segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O fim do inferno astral que não existiu!


Como este ano passou rápido. Parece que foi ontem que estava eu aqui a choramingar as pitangas perdidas durante o meu último inferno astral. Sabe aquele mês que antecede o aniversário? Quando parece que o mundo inteiro está te judiando por saber que você está ficando mais velha? Então... este ano esse período não aconteceu!

Durante todo o ano, apesar das intempéries, não só estive de bem com a vida, como também estive em ótimas companhias e muitas coisas lindas aconteceram nesse ciclo que se encerrou no último dia 26 de novembro... que deixou de legado o sucesso contemporâneo em várias áreas da minha vida!

Estive perdida em livros, em tecidos, em garrafas de vidro, em culinárias saborosas, em provas, em filmes de romance de vida real... estive estudando as leis, do homem e da vida... tive tempo pra sentir saudades, pra ouvir histórias e também muito tempo pra não ter tempo pra mais nada além das minhas obrigações... que foram todas cumpridas.

Das metas não cumpridas me justifico por uma mudança de prioridade... e acredite, essas que escolhi me fazem bem mais felizes do que aquelas que outrora pareciam relativamente importantes. Acredito que o que importa de verdade é essa alegria que sinto dentro de mim... uma sensação de dever cumprido e de horizonte em frente que me disponibiliza um mundo cheio de portas abertas e possibilidades infinitas.

Tantas que, certas vezes, fico querendo que o tempo passe logo, que as coisas aconteçam de uma vez... mas diariamente cada minuto é tão importante que logo mudo de ideia e resolvo que as coisas devem ser assim mesmo nesse ritmo maluco e lento ao mesmo tempo... lento pra quem espera ansiosa... maluco e veloz pra quem vive... como eu!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Frustração!



Peguei uma gripe danada, dessas que não deixam a gente sentir o gosto de quase nada... acho que o corpo esfriou depois dessa temporada de grandes esforços e expectativas e acabei sucumbindo... mas tudo bem, foi um dia de cama e já estou, firme, forte, tossindo sentada novamente.

Em uma tentativa de saborear fico querendo abusar dos suuuuper salgados e dos suuuuuuper doces, por que o intermediário pra mim, neste momento, tem sempre o mesmo gosto de saliva comestível... Eca! Não sentir o gosto das coisas, pra alguém que gosta tanto de comer como eu, é realmente uma tortura, mas vamos manter o foco.

Poxa... a vontade real era de me atracar em uma barra de chocolate! Ao invés disso, respirei fundo, e segurando os extintos de embarcar no elevador e cair dentro da Copenhagen, me dirigi à geladeira do escritório e peguei firmemente aquela laranja redonda e amarela que lá estava.

Fui dizendo pra mim mesma: "Isso é um chocolate, isso é um chocolate"... e em seguida, descascando sobre um pratinho branco, daqueles iguais aos de café colonial, cheios de bolos, tortas, doces, salgados gostosos... Huummm... (FOCO!) continuei me dizendo: "Laranja não engorda, laranja não engorda!"... Pois bem, foi aparecendo aquela parte inteira branquinha... fui brincando de não deixar aparecer os gomos, passando a faca lentamente...

Enfim... cortei a tampinha/bundinha (como preferir chamar)... e dei de cara com aquela laranja marrom! MARROM??? Não existe frustração maior do que tentar superar as próprias gulas e dar de cara com uma laranja estragada! É como estar a beira do precipício, superar a covardia diante da vida, decidir finalmente não se jogar, mas acabar tropeçando e caindo de cabeça na pedra lá embaixo... uma "puta falta de sacanagem"!

Essa laranja podre vai acabar me empurrando pra uma barra de chocolate...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Gostinho bom de vitória!


A noite de ontem foi de expectativa, o sono não vinha de jeito nenhum e a manhã então... quem dera ter acordado só depois das 11:00h e ter me poupado dessa loucura concurseira de bacharéis nas redes sociais em desespero. Brotavam notícias novas a cada segundo e que levavam a todas as conclusões, menos à que interessava: estaria eu aprovada? Iria eu enfrentar mais um período de angústia a espera de um recurso em face da decisão da OAB de me reprovar?

Os sites da FGV, da OAB Federal, das seccionais e do Blog Exame de Ordem estavam todos interditados, ora atualizava, ora não e haja F5 e coração para conseguir passar por isso. Ademais, na hora da divulgação da lista, algum energúmeno adicionou o arquivo errado e ficamos todos nós, examinandos do VIII exame de ordem a nos descabelar frente a lista de aprovados do VII exame... óbvio que nossos nomes não estariam lá, foi uma desgraceira total...!

Até que veio o link correto... que se abriu rapidamente como um milagre... e estava lá! Meu nome completo! Uma luz se abriu, o peso saiu e eu fiquei extasiada e atrapalhada de alegria... Eu sempre gostei de vitórias... afinal, sempre me dei bem com elas (e quem não se dá?)... o que não me cai bem é essa tal de derrota, com ares de impotência que nos agarra pelos calcanhares, escala pelas pernas e se instala como um elefante de 200kg sobre nossas cabeças... mas hoje não... hoje é dia de v-i-t-ó-r-i-a!!!

