: O servidor do INSS que nem sequer olha os documentos que o segurado lhe estende, acessa os dados no sistema que há muito sabemos que é falho e nega o benefício pleiteado, ao qual o segurado tem o direito incontestável. Prova disso são as milhares de ações judiciais propostas todos os dias em face do Instituto Nacional da Seguridade Social, que no ver ver nada assegura, pelo contrário, apenas humilha o segurado o qual deveria ser protegido por ele.

Os peritos que liberam para trabalhar quem está mais arrumadinho e nem sequer se preocupam com as informações dos prontuários... Ou os próprios médicos que atendem displicentemente pacientes da rede pública e se esquecem de que o Estado (ou seja, eu, você, eles), pode ser responsabilizados pelo Benzetacil admnistrado para um paciente alérgico; Ou pelo café com leite na veia do paciente internado, ou mesmo da falta de requisição de exames que, seguindo o protocolo, deveriam ser a primeira fonte de investigação de uma queixa de um paciente.

Falando nisso, nesses tempos de revoltas médicas, fico meio sem saber pra que lado ir, pode não parecer, mas tudo isso tem muito haver. O médico brasileiro, não está satisfeito com o que as oportunidades no serviço público lhes oferecem. Em partes por que a infraestrutura de muitos hospitais é precária... mas muito também por que os médicos não ficam satisfeitos com salários de cerca de R$10 MIL REAIS se tiverem que se deslocar para comarcas do interior ou mesmo pra um bairro distante da região metropolitana de uma capital.

Aí eu me pergunto, meu povo, certo o médico que não quer atender o doente do interior? Ou certo o governo que traz médicos estrangeiros sem revalidação dos diplomas para ocuparem essas vagas remanescentes? Ainda por cima despendendo do nosso dinheiro, dinheiro público para arcar com a vinda desses médicos, pagando por eles diretamente ao governo cubano. Eu realmente não sei responder. O que é evidente, é que de bons samaritanos, ambos os pólos são carentes.

Por óbvio que estamos cansados de ouvir e experienciar casos em que os médicos batem o ponto e vão embora, abandonando atrás de si, rastros e rastros de mortos a espera de um atendimento em hospitais de todo o país, e não somente no interior... Claro que nos indignamos, de ouvir um médico nos dizer que 10 Mil Reais mensais é pouco... entendo que a vida não tem preço e que os médicos devem ser valorizados, mas o doente também merece valorização! ...10 Mil Reais por mês é muita coisa pra muita gente nesse Brasil.. dizer que é pouco chega a ser arrogância...

...Mas todos nós, incluindo os médicos, também estamos cansados de sermos manipulados por um governo lobo em pele de cordeiro...  Mas aí, a vaiarmos os médicos cubanos que vem com a maior boa vontade, também acreditando que podem ajudar? Acorda Brasil... eles também são marionetes na mão do governo Cubano que se apossa da maior parte do dinheiro que estamos investindo em Cuba, "em nome da saúde da população brasileira".

Larga mão... Que os médicos se indignem com políticos que ganham o dobro que eles para foder o país, compreendo... mas aí a querer que os doentes fiquem aguardando na fila até que a vida nesse mundo fique justa pra eles? Eu também ganho muito menos do que gostaria, também passei muito tempo dentro da faculdade e também acho que mereço mais valorização... no entanto, volte e meia me vejo rodeada de gente que precisa muito mais do que eu... e eu acabo não sabendo como cobrar pelo meu serviço como advogada...

Ouvi esses dias, de alguém que admiro, que dinheiro não é tudo na vida... que se uma pessoa precisa dos teus serviços, não é por que ela não pode pagar honorários iniciais que vamos deixá-la sem assistência de seus direitos, já que muitas cidades no Brasil não tem defensoria pública, o que também é uma obrigação do governo... Não estou dizendo que se deve fazer caridade o tempo todo, não sejamos hipócritas, todos nós temos contas para pagar... mas se de cada 10 demandas que patrocinarmos, uma delas for por caridade, não vamos ficar mais pobres por isso, pelo contrário, enriquece a alma!

Quanto aos médicos... acho justo que exijam que as leis brasileiras sejam cumpridas e que se revalidem os diplomas dos médicos estrangeiros que aqui pretendem atuar, concordo que nesse angu tem caroço e que estamos sendo feitos de otários mais uma vez... mas por favor... os meus amigos médicos que me desculpem, mas não venham me dizer que 10 Mil Reais por mês para 40h semanais é muito pouco!

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Parece que foi ontem...


Parece que foi ontem... que o que me transformo hoje e a cada dia que se segue, era algo que eu queria ser quando crescer... não cresci de tamanho, mas de alma cresci um tantão! E ela fica assim se amando com esses meus desejos realizados e com aquele gosto de satisfação...

Parece que foi ontem... que eu colocava a vida dentro de uma(s) mala(s) e me atirava no mundo, só pra enlouquecer vovózinhas e esbranquiçar cabelos de papais...e que me apaixonava e desapaixonava com tanta facilidade quanto trocava de roupa... e que jurava amor eterno pra "desjurar" em um piscar de olhos... 

Parece que foi ontem... que encontrava amizades dentro de garrafas de cerveja nem sempre tão geladas e caminhava pela noite com elas, rindo alto, falando palavrão e elaborando planos mirabolantes de transformar o mundo em um lugar mais bem humorado...

Parece que foi ontem... que me agarrei nos sonhos e abracei eles bem forte pra que não me escapassem pelos dedos... e acreditei que era capaz de fazer tudo que acreditava... Resolvi que faria... os fins justificaram os meios sem necessidades de atitudes maquiavélicas...

Parece que foi ontem que amei, que aceitei, que assumi que no fim das contas nasci pra isso, pra ser feliz... e hoje, acordei com essa vontade de colocar a felicidade em prática! Bem por que, a vida que hoje tenho não me permite sentir de outra forma... E eu tenho certeza, que eu ontem amaria muito o que me transformei quando cresci!

Um bom final de semana à todos! ;)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A vida não segue as normas da ABNT!


A vida não segue as normas da ABNT! Nem tampouco obedece aos bons modos franceses à mesa ou a pontualidade inglesa. A vida é uma coisa louca. Um labirinto infinito cheio de portas e, em regra, a que está no caminho iluminado não será sempre a mais interessante ou a que te levará aos teus objetivos mais rapidamente.

A minha vida, em particular, tem sido um enorme emaranhado de lindos caminhos que se cruzam e se unem me levando ao ponto onde eu queria estar... ou quase... Não estar exatamente lá é um incentivo para continuar a batalha para chegar ao cume, mas muitas vezes é difícil aceitar que a estratégia pode não ter sido  a correta, tampouco pode gerar exatamente o resultado esperado.

Na vida real, na maioria das vezes as coisas podem não sair como planejado. Nós traçamos planos, estabelecemos metas, montamos o cronograma da nossa vidinha com tanto cuidado e deixamos nosso castelinho de cartas impecável...  Mas basta uma delas fora do lugar para todo o resto vir a desmoronar... Eu sei... as cartas representam as expectativas e, dizem por aí que é necessário saber lidar com as frustrações decorrentes das expectativas não atingidas.

