terça-feira, 27 de setembro de 2011

E é!



Acontece que as vezes as coisas não saem como sonhamos, mas se tivermos fé, elas acabam se mostrando melhores do que esperávamos! Um certo dia amanheci depois de uma longa noite de lágrimas... olhos inchados, coração esmigalhado, fôlego falho, estômago embrulhado, ego estraçalhado... era pior do que uma ressaca moral, era uma ressaca total, de corpo e alma. Nesse momento eu optei pela pseudo-solidão. 

Também por que, nesses últimos tempos, me descobri a melhor companhia do mundo pra mim mesma. Em encontros infinitos que tive comigo, diante do espelho, no chuveiro, antes de fechar os olhos ou diante do mar, acabei me conhecendo bem, entendendo quase todas a minhas angústias, separando as maldades das bondades que coabitam dentro de mim e aos poucos dosando o quanto deixo que elas exalem do meu corpo.

Mudei os conceitos que circundavam meus desejos, troquei meus olhos por outros que admiram hoje coisas bem mais importantes que as anteriores, fiquei a sonhar diversamente do que sonhava, enfim, tracei outras metas e foquei na medida do possível no que parecia certo, no que fosse diferente daquilo que não tinha dado certo por inúmeras vezes.

Aconteceu que ontem acordei depois de uma longa noite de pesadelos... demorei pra dormir, nem meus 5 travesseiros e minha almofadinha fofinha ajudaram a encontrar a posição certa, quando finalmente adormeci, acordei por muitas vezes...primeiro por que senti frio nos pés, principalmente, e no resto, depois por que a bexiga estava lotada do chá que eu tomara ao me deitar, em seguida, num ímpeto levantei por lembrar no meio do sono agitado que esquecera de tomar o anticoncepcional que tomo todas as noites. 

Pensei que essa agitação toda pudesse ser do sorvete que tomei passada as 22h, mas era de maracujá, e a associação mais simples é que essa fruta acalma e não que estressa. Talvez fosse o excesso de comida remanescente do final de semana na casa da Vovó... mas não... Talvez tenha sido aquela banda desenbestadamente metaleira que tocava na televisão tarde da noite... mas não... penso as vezes que a culpa deve mesmo ser tua, de não ter dormido ao meu lado, de não ter me abraçado encaixadinho em forma de conchinha e me esquentado os pés com os teus.

Ainda que eu não esperasse que a tua companhia fosse me ser tão essencial, mesmo por que eu não desejava ninguém nessa posição que ocupastes no time, acabastes por se tornar mais do que outrora eu pudesse imaginar que fosse me apetecer. Eu sei que não é tua obrigação acreditar e entender o que isso tudo significa pra mim... mas me basta que saibas que é importante... e que é único! Esse amanhecer de hoje... Aaah, esse sim foi bom!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Amadurescência!



As vezes penso que estou envelhecendo! Putz! Mas estou mesmo né? O que me encomoda (ou não), ou melhor, me espanta, é a evidência estampada em certas atitudes típicas de mães e madrastas!

Sabe aquela história de "você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais"? É assim mesmo. O que acontece é que a gente cresce e passa a ver certas situações por outros ângulos. Por ora, começo a ver involuntariamente do ângulo delas. Como quando a louça na pia irrita profundamente, afinal ela deveria ser lavada assim que usada, para não acumular, pra não encracar... elas sempre me diziam algo do tipo... O copo de nescau? Eu não deixo mais com aquele restinho que gruda no fundo, "estão vendo? Finalmente aprendi!". Pra falar a verdade nem tomo mais nescau!

Normalmente, ainda que em ritmo de conversa, as palavras vinham acompanhadas de um certo tom catedrático, aquele que busca mostrar como a vida é de fato e que aquilo alegado já é, assim ou assado, por que já foi cientificamente comprovado. Como quando eu me envolvia perdidamente em minha tristeza de amores impossíveis e/ou perdidos. Como quando eu ouvia delas e dele (papai) que aquilo tudo era um exagero. Que eram lágrimas de crocodilo com o desespero típico da idade, que "isso também vai passar". Passou.

Sem falar no fim do mundo que ocorria quando perdiamos (eu e minha irmã) uma festa ou evento, que para nós, naquele momento, era o mais importante do mundo inteiro. Parecia que nunca mais iamos sair de casa outra vez. Parecia que as amigas nuca mais iriam fazer uma festa de aniversário ou que o Dinho Ouro Preto nunca mais iria cantar de novo em Florianópolis (Como assim não me deixa ir? Eu já estou com o ingresso na mão! Vai me proibir assim em cima da hora? "VOU!" Buááááááááááááá...!)

Atualmente, cá estou eu, sempre optando (quando possível) por não desesperar, não colocar o carro na frente dos bois. Assumo o papel da mãe/madrasta irritadiça pelos gestos adolescentes alheios. E assim vai... hora ou outra, meus dias se tornam "mini-flash-backs" com uma substituição peculiar das pessoas que interpretam as personagens.

Como quando eu achava um saco das reclamações de: postura, educação e modos na mesa de jantar. Hoje sou eu a me irritar profundamente com alimentos semi-triturados que passeiam pelo interior da boca alheia durante uma mastigação produzindo aquele barulhinho agradável de saliva resbalando nas bochechas e na língua. Sou eu a requerer postura. Sou eu não suportar o tilintar exageirado de facas, garfos e pratos resbalando um no outro, revirando a comida pra lá e pra cá. A chata que eram elas, hora uma e hora outra, as vezes ambas, hoje sou eu! Solamente!

Ainda não sei se é bom ou se é ruim... na verdade, tudo indica que essa minha mudança de perspectiva seja parte de um grande e mirabolante plano delas pra me fazer mulher. Talvez, esse meu novo comportamento indique que embora a estatura não tenha se alterado tanto, alguma coisa aqui dentro está agindo de forma que eu me sinta mais adulta do que outrora, equivocadamente pensei ser. Quem sabe seja o amadurescimento que meu pai por tantas vezes requisitou.

Me assusta isso de pensar agora, por exemplo, que isso é um ótimo sinal, afinal, também quero que meus filhos aprendam o que elas me ensinam até hoje. Filhos? Calma aí, cedo demais, também acho! Mas ainda assim. As amigas contemporâneas já estão se formando, subindo ao altar, engravidando, criando seus filhos, talvez seja o rumo natural das coisas, sei lá. O tempo passa não é? E quando menos se espera eles já estão crescidos. Cresci!