Essa que em especial tem um gostinho diferente de tudo que já experimentei. A conquista de hoje, foi fruto de uma batalha árdua pela qual eu nunca mais terei de passar. Entre mortos e feridos, sobreviveram todos, uns na esperança de um recurso, outros na certeza da derrota e alguns sortudos, como eu, na alegria da vitória e devendo um caminhão de chocolates para os meus queridos professores do Curso Prof. Luiz Carlos!

Já estamos no dia 08 de novembro... faltam 18 dias para a meta final do emagrecimento (aquele que me prometi alguns posts atrás)... gordura perdida? Quase 3Kg, nem a metade do que eu esperava... mas o que é bom mesmo e me deixou leve, foi o peso da responsabilidade que me pulou das costas deixando essa sensação de dever cumprido. Bem melhor do que perder gordura é perder o peso da consciência...

Se eu me pesasse hoje... vocês veriam que na realidade eu atingi o meu objetivo! Por que hoje eu sou uma vitoriosa! Parabéns à todos nós aprovado no VIII exame de ordem unificado da OAB! Quem venham outras batalhas! \o/

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Lembranças que trazem outras lembranças...

Tirei esse feriado pra mim...


Depois de um dia de sol e calor, as nuvens se fecham no céu curitibano... e os primeiros pingos gordos de chuva, como uma prévia da enxurrada que está por vir, coincidem, é claro, com os meus primeiros passos na calçada. Mas eu não apresso o passo, vou calmamente saboreando o cheiro do asfalto molhado que tanto sempre me lembra Ribeirão Preto... Essa lembrança é uma dessas correlações automáticas que o cérebro faz...

Cheiro de asfalto molhado me lembra Ribeirão Preto com suas tradicionais chuvas de verão. Chuvas gordas daquelas de pingos largos que sozinhos enchem o copo d'água... lá em Ribeirão, na minha infância saudosa, tarde sim e outra também, durante as férias, eu acabava pegando vários na cabeça correndo de volta pra casa da minha vó, depois de uma tarde jogando taco na rua. Lembrança é um troço engraçado... é algo só nosso e tão particular que as vezes nem eu mesma entendo essas relações que faço entre cheiros, coisas e pessoas.


Pitanga por exemplo... me lembra sempre a Mari, minha meia irmã, em um dia que eu e ela fizemos um teatrinho, como muitos do que a gente gostava de fazer... mas dessa vez, não entendemos o por quê, ninguém gostou muito do enredo... eu era a irmã malvada que batia na irmã chorona que vinha aos prantos, cheia de sangue e berrando... não se assuste, o sangue era suco das pitangas com as quais estávamos nos lambuzando antes de ter a genial ideia do teatro... fomos muito convincentes... até demais!

Se o cheiro é de comida boa misturado com cheiro de cigarro me lembra muito a Ká que morou comigo em Ponta Grossa... isso por que não raras vezes passávamos o dia envolvidas com nossas experiências culinárias, bebendo cervejinhas geladas... e fumando um cigarrinho pra relaxar. Hoje eu não fumo mais, até me incomodo com o cheiro de cigarro na maioria das situações... mas se alguém fuma na minha cozinha... é a Karina que me vem a cabeça e aí fica tudo bem... fico contaminada de saudades com boas lembranças.


E boas lembranças tem tudo a ver com coisas fofas... como ursinhos, que me lembram a minha mãe... hoje ela gosta mais de gatinhos... mas pensar em ursinho é lembrar que quando eu era pequena (menor), ela sempre contava pra todo mundo como eu era fofinha falando umas frases bobas com as bochechas apertadas pelas mãos... o famoso e fofo "Ursinho Tuti"... e isso me lembra que eu ainda hoje tenho uma vontade imensa de apertar coisas!

A vontade é tanta que eu faço uma careta e uma voz de monstrinho e fico movimentando os dedos como se a coisa em questão já estivesse em minha posse! Tem quem diga que é bizarro... mas tem que diga que é fofinho como as coisas que gosto de apertar! Pandinhas, hipopótamos, elefantinhos, koalas, gatinhos... gatinhos... que me lembram o meu Alic que eu apertava tanto quando morava comigo... que me faz lembrar as tardes que fiquei sentada no pátio do prédio em que eu morava com a minha vizinha, amiga e companheira Tati... olhando ele pular de um lado pro outro...

Lembranças que trazem outras lembranças... e tantas outras... se deixar fico aqui só a lembrar e a escrever essas coisas que talvez só façam sentido pra mim...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Seguiremos construindo castelos...


As vezes penso que o que eu queria mesmo da vida era ser escritora. Tenho essa ambição, de que minhas palavras possam atingir as pessoas. Porém, toda vez que sento pra escrever alguma coisa pensando "quero/preciso/tenho que escrever", as palavras acabam remontando mais um conto de auto-ajuda barato do que uma bela história inspiradora.

Afinal, para inspirar é preciso estar inspirada certo? É preciso deixar que as palavras saiam naturalmente... faz tempo que não escrevo belas histórias e até me condeno por isso... pela falta que me faz a escrita ou outras manifestações artísticas, de qualquer forma, no fundo eu sei que há um bom motivo pra isso: a falta de tempo. Eu sei que vais me dizer: "balela, tempo a gente acha quando quer fazer algo"... pois é... acho que é uma questão de perspectiva, de prioridade, de fase...