Ainda que se tenha certo jogo de cintura e habilidades de improviso... Haverá um momento em que aquela carta lá de cima, a qual era o depósito de expectativas maiores do que o próprio castelo (embora ele seja mais importante), vem ao chão... E nos deixa ali, sem eira nem beira... É preciso aprender a lidar com isso, aprender a improvisar, quebrar alguns protocolos para persistir na jornada, apesar das quedas das cartas (digo e repito à mim mesma).

Se fomos criados para ser massa de manobra, escravos das nossas expectativas, temos hoje o direito de saber que o cabresto que nos colocam para seguir sempre em frente é mais uma arma para nos manter na linha, obedientes, privados das belas paisagens que podem existir ao nosso redor e que sequer percebemos. Uma carta cai, outras ficam e se aglomeram em fila para serem colocadas em seus lugares...

Se não tiras o cabresto continuas sempre obedecendo ordens e seguindo em frente em uma rotina de cartas caídas e de passos que nem sequer escolhestes pra ti. Seguir em frente nem sempre é a melhor opção. Quando falo em persistir na jornada, quero dizer-lhes que muitas vezes, precisamos retroceder, dar uns pulinhos, parar um pouco, virar de ponta cabeça, derrubar o castelo inteiro... analisar todos os ângulos para começar de novo.

Perde-se muito da vida ao seguir sempre em linhas retas. Por que as estradas da vida não são auto-pistas europeias, são caminhos de roça, esburacados, por entre montanhas, cheios de altos e baixos e desvios inesperados. O caminho da vida segue como um rio cheio de pedras, as águas desviam pra lá e pra cá, levando os água-pés das margens com elas, como bem entendem. 

Se segues sempre reto, acabas batendo com a cabeça na pedra e aí, tomara que a cabeça seja mais dura do que parece. Quem segue sempre reto, acaba indo mais devagar do que os outros, por que ao invés de usar a cintura e, como as águas, contornar as pedras do caminho, acaba tendo que empurrá-las pra conseguir passar. O esforço, que parece necessário, é extremamente dispensável.

Não estou criticando quem adota ritmos mais disciplinados que o meu, eu venho aprendendo aos poucos que ter metas e objetivos é necessário e que a paciência é sim uma arte e uma virtude, mas pra mim, é explícita a controvérsia adotada por aquele que peregrina em linha reta, achando que é o caminho mais curto segundo as lógicas matemáticas, mas que se esquece que a vida não é um teorema. É preciso aprender a improvisar, mesmo com a queda dos castelos!

Embora pareça, alterar o cronograma ou atrasar-se não é de um todo ruim. Atrasar a rotina as vezes pode te possibilitar encontrar no caminho pessoas diferentes daquelas que pegam o mesmo ônibus todos os dias, descem sempre no mesmo ponto, com as mesmas caras de falta de novidade. Se você ficar um pouco mais e pegar a hora do rush, corre o risco de aproveitar melhor alguém que está sentado ao seu lado no café... ou no banco do carro.

É preciso abrir os olhos, espiar pela fechadura de todas as portas antes de seguir o protocolo e permanecer em linha reta apenas lamentando o que já se foi. Ao adentrar uma porta sempre existirão inúmeras outras que estaremos deixando pra trás. Aí, se você segue o caminho tracejado sempre na mesma direção, corre um grande risco de estar se abstendo de portas muito mais coloridas do que aquela que estava bem na sua frente e que você abriu e entrou sem olhar pros lados...

Agora, se você já entrou e criou expectativas, ordenou as suas cartas, não olhe pra trás, vamos fazer desta a melhor porta de todas, e aprender a lidar com as expectativas frustradas... Tudo bem... afinal... estamos sempre criando novas mesmo, o castelinho de cartas é infinito! Li em um livro infantil uma vez e nunca esqueci que, "tudo está bem quando acaba bem... se não está bem é por que ainda não acabou"! Certo?

terça-feira, 25 de junho de 2013

Me calei!


Me calei, durante estes últimos acontecimentos, tentando compreender o que significa esta luta. Bem por que toda a negociação política, o envolvimento partidário e consequentemente, o jogo de interesses que abarca toda essa movimentação social, que como um vírus dominou o país, exige uma compreensão extremamente complexa da situação histórico-política brasileira e ainda, remelexo na cintura pra sacar o que é real e o que é pura manipulação.

Agora me ponho a falar mesmo sem compreensão total dos fatos, já que ficar calada não é muito do meu feitio. Primeiro por que receio ter que contar-lhes que as manipulações por detrás dessas manifestações e reações midiáticas são muito maiores do que podemos supor. Segundo, por que ainda não achei um objetivo comum palpável entre os diversos grupos que erguem suas bandeiras com ou sem representações partidárias. Mas vamos lá, vamos às ruas... Vocês sabem o por quê? Saúde, educação, salário mínimo, PEC 37, "cura gay"... São inúmeras insatisfações e barbaridades que acontecem lá em cima o tempo todo... eu sei, temos motivo para protesto... mas...

Os apartidários me chocam por quererem fazer alterações e melhorias políticas sem se politizar...Como alterar a estrutura política do Brasil sem se envolver com política? E os com partido me colocam pulgas atrás da orelha... podem me dizer que talvez não seja oportunismo, talvez seja a liberdade de expressão de cidadãos com ideologias em comum, mas compreendo as desconfianças do povo brasileiro já que todos os partidos têm se aliado uns aos outros, sem que sigam os mesmos princípios ou tenham os mesmos ideais, isso tudo para conseguir chegar ao poder... O que eu também compreendo... afinal, a movimentação da máquina estatal não se faz com uma pessoa só. Se assim fosse, seriam apenas murros em ponta de faca... Mas não são?

Felizmente ou infelizmente, os três poderes são dependentes entre si... o que não podemos permitir é que essa dependência se acabe e que acabemos em uma ditadura organizacional! Como por exemplo o legislativo querendo ser a última voz com relação a Constitucionalidade de leis que ele mesmo criou, em detrimento do STF! Ou o legislativo querendo retirar o poder do Ministério Público de investigar. Eu sei, constitucionalmente o MP já não tem este poder, mas querer burocratizar a chance que o órgão tem de investigar antes de denunciar é extremamente desnecessário. Querem calar o MP? É óbvio!

A PEC 37 é uma tentativa de amarrar as pernas e os braços de um dos únicos órgãos independentes que temos fazendo algo pelo país. É condicionar as denúncias do MP à boa vontade da Polícia Federal ou Civil, que, como bem sabemos, avançam em suas investigações lenta e vagarosamente, na maioria das vezes. O MP ficaria ali... sentado... esperando que se traga um inquérito policial com indícios suficientes para uma denúncia... seria realmente muito cômodo para os ladrões engravatados... bem por que, a polícia Federal é subordinada ao Governo Federal... e a Polícia Civil subordinada ao governo de cada estado... Quem dará a ordem para que se investigue antes que a porca torça o rabo quando o rabo é o dos chefes e de seus comparsas?