A minhas atuais prioridades, deveras racionais, tem tomado grande parte das 24 horas e meia do meu dia. Pois bem, cá estou eu... a escrever finalmente... mas mais como uma anotação de minhas próprias constatações do que uma história como as que eu gostaria de escrever, de inspirar pessoas, de movimentar multidões, de ver por aí citadas minhas célebres frases... não me importa que me deixassem mesmo até no anonimato... serviria pra eu caminhar livremente e ver por aí os comentários: "você já leu aquele livro? Bom demais, estou esperando o próximo"...

Ou então em monografias ou peças processuais jurídicas talvez: "Como já fundamentou PAGLIUCA, A.T.A, resta incontroverso o referido fato, vez que o direito foi garantido..." Ora... talvez eu esteja no caminho certo... talvez essa maratona de estudos seguidos pelo exame de ordem, imagino eu, bem sucedido, seja o início da resposta dos meus sonhos... talvez a falta de tempo seja plenamente justificável pelo meu esforço... talvez ainda, isso seja o início do que ansiei.

É a resposta para todas aquelas suposições que já fizemos antes, de que nada acontece por acaso, de que o esforço será recompensado, que reclamar sem agir de nada adianta, que quando queremos damos um jeito pra tudo, que o desejo é o primeiro passo, que sonhar e correr atrás dos sonhos (de verdade) é o suficiente para ser feliz, que tropeços fazem parte da vida, que o importante é não desanimar, não se lamentar a toa, não assumir posições de desespero ou hipossuficiência frente a vida... 

Enfim, acredito mesmo no destino, mas sei também que precisamos fazer ele acontecer, o que é nosso ninguém tira, mas é preciso tomar cuidado para não acabar perdendo-o para nossa própria negligência! Já dizia minha Vó, minha bisavó... e provavelmente todos os nossos antepassados: "Deus ajuda quem cedo madruga", acrescentarei: "e quem corre atrás dos seus sonhos"! Não existe sonho grande demais, de pedra em pedra, seguiremos construindo castelos!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Acredite, as coisas não eram melhores!


Não existe época mais nostálgica do que essa em que estamos vivendo. Nunca nos lamentamos tanto do passado quanto agora. mentimos o tempo todo para nós mesmos... afim de nos fazer acreditar que antes as as relações humanas eram melhores, que os dias eram menos corridos, que se respeitava os mais velhos, que se tinha mais educação, que as crianças eram mais inocentes e que os políticos não eram corruptos...

Somos a geração da lamúria... como se "naqueles tempos", "no nosso tempo"... "no tempo em que eramos crianças"... as coisas fossem diferentes... Eu não tenho tanta certeza! O que eu sei e, é inegável, é que antes eu era menor... de altura e de idade... Que o mundo parecia muito maior do que me parece agora... Sei também que antes não tínhamos a facilidade que o mundo virtual nos oferece de perceber o que acontece do outro lado do oceano e de lamentar tudo que estamos perdendo do lado de fora do nosso próprio mundinho.

Talvez o que tenha mudado não seja tão somente o mundo e todo esse negativismo que aplicamos nele, provavelmente seja um grande mal entendido com nós mesmos... que crescemos e percebemos a pequenez das coisas que dantes nos pareciam inatingíveis e esplendorosas. E agora que sabemos... que lá em cima eles tem mais que nós, em matéria de dinheiro, de tecnologia, de bens materiais... a nossa grama parece ainda mais morta e esturricada nesse solo tão judiado das nossas estúpidas monoculturas.

De outro lado pela facilidade da informação, algo nos faz supor que, se divulgarmos fotos de criancinhas esfalecendo de inanição, algo pode mudar do outro lado do oceano... Gente, o que chega lá, é apenas a poeira da nossa ignorância em forma de ondas virtuais... que nada ajuda... não faz nascer trigo, não leva o leite... nem faz o sol ficar menos ardente no couro... e ainda deposita por lá nossa "incultura" em barulhos de letras mal formuladas que contam histórias mentirosas, simulando relações sem sentimento.

Estamos passando um período de pseudo-evolução... de muitos falastrões e poucos realizadores... de muita teoria  inútil e pouca prática sustentável, somos a geração suco de soja com proteína, a geração do corpo escultural e do cérebro atrofiado... Essa contra-cultura do avesso, acabou por refletir nas nossas crianças, nos nossos votos, na nossa ignorância alimentada pela alienação. Mas nós somos as crianças daquele tempo... Ainda acham que "no tempo que eramos criança" as coisas eram menos bizarras? A música é um ótimo exemplo...



Ontem a "sábia" Hebe (que Deus a tenha e proteja ao lado da Derci boca-suja!) disse em certo momento de uma entrevista reapresentada em uma das dezenas de homenagens que a televisão brasileira lhe  dedicou que, "gosto de todo tipo de música... Não não... funk eu nem considero música... tem certos tipos que não considero música"... ela podia não ter bom gosto para se vestir, nem para arrumar o cabelo, nem tampouco tinha noção da idade que aparentava (com 83 anos de idade, aparentava 60, e não 38 como supunha!) mas vai me servir bem para dar um pontapé inicial no assunto...

Músicas de verdade, tanto sempre transmitem emoções diversas, desde quando palavras não significavam nada, a música sempre significou alguma coisa pra alguém... talvez nem sempre a mesma coisa pra quem emite e pra quem recebe... mas se soubermos ouvi-la, sempre provocará alguma parte de um órgão ou sentido nosso. Acontece que órgãos sexuais não contam... a música é implícita... não pornografia explícita... Chico é quem sabia bem como diferenciar essas coisas...

Ahhh, bem... aí estou eu a me lamentar que outrora a música era melhor do que hoje... eu não sei vocês... mas na minha época "É o Tchan" já existia e o Jacaré já pegava no "compasso" na frente de menores de idade! Ou então nós mocinhas em festinhas de 12 anos já dançavamos o "piu-piu-ô-pirulitô", vestindo um shortinho Carla Perez e cantando que "se fosse grandão era do Ricardão"... Ora... isso não mudou... talvez tenha se acentuado... talvez essa tal de informação tenha facilitado o passo-a-passo para as nossas crianças... mas a essência é a mesma... e a Hebe estava certa... tem certos tipos de barulho que não são música, nunca foram.

Sempre existiu barulho e sempre existiu música. Assim como sempre existiu e sempre vai existir pessoa do tipo que quer se dar bem em cima dos outros, já diria o nosso saudoso malandro, que há muito desvirginava moçoilas e afanava carteiras... é a origem da nossa história... as moças gostavam dele, os compadres o invejavam, por que sempre se dava bem... e hoje ele é Presidente do Senado Federal! Não é nenhuma novidade, não é nada que não fosse esperado... os meios de comunicação apenas adiantaram as coisas... e agora?

Agora a gente corre atrás do prejuízo... corre cada vez mais... não por que o mundo gira mais rápido, mas por essa mania da gente de acreditar que antes as coisas eram melhores e que trabalhando, estudando e entupindo nosso dia de afazeres vamos conseguir encher os bolsos de dinheiro... estamos certos... talvez nossos bolsos possam, em decorrência da ralação, ficar cheios de dinheiro... mas acredite... de nada adiantará se o cérebro e o coração ficarem vazios... Isso também sempre foi assim e sempre será! Não foi o mundo que piorou... fomos nós que aprendemos a enxergar...


Eu prefiro (e preciso) acreditar que é uma chance... de fazermos um mundo melhor!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Anti-Cidadão



O Anti-cidadão é a personagem principal desta história e, tem se tornado peça chave na evolução da nossa atual forma de sociedade. Ainda mais nessa época de ocorrência bienal em que exercemos nosso direito de participar indiretamente dessa nossa democracia que de tão indireta chega a ser "pessoal"... exclusivamente pessoal, sujeita a vontade daqueles famosos manipuladores midiáticos que conhecemos bem... e que à nos nomeiam presidentes, deputados, senadores ao seu bel prazer e para não satisfazer nem em última estância o bem comum.

O bem neste caso é dado ao povo em medidas homeopáticas, deveras preocupadas em oferecer pão e circo suficiente para ocupar as mentes ociosas com palhaçadas e outras variáveis do humor e da novela popular... e, fornecer educação suficiente para que possamos ignorar os bueiros que nos custam alguns milhões, as calçadas esburacadas, as altas inflações em produtos alimentícios e cargas tributárias, mas não sem indignação, para que eles possam surgir como anjos para nos pseudo-proteger. Para esses sujeitos, os tais Anti-cidadãos, a harmonia da balbúrdia brasileira vem crescendo na medida certa, vem criando oportunidades perfeitas para a sua atuação extintiva de sobressair-se na queda alheia, na desgraça alheia.




Não raramente eles envenenam suas vítimas com a desesperança, tão somente para tornarem-se então a única fonte de luz... "se não tem tu, vai tu mesmo"... e os nossos pobres corações vão se encantando com o brilho das gravatas italianas e dos dentes alvos... os olhos vão ficando cansados de tanto não ver... os ouvidos se cansam de só ouvir... as pernas ficam inchadas da batalha quotidiana estrategicamente programada para nos esfalecer... para que ao fim do dia queiramos apenas encher o bucho, espreguiçar no sofá em frente a telinha... inteiramente rendidos as migalhas... e satisfeitos com elas... por que afinal, a vida já foi bem pior do que é...

Eles agradecem todos os dias por não termos percebido a força que temos... somos obedientes, vestimos nossas algemas todos os dias... ainda bem pra eles que nós chegamos ao por do sol com o cansaço daquela vida que os imigrantes levavam com os senhores do café e da cana e, sem a força que os escravos tiveram quando lutaram por liberdade... se assim não fosse, talvez nós, brancos, pretos, vermelhos e amarelos contemporâneos, já estivéssemos gozando da nossa total autonomia alegremente... talvez, se compreendêssemos a vida além da rotina capitalista... aí então, talvez, quem sabe, pudéssemos construir algo mais do que passado...