Ninguém! A autonomia da polícia está limitada ao autoritarismo dos governantes. Sabemos, por vivência própria, que não há liberdade de expressão no que tange a necessidade do contingente militar expressar sua insatisfação contra o sistema a que são submetidos. No militarismo não existe direito de greve e até mesmo falar mal do governador é considerado insubordinação. O que nos salvará se as polícias subordinadas aos governantes forem os únicos responsáveis por investigá-los? Nem mesmo o Chapolin Colorado!

De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Leal, 99% da categoria é contrária a PEC 37. Ressalto que o próprio presidente do Sindipol - DF (Sindicato dos Policiais Federais do Distrito Federal), Flávio Werneck, alertou para o fato de que nos últimos cinco anos, todos os presos pela PF por crimes de corrupção estão soltos. (Vide Jus Brasil)... Se os próprios policiais à quem se dá competência exclusiva de investigação são contra a referida proposta de emenda constitucional, por que nós teríamos de ser?

E agora mais essa, a Presidenta propondo "Constituinte Exclusiva"... Oooo God, plis! O que significa isso? Só se alterou a Constituição Federal até agora em momentos de alteração de regime político social... Das duas, uma, ou entraremos novamente no período das sombras através de um golpe muito bem executado, ou o que a Presidenta está propondo se chama PEC, mais uma PEC... pura e simplesmente... PEC! Pobre Constituição Federal, remendada mal e porcamente quando nossos maiores problemas nem são as Leis. O problema maior é a falta de eficácia das palavras que as compõe!

No fim das contas, a culpa é sua, é minha, é nossa! Seria pura demagogia e desnecessariamente repetitivo dizer-lhes que esta luta é contra nós mesmos, que precisamos ser honestos em nossos pequenos âmbitos sociais para alcançar e exigir honestidade por parte de nossos representantes. Sim, seria. Mas eu lhes digo mais uma vez... estou cansada da corrupção e da desinformação... seja aqui na Praça Rui Barbosa, quando tenho que brigar com os motoristas e com o policial estátua que observa tudo inerte enquanto eu luto para atravessar a rua na faixa de pedestres, mesmo com o sinal aberto para mim (pasmem!)... Seja no Senado Federal.

Há quem diga que o que nos falta é educação. Acho que eu até concordo, mas antes de ganharmos o direito a uma educação de qualidade, nas escolas e em casa, já que uma falta de educação deriva da outra e vice e versa... o que precisamos é de uma reforma política! Mas uma de verdade, dessas que balançam o planeta, que retiram os privilégios dos políticos e passam a tratar os representantes do povo como o que eles são, porta vozes das necessidades dos cidadãos e não cidadãos privilegiados! 

Uma forte proposta foi elaborada há cerca de cinco meses pelo Conselho Federal da OAB em parceria com várias entidades, "após várias reuniões e audiências públicas envolvendo uma série de movimentos sociais, tem três temas principais: a defesa do financiamento democrático das campanhas, para que os candidatos ingressem ou permaneçam na política sem que tenham que se submeter a financiamentos espúrios por parte de empresas; do voto transparente e da liberdade de expressão na Internet." (Vide Jus Brasil) Será que resolve ao menos uma parte dos nossos problemas se evitarmos os rabos presos desde o período eleitoral?

Enfim, não vim fazer-lhes considerações espetaculares... nem dar sermões coerentes... nem tampouco pra contar-lhes novidade alguma já que estamos carecas de saber de tudo isso que aí está... vim apenas pedir-lhes novamente que se informem, que filtrem as informações e que lembrem-se sempre que "Transformar essa nossa batalha épica em uma briguinha de partidos políticos é subestimar demais o poder de fogo que o povo tem"... Sou a favor sim de irmos às ruas... mas para lutar pelos interesses de uma nação inteira precisamos primeiro saber como queremos que essa nação se pareça e agir condizentemente com nossos anseios... 

O meu maior anseio agora (Além da minha casa e do meu casamento! \o/...mas isso não importa pra vocês! Rá!) é de que continuemos acordados, podemos não saber aonde queremos chegar... mas acordados damos um tanto mais de trabalho para esses políticos que por tanto tempo ficaram apenas esquentando cadeiras e andando de avião com o nosso dinheiro... acho que a dor de cabeça que demos à eles já terá sido válida se ao menos aumentarmos o nosso contingente pensante, mesmo que saibamos que alguns sempre vão desejar apenas uma bela foto no Instagram... ACORDA BRASIL!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O dia do amor no país do ódio!


12 de Junho, dia dos namorados e embora eu tenha tido um belo despertar e os morangos já estejam comprados para uma doce finalização à este dia, não vim aqui pra falar de amor, vim pra falar do ódio despertado pelo monstro da ignorância e do medo! Eu não estava em São Paulo, não participei nos últimos tempos de nenhuma manifestação importante... mas estou aqui para convocá-los. Eu estou cansada da política do pão e circo. Sei que é menos cômodo, mas vamos ter que nos levantar do sofá.

Pela primeira vez em muitas décadas vimos uma reação pública tão grande como estas do ato público que dominou São Paulo na última semana após o aumento da tarifa para R$3,20. No entanto, depois das barbáries ocorridas ontem durante as manifestações na capital paulista, não sei mais onde vamos parar se ficarmos aqui sentados, assistindo novela.

Pra quem não sabe, a polícia agrediu os manifestantes indiscriminadamente, mulheres, idosos e até crianças acabaram envolvidas no tumulto. No entanto, a nossa querida mídia insiste em omitir as verdadeiras informações, pintando com monstruosidade a cara de muitos militantes que foram presos injustamente, incluindo jornalistas que estavam ali apenas para cobrir os acontecimentos.

E agora? O que fazer?  Não se faz revolução sem se incomodar e sem incomodar alguém!ACORDA BRASIL!

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Engole e cospe! ou Ignorância: doença comum da sociedade contemporânea.



Cospe ou engole? Engole e depois cospe. Se antes a falta de acesso a informação era a justificativa da ignorância popular, hoje o oposto se mostra. A avalanche de informações que nos chega inunda as barreiras da mente e vaza pela boca e pelas pontas dos dedos. A informação mal mastigada e mal digerida é cuspida corpo a fora como num ímpeto de uma pseudo-revolta.

"Pseudo" por que é a popular revolta do sofá e das redes sociais. Do tipo que não invade a rotina do sujeito. Ao movimentar a cadeira giratória e dar as costas para a telinha, o pseudo-revoltoso adentra a sua rasa realidade e nos churrascos com os amigos não quer nem saber de falar de política, de reclamar do governo ou de buscar alternativas para suas pseudo-insatisfações com o Brasil.

Em primeiro lugar, por que se resolvesse aprofundar-se no tema, lembraria-se que não leu nada mais do que a manchete do jornal e engoliu sem piscar o conteúdo daquele site que não lembra o nome. Alguém disse por aí, está na moda criticar o governo. Ele repete. Talvez até pensem que ele sabe do que fala. E repitam, e repitam, até que aos montes estejamos mugindo a mesma manchete furada de jornal de quinta.