... O futuro... quem sabe?!?



terça-feira, 31 de julho de 2012

Balança, rede e saudades


Faz quase um mês que não apareço por aqui... hoje fui à médica de novo e, para atualizar vocês, emagreci meros 500 gramas... Ok... ela disse que está tudo bem (Claro, bem por que o objetivo dela é minha saúde e não transformar minha pochete em tanquinho!)... que a reeducação alimentar é mesmo a melhor opção... demora mais para perder significantes quantias de gordurinhas, mas faz a boa forma e a saúde coabitarem, diferente dos regimes estrombólicos.

É, mas não foi por isso que voltei... voltei por que me afundei na última hora em uma onda nostálgica de lembranças de quando as coisas eram mais fáceis de lidar, de quando o metabolismo era mais rápido e respondia mais facilmente aos impulsos aeróbicos... Ai já me pego passeando em fotos de lugares lindos que já conheci (onde eu caminhava com meu corpinho)... e fico morrendo de vontade de voltar pra eles (pros lugares e pro corpinho)... fico querendo viajar... pra velhos e novos mundos...

Uma vez alguém disse, acho até que foi Amyr Klink (ou o pai dele), que "um homem precisa viajar por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu, para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor - e o oposto. Sentir a distância...". Pois se tem algo que conheço bem e sinto é essa tal distância... 

Hoje sinto frio... e nem precisei ir ao Polo Norte ou Sul como Amir para descobrir que o calor da Bahia muito me agrada, estar em Curitiba em pleno Inverno já é suficiente para saber que baixas temperaturas não me apetecem. Mas concordo com ele que é preciso viajar, de todas as formas... pelo ar, pela terra, pelo mar... que é preciso desvendar cantinhos de praias desertas, passear entre coqueiros... que é preciso atravessar um rio para chegar na ilha e depois o maior dos rios do mundo para chegar do outro lado e descobrir o que há na outra margem. Eu fui, vocês foram... e voltei e voltarão.

Mas meu coraçãozinho fica aqui dividido em dois lados de um oceano, entre umas muitas cidades de diferentes cantos dos quatro cantos do mundo de que tanto já falei por aqui... Ah, essas minhas raízes na terra roxa do centro-oeste ou na ilha da magia... e essas minhas flores que foram plantar suas sementes tão longe das terras tupiniquins... Eu lhes dou valor... lhes tenho apreço... lhes sinto a falta... mesmo que estejam perto mesmo estando longe... entendem? Queria vocês aqui juntinho de mim, também fisicamente!

Sei que é preciso visitar outras culturas, aprender a comer e a vestir-se com classe como esses glamourosos parisienses de que me falaram há pouco... Que é preciso libertar-se nas Terras Baixas e cruzar cidades de bicicleta... Subir montanhas altas, pescar em lagos simplórios, que de tão simplórios chegam a ser particularmente aconchegantes... e deitar na rede de barriga cheia... e amar-se... e amar-nos... e amar a vida... mesmo que o tempo corra, que o ritmo desacelere... é só uma fase que passa e que vem de novo... e não importa não é? De verdade não importa nada mais se a expectativa, se a perspectiva existe... e se sei... que tenho vocês... aqui, ali e em qualquer lugar!

Sei lá... acho que para que eu possa ir viajar... pra perto ou para longe de vocês e depois voltar pro aconchego do meu lar, para poder ter a distância, a saudade... e o nosso amor!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nó no estômago, tênis no pé, olhos na balança!


Das tripas ao coração, tudo no nosso corpo depende de uma boa alimentação. (Rimou?) Pois é... eu nunca tive tantos problemas de saúde quanto andei tendo depois de embarcar nessa rotina estressante e estafante que é a vida do universitário/trabalhador/multiuso... e hoje, em uma visita de rotina à médica, ela me disse que preciso perder pelo menos 4 Kg, não por vaidade, mas por saúde.

Mas, por vaidade (e por saúde), decidi que serão seis quilos até o dia 26 de novembro, que é a data do meu aniversário de 24 anos e quero comemorar essa idade fatídica com meu peso ideal e de preferência podendo entrar em um "bikininho" assim que o sol raiar veraneio. Comprei um tênis novo para fazer exercícios, comprei alface e rúcula e aproveitei que a minha Mamadi estava aqui este último final de semana, para ficarmos na cozinha durante horas preparando o que será meu almoço do mês inteiro... todos em potinhos congeladinhos na porção ideal, evitando assim os fast-foods, as comidas industrializadas e o salitre dos restaurantes do centro de Curitiba! Uhul! \o/

Pois bem, melhorar a alimentação, é algo que eu já planejo há algum tempo, mas como o tempo é algo que me falta, raramente eu tomo (tomava) café da manhã, dizem que é a refeição mais importante do dia e como ela quase sempre me faltava no almoço eu engolia em 15 minutos o que um pedreiro engole em 10, mas para uma trabalhadora de escritório isso é realmente muita coisa e eu sei que comer rápido e sem prestar atenção nos alimentos é um veneno estimulante de belas pancinhas... afinal, nosso querido cérebro demora para entender que a comida já chegou ao estômago.