Segundo, por que dá trabalho ler a matéria além das letras garrafais, pesquisar as fontes, verificar a veracidade das informações. Há muito já somos acostumados a engolir meias-verdades e agora... estamos aprendendo bem a cospí-las da mesma forma. Sem prestar atenção que meias verdades podem ser interpretadas com a mesma eficácia de chinelos de dedo contra o frio.

Por exemplo? Auxílio-reclusão, Bolsa-Crack, Bolsa-prostituição... você sabe o que tudo isso significa? Eu explico em poucas palavras, já que se forem muitas, não serão lidas. Não que eu seja uma expert, mas eu costumo ler a matéria até o final.

O Auxílio-Reclusão é um benefício de natureza previdenciária devido aos dependentes do segurado recolhido preso durante o período que este estiver em regime fechado ou semi-aberto, ou seja, obviamente, sem condições de trabalhar para garantir o sustento dos filhos que não guardam culpa alguma pela atitude de seu genitor.

Além disso, para concessão do benefício aos dependentes, o recluso deverá, no momento da reclusão ser possuidor da chamada qualidade de segurado, ou seja, ser contribuinte do INSS ou ter sido em período de até um ou dois anos anterior a reclusão. Significa que este sujeito não foi sempre um "meliante" e sim, um trabalhador que cometeu um crime, sabe-se lá por que motivo.

E, pra finalizar os requisitos do Auxílio-reclusão, o salário de contribuição do segurado deverá ser igual ou menor que R$971,78 (Tabela do INSS 2013). Aí eu ouço por aí sujeito dizendo que "O salário mínimo subiu pra R$678 e o Auxílio-preso subiu pra R$971,78" Que absurdo!

...Oi? Queridos, o salário-de-contribuição máximo para o recebimento do benefício é que subiu o salário de benefício continua sendo a média aritmética dos 80% maiores salários-de-contribuição do segurado desde Julho de 1994 (regrinha fácil da previdência social que você pode decorar pois vai servir pra sua aposentadoria).

Ou seja, em palavras chulas,  se o salário do meliante antes de ser preso for de um salário mínimo como o salário que ele recebeu em toda a sua vida, o salário de benefício do auxílio-reclusão a que seus filhos e esposa (Não o detento!) terão direito vai acabar sendo de um salário mínimo mesmo... entendeu? (Se não entendeu vai pesquisar sobre isso antes de falar merda, por favor!)

Vamos para o próximo. Bolsa Crack. Bem sabemos, que além da ignorância, acoplado a ela, nossa sociedade foi atingida pelo vírus da necessidade de alienação (você que não usa crack mas "engole e cospe" também deve ter sido afetado por esse vírus!). Os que recorrem ao crack para alienar-se não são mais um problema apenas de si mesmos... são um problema social.

Se você for espertinho, vai perceber que o cara a quem você agora nega ajuda vai acabar batendo na sua porta! E você aí, criticando o "Bolsa Crack", achando que é só o cara ir lá, fumar uma pedrinha e pronto, R$1350 no bolso pra gastar em mais pedrinhas, UHUL! Não. Não é assim. Se tivesse se informado, saberia que essa verba é destinada à família do usuário para ajudar a custear o tratamento em clínicas particulares, para aqueles que já obtiveram insucesso na rede pública...

... só no ESTADO DE SÃO PAULO! Isso mesmo, você do Acre, para de reclamar e encher o saco dos outros com sua crise cuspideira de asneiras! E ainda que você viva em São Paulo... pra você, que quer beber uma cervejinha na Augusta ou ler um livro tranquilo em um banquinho na Praça da Sé, o crack não é um problema que deva ser resolvido? Não te incomoda viver atrás de grades e refém do medo? Ah tá bom... então senta lá pra ver!

E o Bolsa-prostituição... quem inventou essa merda? A única fonte referência que encontrei foi um jornal on-line famoso por manchetes extravagantes de brincadeirinha, pura comédia. E nenhum outro site que reproduziu a baboseira se deu ao trabalho de ir verificar se existe mesmo este projeto de lei. O site do Senado está lá... e ninguém foi verificar?... pois bem... não preciso falar mais nada!

A verdade verdadeira é que vocês são tão alienados quanto o nóia que se afundou no crack e levou a família inteira pro buraco. Se vendem tão barato pra essas informações vazias de verdades quanto a prostituta adolescente de Pernambuco. Ela pelo menos levantou a bunda da cadeira pra dar um jeito de ter o que comer.

E se vocês fossem herdeiros de uma família de baixa renda, se estudassem em colégio público e tivessem o infortúnio de ter nascido em uma casa em que o pai trabalhasse o dia inteiro no caixa de um supermercado e acabasse tendo que fazer bico no crime pra sustentar a casa? E se ele fosse preso? Você acharia ruim que o governo lhe garantisse sustento enquanto o degenerado do seu pai não se regenera?

Que culpa teria você de não ter nascido com a bunda pra lua? Seria melhor que ficasse mesmo sem auxílio-reclusão, sem sustento, sem apoio nenhum. Talvez fosse melhor alienar-se no crack ou vender-se nas ruas. Talvez fosse mais digno do que compactuar com um governo que adota os princípios de um Estado Solidário, onde todos devem ser responsáveis por fazer a sua parte à evolução e sustento da nação.

Eu sei, eu também não estou satisfeita com o feed-back do Estado. Também fico indignada com as malas voando cheia de dólares e com as verbas dos nossos impostos que vão pelo ralo. Mas ao contrário de vocês estou tentando digerir as informações pra que elas desçam mais redondas e se acomodem melhor no estômago enquanto não consigo bolar um plano decente pra recuperar esta nação.

Transformar a nossa batalha épica por um mundo melhor em uma briguinha de partidos políticos é menosprezar demais o poder de fogo que o povo tem. Engole, mas não cospe agora não. Se você mastiga e digere bem, depois consegue coisa bem melhor pra jogar no ventilador. ACORDA BRASIL!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

"...que tudo fique azul..."



Dia 9 de Maio de 2013, hoje era eu quem deveria acordar primeiro, te preparar o café, juntar algumas guloseimas e trazer-te a bandeja na cama. Mas é tão quentinho e aconchegante em teus braços que me acomodo na conchinha do teu corpo e com os olhos entreabertos resolvo descansar as pálpebras mais uns instantes.

Ao despertar do segundo soneca, nós invertemos a posição, vira pra lá que eu te abraço, te cheiro o cangote e te dou uns beijinhos... "Parabéns meu amor, é seu aniversário!"... você murmura algumas palavras que eu não consigo entender, sorri, puxa meu braço junto ao teu peito pra que eu te abrace mais forte e cai no sono novamente.

Eu vou pro banho... e ao retornar ao quarto você ainda está lá, feito pacotinho enrolado nas cobertas... o cheirinho que te dou pra te acordar de vez, fecha com chave de ouro o nosso ritual matinal. Pra contradizer todas aqueles indicadores de que a convivência e a rotina tornam o relacionamento monótono e indiferente, esse nosso protocolo diário é uma, das nossas muitas coisas, que alegram meu dia logo cedo!