Aliás, meu estômago sempre foi um problema (em conjunto com os olho que são maiores do que a barriga), ele deve ser mais ou menos do tamanho do de um avestruz, somado ao meu paladar aguçado e curioso, fico a experimentar a mesma culinária deliciosa de qualquer canto do mundo durante horas e de preferência a noite (que é quando não tenho que fazer nada logo em seguida, a não ser dormir)... que beleza heim? Aquele tantão de comida no meu metabolismo praticamente estagnado durante meu sono profundo... está aí o resultado dessa brincadeira: 

O que eu vou fazer? Eu adoro comer! Adoro experimentar sabores novos, frequentar restaurantes saborosos... eu adoro pizza, adoro macarrão, adoro manteiga combinada com frango e manjericão com molho de tomate e aquele queijinho parmesão salpicado por cima... Meu Deus, o que vou fazer? Eu amo cozinhar pro meu Amor e ver ele se deliciando com a minha comida, afinal, ganhei ele pelo estômago e principalmente, pelo chocolate... aliás, como evitar o chocolate? Como evitar os doces durante a TPM? Como resistir ao Petit Gateau?

Não sei... eu até agora resisti em aceitar que já posso ser apontada na rua como "aquela gordinha" (percebam que não uso a palavra gorda, é realmente difícil aceitar)... eu não sei ser "gorda", não sei usar roupas de pessoas que estão acima do peso, não sei não entrar em uma calça 38/40, não consigo conviver com as gorduras localizadas no culote, na barriga, no papo, no braço... não consigo me olhar no espelho e pensar: "tudo bem, sou gorda mas sou feliz"... essa insegurança que sinto com meu corpo fora dos meus próprios padrões de beleza deveriam ser incentivo suficiente para me fazer correr atrás do prejuízo e ver se correndo perco uns quilinhos.

Não era... mas agora, é questão de saúde... e as orientações são, calçar os tênis (as 6:30h da manhã, pois é o único horário que me resta), beber muito líquido, comer bastante frutas e verduras, evitar carboidratos após as 19h e, tomar sempre um bom café da manhã, pra regular meus horários de alimentação e principalmente, diminuir a quantidade de comida que ingiro de uma vez só. Não se engane, isso não vai virar um blog de dietas milagrosas e nem vou postar aqui "20 exercícios para ficar com a barriga chapada para o verão"... eu apenas resolvi escrever o desafio para deixar registrado em ata pública o meu objetivo:



E se por acaso eu não conseguir atingir a minha meta, lhes dou total permissão para praticarem bulling quando me encontrarem na praia em dezembro. Combinado?

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Compilações... dessa minha história!

Remexendo no meu baú de memórias, encontrei essa história que já foi contada por aqui... em partes... Portanto, acho que ela merece ser assim exposta em sequência, para posteriormente ganhar a continuidade que merece... pois bem, aqui está:


"É importante ressaltar sempre o valor das histórias que atiçam o imaginário, reais ou não, que falem sempre de sonhos e realizações... o contador de histórias deve ser acima de tudo fiel ao leitor e aos princípios e finalidades a que propõe cada personagem...

História como esta em questão vem acontecendo muito antes do nascimento da personagem principal. Gosto de acreditar que é fruto do que um dia foi um grande amor entre um homem e uma mulher, de grandes aventuras, de uma história pré-existente, que hoje quase se divide em três, as deles, separadamente... e a minha!

Essa minha tem sempre um pouco de tudo do que é feito a vida, mas acima de tudo muito amor... Amor por conhecer, por defrutar, por evoluir, por lutar, por viajar, por aprender... amor por amar!

Até mesmo quando fica tão difícil falar e acreditar no amor por conta dessa apologia a deslealdade, controversamente a tudo aquilo que aprendemos quando somos criança: não mentir, não poluir, não usar de violência, conversar sempre pra resolver problemas, por favor, obrigado, pedir licença, respeitar os mais velhos, ajudar ao próximo assim como a nós mesmos...

Se grande parte do mundo parece esquecer-se dos antigos valores (falando assim parece que tenho 200 anos), as personagens que escolho para fazer parte dessa história são daqui pra frente (mas não tardiamente), cada uma colocada por mim em sua devida redoma de carinho, para que saibam que zelarei por elas tal qual espero que zelem por mim! (...)" Trecho postado no dia 19/09/2010.