Pra mim, é tão fácil te amar! Tão fácil que penso já ter aprendido isso algumas vidas atrás... não faz nem dois anos que você entrou pela porta do meu país das maravilhas, e já vencemos tantas coisas juntos que parece mais de um século de criação evolutiva, pra trás e pra frente... As nossas expectativas e os nossos planos para o futuro são o que mais me faz acreditar na longevidade desse nosso relacionamento tão lindo... de amor e de amizade!

E hoje, que é o seu dia... não sei bem à quem agradecer... se ao teu pai e tua mãe, que a 30 anos e 9 meses atrás estavam fazendo você... se à Deus, que decidiu te colocar de volta no mundo... Se à vida que me encaminhou até aqui e me fez te encontrar... ou à ti mesmo que és assim tão meu e tão perfeito pra mim... Só sei que tenho muito à agradecer!

Um dia, vou conseguir demonstrar tudo isso que eu sinto e que é tão difícil de explicar... por ora, eu vou é te abraçar forte pro resto da vida, te beijar apaixonada, repousar em teus braços sempre que possível e caminhar contigo dia após dia... por que eu sei e você sabe o que programamos pra nós... o mundo é  esplêndido e é nosso! Te amo, MUITO!

Enquanto isso... eu pretendo mesmo te fazer feliz!


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Nos resta o Lalau!


O Jornal da manhã já anuncia as tragédias do dia anterior, a fala da repórter é a mesma de ontem... ela só altera a data, muda o valor do rombo aos cofres públicos e troca o terninho preto por uma camisa Dudalina básica, sem muito brilho... as noticias do dia... da semana... do mês... das últimas décadas...

Ficamos ali, do outro lado da telinha, parecidos com a camisa da repórter... sem brilho, sem fôlego, sem luz no fim do túnel... Um dia descobrimos que compramos (com o dinheiro público, que é nosso!) capas de chuvas para serem usadas em época de secas... No outro usamos o dinheiro da saúde para suprir uma suposta falta de dinheiro para as obras da Copa...

Talvez o futebol seja mais importante do que continuar a busca, nessa sobrevida reservada a 90% de nós, na luta diária do quotidiano, vendendo o almoço pra comprar a janta e rezando por saúde, por que se a tal não fica, nada mais nos resta... nem o futebol.

Em meio a tudo isso, descubro que o STJ rejeitou o pedido contra a decisão que suspendeu a prisão domiciliar do Sr. Nicolau Santos Neto, o famoso Juiz Lalau condenado por ter desviado R$169 milhões das obras de construção do Tribunal Superior do Trabalho de São Paulo.

O Lalau não é só uma piada de mau gosto que escutamos durante meses na telinha da rede esgoto de televisão. O Juiz que nos roubou na cara dura e depois sentou em um cadeira de rodas implorando pra ser preso em casa (mais uma piadinha!), ao contrário do que pensamos é o símbolo de que alguém foi condenado por corrupção neste país...

À nós, resta a esperança de que diante da crise de credibilidade que atinge todas as casas dos poderes públicos do Estado brasileiro, possamos gerar por aí, em meio a multidão revoltosa, mais Nancis Andrighis, ou ao menos mais cidadãos que compreendam o quão importante é enfrentar essa batalha contra a corrupção...

Como eu sempre digo... não só lá no congresso... mas em todos os nossos âmbitos sociais!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Breve análise a PEC 33.



Ao que me consta, em uma rápida análise a PEC 33/2011 e ao voto do relator João Campos de Araújo (Delegado de Polícia - PSDB), a referida proposta de emenda constitucional está querendo submeter ao crivo de deputados (que profissionalmente são veterinários, médicos, cantores, lutadores de boxe, jogadores de futebol, pastores evangélicos, psicólogos e etc...) o poder de veto ou não de pareceres de inconstitucionalidade do STF... 

Segue aqui, em link a PEC na íntegra para que vocês possam reparar nas mudanças e nas justificativas explanadas pelos proponentes, Sr. Nazareno Fonteles e outros, sendo que Fonteles é médico por formação e evangélico por religião, com grande histórico de projetos em tentativa de diminuição das atribuições do pode judiciário.

Sem ofender as outras profissões e sem querer dizer que quem é jurista sempre saberá o que está falando (O Ministro "Toffi" é a prova de que não é verdade!)... Mas o que os senhores deputados entendem de Direito Constitucional para achar que têm direito de vetar as decisões do STF? Separação dos poderes? Pois bem, aqui, em defesa do STF e da validade de suas decisões, venho esclarecer que trata-se de uma remediação à uma série de erros que vêm sendo cometidos pelo nosso legislativo.

Os autores da PEC 33, alegam nas justificativas, que a suprema corte vem sofrendo graves crises de credibilidade... Graves crises de Credibilidade??? Mas me diga, senhor Deputado, a sua casa não têm sofrido deste mal? E o que me diz da Comissão de Constituição e Justiça, a qual aprovou seu projeto? De que mal esta honrada comissão composta de ilustres senhores de credibilidade inquestionável sofre?

As pessoas têm achado que essa aprovação da PEC 33 pelo CCJ tem conexão com o mensalão e o fato já absurdo de que "réus condenados" estão decidindo o futuro do país... Mas eu tenho a impressão de que a vontade incontrolável de vetar as decisões do STF também tem relação com o fato de que o Supremo tem exarado decisões favoráveis a várias "minorias" e alterado o rumo da concessão de direitos à todos, fazendo valer o princípio da igualdade... tão defendido pela nossa Constituição.

...Coisa que não interessa muito as nossas queridas bancadas de classes "favorecidas"... que só se importam com seus próprios interesses e que tentam a qualquer custo vetar os direitos alheios... Debatendo assuntos como o próximo feriado nacional e ignorando os berros que ecoam pelo país contra tantas irregularidades que os três poderes andam cometendo! 

O que fazer? Excluindo a possibilidade de virar atiradora de elite e acertar os miolos de uns tantos calhordas que governam o país com base em dinheiro, ignorando todos os conceitos de democracia, o que fazer? Que cargo eu preciso ocupar pra dar um rumo novo a esse país? Por que a presidência do STF não é mais uma alternativa viável... e a Presidência da República não me parece mais do que uma participação ilustre em um teatro de fantoches! 

Se a megasena também é fraude, acho que vou ter que nascer de novo, desta vez Eike Batista ou Bill Gates! Se é o dinheiro quem manda nesta bagaça quero ver quem vai me impedir de colocar ordem no galinheiro! Enquanto isso, ACORDA BRASIL, é no voto que se muda isso, é conhecendo o candidato e tomando remédio pra memória... por que se tem uma coisa de que somos carentes é exatamente isso: memória.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

PRISÃO NELE!



Rebentou. Chamaram-no João, somente João. Por que era um nome fácil de falar e simples como o barraco em que nasceu. Mas podia muito bem chamar-se Chico em homenagem à um tal de Buarque que muito antes dele nascer já cantara a história do guri. Por que ele nasceu com cara de fome e se identificou com seus 5 irmãos mais velhos, todos com a mesma cara.

No tamanho, também eram quase iguais, bem mirradinhos. O mais velho, nascido cinco anos antes, não era uma parte de metro maior do que João. A mãe sempre dizia que criança que não come não cresce, mas nunca tinha muita coisa no prato, quando tinha. Então era fácil comer tudo, mas era difícil crescer. Todos iguais. De longe não dava nem pra dizer quem era quem.

Nas ruas, ele e os irmãos partilhavam do mesmo sentimento de invisibilidade, mais ainda depois que a mãe se foi e os deixou ali sentados na calçada, órfãos, com cara de fome e ainda por cima invisíveis. A perder eles nada tinham além de uns aos outros e mesmo assim, por pouco tempo, já que um a um os irmãos de João foram se perdendo no mundo.

Pro barraco que morava com a mãe ele não poderia voltar, não tinha como pagar o aluguel. Tentou vender bala no semáforo, mas quando conseguiu juntar seu capital de giro mendigando moedas na praça, descobriu que todos as esquinas da cidade já tinham dono e ele era pequeno demais para brigar por seu espaço. O que conseguiu foi um cantinho escuro e úmido embaixo do viaduto.

Foi um tal de Zé que o acolheu, em troca da estadia nada aconchegante. João lhe prestava certos serviços que o menino não tinha certeza se a mãe aprovaria, ela era evangélica e tudo pra ela era pecado. Mas era o que tinha pra hoje e pros próximos meses que se seguiram: Zé, o viaduto, a cara de fome e a invisibilidade.

Desde muito novo aprendeu que a vida é carrasca. Que a barriga ronca e que as pessoas que passam por ele com suas maletas, com casacos que protegem do frio, tem sérios problemas de audição e de visão, por que não o ouvem e não o veem. Talvez seja o vidro do carro que sempre se fecha quando ele desponta na marginal.

As pessoas não sabiam, mas ele tinha mais medo delas do que elas dele. Afinal de contas, ele não sabia o que elas eram. Pra ele, deviam ter vindo de outro planeta, por que estavam sempre cheias de roupa, comiam sentados em cadeiras, as vezes em uma vitrine... a comida deles tinha um bom aspecto, não deveria ser como a sopa de fubá da mãe dele... mas ele nunca saberia.

O mundo pra ele era visto sempre por detrás do vidro... ele enxergava, mas nunca podia tocar. Era como olhar lá da praia o morro, lá de longe... nessa distância não dava pra saber o que acontecia. E parecia que o lugar onde joão nasceu era um imenso pote de confetes coloridos. Os barracos de tabuas desiguais, amontoados uns aos outros, com suas antenas parabólicas, ao por do sol, é que davam esse efeito. 

Ele pensou que um dia queria saber que gosto confete tem.Queria tanto que ao encontrar uma porta aberta, dentre tantas vitrines lacradas, ouviu o apelo de seu estômago. Aproveitou que era invisível e o vacilo do homem de preto parado na porta, mas não sabia que ao adentrar aquele lugar tão cheiroso e tão cheio de gente, imediatamente perceberiam que ele não era dali.

Enxotado... aos 11 anos de idade ele já conhecia o gosto da humilhação, fosse lá o que significasse isso. Eram muitos gostos estranhos à boca de um menino que não mastigava nem digeria quase nada. A raiva lhe fazia sentir mais homem e foi com esse sentimento dentro de si que achou um saco de confetes na mão de um menino mais magro que ele... 

Pela roupa sem furos e pelos tênis de luzes piscando, supôs que ele teria muito mais do que um único saco de confetes coloridos. Achou que não o faria falta aquele. Empurrou o menino dos pés que brilhavam, a cabeça foi direto ao chão, mas João não se importou. Em meio aos berros de uma senhora ele juntou os confetes e achou que não faria mal se levasse o tênis bonito também.

Desde que ele vira o mar pela primeira vez e sentira as ondas lambendo a ponta de seus dedos, João não sentira uma alegria tão grande. Ele finalmente sabia que confete era melhor que fubá e que os pés do menino que ficou no chão eram quase do mesmo tamanho que os dele.

Falando nele, o menino que foi ao chão não teve a mesma sorte que João no fim das contas teve. Foi só o tempo de João esvaziar o saquinho colorido pra ser condenado à reclusão em uma cela apertada que dividia com uma porção de homens bem parecidos com o Zé do viaduto. Bem mais velhos que ele... bem mais sabidos da vida do que ele. A maioridade penal não existia mais. E ele não tinha chance alguma.

Era o fim da pseudo-vida de João Cara de Fome. Que nasceu sem pedir e desde então apenas desandou na vida. A oportunidade ele nunca teve, a única porta aberta que encontrou foi a do restaurante de onde tinha sido enxotado. Não sabia como as coisas funcionavam. Não conhecia internet nem sabia onde morava Deus. 

Escola ele sabia o que era, e tinha até tentado entrar, diziam que lá tinha comida, mas nunca teve vaga pra ele. Sabia que tinha um tal de Código Penal, por que na hora do julgamento alguém falou que era ele que decidia as coisas, mas pra ele não fazia sentido o que o tal código falava, por que nunca tinha aprendido a ler.

Um dia pareceu-nos que a melhor opção para João era a tal bendita prisão. Que não importava que tamanho ele tinha. Se tinha tamanho pra matar uma criança já tinha tamanho pra ser colocado lá. "Ladrão, Assassino, %*§&#"...Pros algozes de João parecia não importar que ele só queria experimentar o gosto dos confetes coloridos. 

Importa apenas que hajam grades de segurança máxima. Que em cima dos muros hajam cacos de vidro, que a cerca seja elétrica com voltagem suficiente para torrar os menores ditos "infratores" de todos os tamanhos e mantê-los fora do campo de visão. Afinal, são delinquentes. Plenamente responsáveis pelo que fazem. Plenamente responsáveis pela vida que nem queriam ter.

É preciso apenas alertar essas pessoas que não se importam com João nem com as histórias da vida que ele não teve, que é preciso contratar mais pedreiros, engenheiros e construir mais muros, mais prisões, colocar mais grades... a cela de João está cada vez mais apertada... e do jeito que as coisas vão, daqui um tempo teremos mais gente do lado de dentro do que de fora do muro.

João mesmo, só queria experimentar o tal do confete. Conseguiu. Era bom!

terça-feira, 19 de março de 2013

Ciúmes!


Nunca fui dessas mulheres que param o trânsito, o shopping, a praça ou a faculdade para escandalizar de ciúmes. Se sentia ciúmes era sempre uma coisa só minha! Na minha cabeça significava que aquela desconfiança só poderia ter fundamento e que então era melhor deixar aquele relacionamento pra lá de uma vez! 

Sabe, sempre fui daquele tipo que aponta a bonita que passa na rua e diz "Olha essa bunda amor!", "Que peitão!"... Daquelas que houve as histórias de sexo dos amigos e dá risada dos detalhes sórdidos, compartilhando as sacanagens dos meus romances como se fosse um brother contando pra outro a transa da noite passada.