"Ao folhear as páginas deste livro não é difícil notar que poucas vezes as personagens se encontram no mesmo tempo/espaço... este é um enredo de muitos nortes... se passa em quatro, cinco ou mais cidades e só o tempo dirá quando esses personagens se encontrarão novamente... o que é inegável é o tal amor que os faz uno, pela capacidade pura e simples de buscar um final feliz!
Neste conto contarei mais do que sempre se conta, seria algo como um canto e por isso mesmo não seria contado, e sim cantado... Bem, sabe-se como já foi dito que não se passa em um só canto, mas sim nos 4 que o mundo tem. Um canto de muitos cantos para ser cantado em todas as direções. Um canto de muitos encantos, não desses contos já contados muitas vezes, esse é um encanto da vida com magias reais, mas que ultrapassam os limites dos sonhos.
Como sempre me disseram que quem conta um conto aumenta um ponto, encarem mesmo com um canto e não como um conto, portanto, fiel ao que se sente e se pensa, sem pontos, aspas, vírgulas ou hipérboles desnecessárias. Posto que a história é minha e que eu mesma formatei este enredo... nem as margens estão fora do lugar (ainda que pareçam!).
Este é o início de tudo, mesmo já estando no meio, das muitas lembranças que tenho muitos fatos envolvem fotos, água e alegrias... poucas não envolvem risos, não por que tenha chorado pouco, mas por que a felicidade sempre me fez esquecer a tristeza (agora pelo menos não me ocupa a mente lábios virados pra baixo e lágrimas) e por que minha mãe sempre foi uma grande contadora de histórias... falando assim parece que ela mentia, mas não se trata disso, era um contar de histórias como o de "A vida é bela" que faz guerras parecerem brincadeira de criança e esse jogo eu sempre soube jogar, ciente de que todas as bombas do caminho poderiam me machucar de verdade ela sempre me fez ir em frente, não por medo, mas pelo respeito e pela fé que ela sempre me passou.
Andei pra frente também pela curiosidade que não chegou a matar o gato mas foi por pouco (quem sabe da história pode dar risada agora) e deixou muitos galos na cabeça e calos no coração. Fui colocando a mãozinha em ratoeiras enquanto ela era de todos os tamanhos (não, não, dessa vez eu pego esse queijo) e lá ía minha mãozinha crescendo bem do jeito que tinha de ser... a teimosia é herança genética dos Pagliuca, mas a cabeça-dura com certeza é cortesia da família Antunes, sem sombra de dúvidas." Trecho postado no dia 23/09/2010.
"Se existe algo que eu aprendi nesses meus muitos vinte e pouquíssimos anos de vida, foi que se relacionar com alguém é algo muito fácil... somos nós quem complicamos. Por tantas vezes as pessoas tentam esconder-se em estereótipos que nada tem a ver com o que elas realmente são. É a famosa tática da conquista, pena que não sirva para perpetuar a relação.
De qualquer forma reflexões acerca das relações amorosas inter-humanas andam assombrando minha mente. E me assusta perceber que eu também faço uso dos jogos de amor, que como já diria Herbert Viana: São pra se jogar mas, por favor, não vem me explicar o que eu já sei e o que eu não sei...
De um jeito ou de outro me vejo a desejar e menosprezar tudo isso, alternadamente e repetidamente, algo que me quer e não quer, que se conforma em ter e não ter... e não perde tempo... o que é o tempo? Eu, pra variar fico a esperar esse tal amor...
Há de existir alguém no mundo tão bom quanto meu senso crítico perfeccionista exige... há de existir um ser capaz de me fazer esquecer do mundo, do tempo e do sistema capitalista. Há de existir por aí uma personalidade forte e vitoriosa, dotada de uma alma apaixonada e aventureira... cuja mãe seja uma mulher de fibra sem falsos pudores ou moralismos, pois somente uma mulher assim para se responsabilizar por 50% desse personagem místico e heróico que construo pra mim.
Os outros 50% (que segundo minha mãe são de responsabilidade do próprio sujeito) seriam quase que transparentes de tanta honestidade e sinceridade... digo "quase transparentes" por que também me agradao mistério dos bons segredos e da intimidade particular de cada um.
Há de existir por aí alguém que me tire o fôlego só de me devorar com os olhos... que encontre na minha respiração o mapa à minha alma... que saiba me beijar com os lábios entrefechados, me buscar água, morangos... que coloque uma boa música e converse comigo coisas que só nós entendemos.
E o que ele precisa ter pra me ter? Sinceridade acima de tudo... e me querer mais que tudo também... mas além disso, precisa se portar bem a mesa, ser um bom cavalheiro sem deixar de ser másculo, ser carinhoso sem ser piégas... o meu homem precisa ser engraçado sem ser babaca, ser bem sucedido sem ser viciado em trabalho... ser independente, mas companheiro...
Este ser perfeito precisa se cuidar, se vestir bem, mas, jamais demorar mais do que eu pra ficar pronto... Precisa se abrir comigo sempre, ficar a vontade comigo e me deixar a vontade conservando aquele limite de intimidade saudável para manter a magia... Precisa ser inteligente e culto sem ser arrogante... Precisa saber falar de música, de teatro, de história... Precisa saber conversar sobre outros mundos, outras vidas, outros amores...
Ele com certeza já deve ter amado antes, mas não tanto quanto me amará... precisa se indignar com a ignorância e querer fazer algo para mudar o mundo... precisa fazer algo de fato para mudar o mundo!
O meu homem com certeza não pode gostar de música sertaneja... Deve gostar de natureza, de alternatividade... com certeza ele deve amar viajar... deve dançar forró sem rebolar mais do que eu... gostar de beber, mas sem exageros, gostar de pirar mas sem passar dos limites... esse homem que vai ser meu também deve ser seguro de si, sem deixar de me falar que sou sua e me fazer segura de que é meu... ele vai sempre ter certeza do que fala mas não vai ter vergonha de admitir quando errar.
Aaa esse homem... me faz sonhar acordada e me visita em sonhos... ele deve mesmo ser um cara romântico... que faz surpresas, dá presentes, traz flores, leva pra jantar e paga a conta (nem as super feministas não gostam disso)... acho até que ele gosta de cozinhar... gosta de crianças... ele com certeza quer ter filhos... mas não agora... afinal tudo tem sua hora... até a chegada deste homem!" Trecho postado no dia 21/09/2010

Quem diria, hoje estou aqui enamorada, com minhas exigências plausíveis preenchidas... Muito Legal. :)



To be continued...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Por que o espanto?