E se ele sentia ciúmes? Só podia estar devendo na praça. Nunca gostei de ninguém controlando meus passos, se me sufocava e me apertava eu escorria pelos dedos, fazia um charme, as vezes ficava até cansar, enjoar da brincadeira... E depois ía embora facilmente como se nada tivesse acontecido.

Mulheres como eu se acham superiores! Sentimos que somos sempre a namorada mais legal da roda, por que ficamos pra tomar cerveja e ouvir as baixarias dos Bolinhas ao invés de ficar com as Luluzinhas mandando mensagem de cinco em cinco minutos. Eu ria das mentiras deslavadas que os amigos contavam para as namoradas aparentemente neuróticas e inseguras... Neura? Isso não era pra mim.

Eu pensava comigo mesma que relacionamento de verdade é aquele em que as duas pessoas são suficientemente maduras pra entender que desejo é algo inevitável e que isso nada interfere no amor que sentem um pelo outro. Sempre preferi saber o que se passa nas sinapses e nos sonhos de quem estava comigo do que ser traída mentalmente sem saber.

E se era assim, estava tudo bem. Aí descobri que amar é uma coisa louca... que o mundo gira de um jeito que não podemos controlar. A gente se apaixona por um cara ciumento, inseguro, cheio de marcas do passado e cicatrizes no coração. Que te liga perguntando "onde você tá" com aquele ar de desconfiança enquanto você está é deitada no sofá na casa do seu pai, de pijama, lendo um romance policial.

O tempo passa, você mostra pra ele que prefere as coisas do tipo "sincero", coloca as cartas na mesa e joga todas as suas verdades na cara dele desde o início... ele percebe que mesmo que doa, mesmo que ele fique vermelho, mesmo que ele não entenda os seus motivos, você vai falar a verdade e fazê-lo entender (pelo menos tentar)... Ele descobre em você justamente aquela parte do amor que não dói. E te mostra o que é amar!

A paixão e o amor, em uma combinação bombástica, nos fazem cegas (não por que não enxergamos, mas por que vemos apenas o que queremos, inclusive quando procuramos chifre em cabeça de cavalo), surdas (por que escutamos apenas nosso coração e nossos instintos mais primitivos), curiosas (por que queremos saber de tudo, o que devemos e o que não devemos saber), carinhosas (de forma que nunca fomos antes), carentes (por que nunca é tempo o suficiente pra ficarmos juntos), friorentas (só pra poder sermos abraçadas e envolvidas naquela conchinha embaixo das cobertas)... Enfim!

Você descobre com ele que não é tão imune assim a sentimentos que antes você julgava bobos demais pra você mesma... não por que emburreceu, mas por que é humana, mulher e apaixonada...

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia da mulher!


Hoje levantei preguiçosa, o relógio despertou mil vezes no soneca... tomei um banho, vesti uma roupinha bem light, (por que hoje é sexta e sexta merece um espírito relax!)... nada de salto alto, sapatilha no pé, blusa larguinha e calça jeans confortável. 

No caminho até o trabalho tive bastante tempo pra me incomodar com dezenas de motoristas que não respeitavam a faixa de pedestres, nem o sinal vermelho... pensei em escrever sobre isso, na falta de respeito, depois respirei fundo e segui em frente... mal sabia eu, que acabaria escrevendo mesmo sobre "respeito".

Cheguei no escritório e fui organizando minhas coisinhas para iniciar a labuta. Pastas pra cá, papelada pra lá, computador ligado, arquivos e CPJ abertos... enfim... o dia começou como outro qualquer. Já eram dois os clientes acumulados na recepção e alguém mais bateu na porta... 

Uma moça desconhecida, procurando por mim, com uma cesta na mão... ou melhor, uma linda caixa de madeira estampada com flores e borboletas. Embrulhada e com um lindo laço arrematando o pacote de celofane que deixava transparecer a tampa semi-aberta por conta das gostosuras que vieram dentro dela.

Eu não lembrei, mas ele lembrou como sempre, hoje é 08 de março, dia da mulher. Tem gente que diz que dia da mulher é todo dia, claro que é, mas li em algum lugar que hoje não é o dia da mulher somente, hoje é o dia de comemorar, relembrar e enfatizar a luta da mulher.

Por que no dia 08 de março? Por que neste dia, em 1857, tecelãs de uma fábrica de Nova York morreram trancafiadas e carbonizadas dentro da fábrica tecido, pelo simples fato de terem solicitado direito iguais aos dos homens, como melhores condições de trabalho e salário.

Enfim, eu sei, esse não é um fato para se comemorar... mas é um fato a ser relembrado e enfatizado, o importante é o que veio depois disso: o reconhecimento e o espaço que nós, mulheres, viemos conquistando pouco a pouco. Que todo dia 08 de março possamos nos lembrar dessas mulheres que entre tantas outras morreram lutando por nós.

E sim, é dia de valorizar a mulher, de respeitar a mulher, mas não só a mulher, é hora de respeitar as minorias (ou a maioria oprimida) daqueles que se sujeitam todos os dias, sem querer, à máxima do dinheiro comprando tudo e todos e às regras sociais impostas desde sempre.

Eu, como mulher, repúdio hoje e sempre qualquer atitude que menospreze a nossa liberdade de ser e fazer o que quisermos, desde que sempre com respeito a liberdade alheia. Viva o direito de não sermos julgadas pelo que temos ou não temos no meio das pernas...Viva a mulher que luta, que batalha, que é autêntica! 

Por favor, acredite mulher, o homem certo não é aquele que te julga pelo tamanho do seu peito ou da sua bunda... nem aquele que te olha torto pelo que você já viveu... O homem que vai te fazer feliz é aquele que se orgulha de teres passado por tudo que passastes e teres te tornado quem és! 

Este homem que um dia vai chegar na tua vida, vai te amar com todos os teus defeitos e TPM´s e ainda por cima, quando você esquecer que dia é hoje ele vai te mandar uma cesta de café da manhã ou flores, pra você perceber o quanto és importante! 

Se não for pra, como eu, ter um desses raros homens, é melhor não ter nenhum! E seguir lutando por nós, por si!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Arranque as pedras dos sapatos!


Vamos já acabar com alguns tabus, quebrar algumas barreiras e arrancar de nossos sapatos as pedras que tanto nos incomodam. O que te incomoda é gordura? É a falta de espaço? A falta de grana? O que te incomoda é aquela pessoa insuportável que você nem sabe o que está fazendo ali? Encaremos os fatos, a vida é realmente curta e a paciência em alguns casos não te faz um virtuoso, te faz alguém que está perdendo segundos valiosos de paz para uma pendenga incômoda que se prolonga a cada dia.

Hoje acordei me incomodando cedo com a falta de respeito que infelizmente reina livre leve e desaforada em nossa sociedade. Chega de sermos feitos de otários. Não estou falando para que não façamos a nossa parte, porém, certas vezes, mesmo que você limpe o seu quadrado, vai aparecer um babaca com os pés sujos atirando lama no ventilador. Nada de aturar isso!

Sim, é preciso entender que existe esse tipo de pessoa no mundo e aprender a lidar com elas, mas não precisamos aceitar que essa gentalha, ou qualquer outro empecilho incômodo, fique a emporcalhar e a tumultuar o nosso lar, o nosso espaço, o nosso nicho diário ou a nossa vida inteira, quando nos enchem de preocupações ou batalhas inúteis.

Se ainda não tomamos as atitudes necessárias para arrancar essas pedras que tanto nos criam calos e bolhas, seja por preguiça, comodismo, dinheiro, ou seja por receio das mudanças que virão, essa é a hora de encarar os medos, jogar água na cara, acordar pra vida e sacudir a poeira que a lama (aquela jogada no ventilador e arremessada por todos os lados) acabou deixando.

Hora da faxina. Vamos pegar aqueles saquinhos plásticos reunidos aos montes na lavanderia, jogar fora os papéis velhos, doar as roupas que não são usadas faz tempo, descartar remédios, hidratantes, comidas e pessoas fora do prazo de validade, eles não servem nem pra embelezar a prateleira. Chega de pedras no sapato. Se elas não forem embora por livre e espontânea vontade, vamos chutá-las já pra longe de nossas vidas!

Ah, e quanto as gordurinhas que queremos eliminar, viva a força de vontade e a minha costureira (que chique, a costureira do meu vestido de noiva! FOFA!) que me enviou esse link com "7 dicas infalíveis para perder peso definitivamente" e, após ler a matéria super legal, achei no mesmo site esse aplicativo da dieta dos pontos, que contém também uma tabela SUUUUPER legal de como contabilizar as calorias ingeridas por dia e controlar seu peso mais facilmente!

Prontinho pessoal, com as pedras fora do sapato e uma boa reeducação alimentar pra deixar o corpinho em dia, alguém nos segure nesse ano que promete ser de grandes realizações! O ano já começou, nada de arrastar o início das mudanças pra depois do carnaval. Hoje é o dia e agora é a hora! Xô pedra no sapato! \o/


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Parem! ...eles se foram!

É impossível não se emocionar com certas situações. Mais de 230 mortos em uma única noite. A maioria jovens, com prováveis futuros promissores pela frente... me coloco no lugar das famílias, dos amigos, da cidade de Santa Maria que hoje padece tristonha, de luto.

A morte é realmente algo que nos comove. É um Adeus a temer, significa que "nunca mais seremos os mesmos aqui na Terra", significa que vai haver uma grande onda de saudade. Mas o que me entristece e enraivece de verdade, uma vez que felizmente não tive ninguém sufocando na boate Kiss neste final de semana, é o oportunismo.

Vi nas redes sociais, o oportunismo de alguns evangélicos radicais, tratando o desastre como um castigo divino pela redenção daquelas pessoas a um suposto diabo, coisa ruim, demônio ou seja lá o nome que dão para o capeta. Vi o oportunismo de alguns que "sobreviveram" (viram de longe), aparecendo nos programas de TV para contar a desgraça terrível que viveram... E vi ainda, algumas entidades de credibilidade duvidosa pedindo contribuições em dinheiro, para as vítimas de Santa Maria.

Ora bolas, encaremos a situação, as vítimas de Santa Maria estão mortas, elas não precisam disso. Mesmo as que estão no hospital, elas não precisam de dinheiro e nem de sensacionalismo midiático. Precisam de consolo, de abraços, precisam de seus filhos, irmãos e amigos de volta. Não os terão. O que eles precisam agora é de paz. Precisam parar de ver fotos dos seus entes queridos sendo expostas em situações constrangedoras. Parem!

Eles precisam de lembranças felizes... que seja de horas antes do que aconteceu naquela noite, não das imagens deploráveis de corpos amontoados, queimados, sufocados... Parem com isso! Eles não precisam de desculpas, nem precisam perdoar agora... Os que ficam, hoje e nos longos dias que virão, precisam de tempo para chorar, de espaço para sofrer em silêncio, nos braços de quem os ama, não da Presidenta da República.

Eles não precisam que julguemos o tamanho da dor que sentem, precisam apenas que respeitemos essa dor, sem exigir que ela venha nos contar o que aconteceu ou o que vai acontecer com os corações que foram e com os que ficaram na saudade... por favor, parem! Parem com isso de querer entender, bisbilhotar, contar ao mundo... Eu vou parando por aqui pra respeitar este momento de necessário silêncio!

Fique em paz Santa Maria...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

"...eu sempre volto!"

...e foi assim que a inspiração voltou pra minha vida! Com ares de melancolia, esperança, ansiedade, paixão, gula... um misto de sentimentos aparentemente contraditórios, mas que me caem bem e trazem de volta a inspiração pra colocar as palavras pra fora da cabeça, aqui pra vocês. Vejamos:


Esse ano começou com umas boas semanas de férias, descanso... e comida... a balança que ganhei no amigo secreto da família já foi instalada em um cantinho especial do meu quarto, linda, de vidro e apavorantemente sincera. Lá estava eu em cima dela, nua, tentando secar ao máximo os cabelos, para que o peso da água nas madeixas encharcadas não fizesse subir ainda mais os números que apareciam no visor... em vão.

Puxa vida... aqueles tantos brownies pesaram mais do que eu esperava... A morenice da pele adquirida na "operação pimentão do verão" disfarça um pouco, mas não o suficiente... eu preciso urgentemente entrar em forma... Meu Deus, esse ano tem a formatura, o juramento da OAB, meu casamento, a Lua de Mel... vou mesmo querer que as fotos que guardarei pro resto da vida retratem uma bola dentro de um vestido? Não!
Vocês devem estar pensando, "genteeee, que dramática"... pois é, drama necessário! Chegando de viagem na minha dispensa só tinha sal, açúcar, pasta de alho e molho de tomate... esse final de semana juro que tomarei uma atitude, por enquanto umas comprinhas básicas pra passar a semana de trabalho e pegar firme na dieta, já vão quebrar um galho. No meio da minha correria que já começou, dei um pulinho no supermercado, peguei uma cestinha bem pequenininha pra não dificultar as coisas (nem exagerar impulsionada pela minha grande admiração por supermercados bem organizados e comidinhas bem apresentadas)...

Torrada integral, queijo branco, geleia light, rúcula, alface, tomate cereja e barrinhas de cereais, pronto! Adotei uma dieta de 30 pontos que achei na internet, 5 refeições diárias, pra não deixar o metabolismo parado, mas tudo com baixas calorias! Iogurte natural e frutinhas pros lanches intermediários, no almoço  salada a vontade, uma carne e um carboidrato, ambos mais magros possíveis. O tempo todo: Chá de Oolong! Super aconselho!

Esse é o chá que eu tomo, fácil de encontrar em lojas de produtos orientais, comprei o meu pela internet, mas no mercadão em Curitiba encontrei ainda mais barato.

Vocês vão ver, dessa vez Papai Noel vai entender o meu pedido... bolso gordo e corpo magro... não o contrário!