Venus de Medici
Hoje a tarde dei de cara com um artigo da jornalista Eliane Brum,  texto desta última segunda-feira, na coluna semanal que ela alimenta no site da revista época, de título: "Por que a imagem da vagina provoca horror"... pois curiosa que sou, já quis saber de que vagina ela estava falando... quem foi a sapequinha que saiu por aí expondo a perereca e assustando as moçoilas de família e os desavisados? Seria a Vera Fischer novamente? Não... Era apenas arte, digo "apenas" não no sentido depreciativo, mas no sentido de que não era nenhuma dessas xoxotas hipervalorizadas dos tempos de hoje, pode tirar o cavalinho da chuva... ela não era umas dessas peladinhas nem tão pouco enfeitadinha com penduricalhos. A dita cuja era pós-coito, anônima e peluda. Uma pintura de Gustave Courbet, o quadro "A origem do mundo" (L’Origine du Monde, 1866).

Desde sua execução este quadro já habitou casas em vários cantos da Europa, e os moradores do velho continente, embora a quisessem por perto, quase sempre a escondiam por detrás de cortinas ou outras pinturas menos chocantes. Ora... é apenas uma vagina. Compreendo que nem sempre ficamos ali namorando as nossas e que nem sempre ou quase nunca elas chegam ao estado de cansaço e exaustão retratado por Courbet... ainda por cima, exposta... mas é só uma vagina. Concordo que o nome já é suficientemente feio... como quaisquer de suas variações (boceta, xoxota, pepeca, perereca, perseguida... aiuHAIUhaiuh... vulva?)... mas como disse a Jornalista à sua faxineira perplexa com aquela imagem: “Mas, Emilia, metade da humanidade tem vagina – e a humanidade inteira saiu de uma vagina! Por que você acha feio?”

Adão e Eva. Mabuse, Século XVI

Hahahahaha... fiquei imaginando a cena... Emília, com os cabelos longos escondidos em um coque, saia cobrindo os joelhos... de súbito larga o balde, esparramando a água com alvejante no carpet rubro do chão do escritório de Eliane Brum e fica lá, a gritar para o eco daquela vagina arreganhada e em frangalhos... Meu Deus... eu repito, é só uma vagina... eu sei que ela sempre ficou cobertinha, escondidinha... desde Eva com sua folha de parreira... mas ela sempre esteve lá. Ora Emília, nos tempos de hoje, que as moças não temem em mostrar suas partes mais íntimas, ainda que sob as pinturas de Hans Donner, mas em REDE NACIONAL... brilhando na telinha como se estrela fosse...

Que tipo de vagina é essa dos carnavais de hoje que se acha mais importante e mais digna da fama do que a vagina peludinha de Coubert? Ora... por que berramos de medo e pavor para L'Origine du Monde e aplaudimos da arquibancada as que passam na Sapucaí? E mais, como enchemos de notinhas verdes as que estampam as capas de revistas que enfeitam as paredes das bancas de jornal e as gavetas secretas dos adolescentes e dos maridos...? E rejeitamos a cansada e trabalhadora vagina de Courbet? A condenamos a escuridão? Pois bem, cabe aqui uma bela analogia...

Marcha das Vadias de Porto Alegre/2012. Foto de Ana Rita Dutra.

As cortinas somos nós hipócritas a esconder a vagina... ironicamente, a nos chocar com mulheres que protestam mostrando os seios para provar ao mundo que o corpo é delas e de mais ninguém... que querem a liberdade de dispor do próprio corpo sem medo de que outros venham dispor do que é delas contra suas vontades ou desejos, agindo como se direito tivessem. Por que ao invés de nos espantar não nos unimos a causa dessas vaginas revoltosas que só fazem proteger honestamente sua própria área útil, seus próprios direitos de não pertencer a mais ninguém além delas mesmas?

Não estou a dizer que sou a favor da super exposição do corpo... acho mesmo que cobrir, para revelar pode ser muito mais excitante, o que estou falando é justamente acerca do contrário, o que contesto é essa sexualização desnecessária do corpo... a vagina de Coubert, na minha concepção, estava lá em um ato de protesto... embora tenha sido encomendada como objeto de desejo (Vide Artigo da Eliane Brum para entender)... não merecia ser amaldiçoada e vislumbrada as escuras, não merece ser endemoniada, rotulada de pecado... Ela prevaleceu em protesto... agora exposta alegremente no Museu D'Orsay em paris, sem cortinas e sem máscaras.

L'Origine du Monde - Gustave Courbet

Enquanto as vaginas carnavalescas continuarão a se preparar para o próximo desfile ou se maquiar para o próximo flash, livres, leves e soltas... sem que isso nos cause espanto, afinal, acabamos achando normal a materialização e comercialização da vagina das celebridades... Já as nossas continuaram encobertas... escondidas e temerosas... tendo que cumprir sua função social... aparições públicas só entre quatro paredes e muito bem apresentáveis, cheirosas, perfumadas e sem os odiosos pelinhos da vagina de Coubert. Feliz e livre mesmo é a vagina do Courbet que não tem mais preocupação alguma na vida nem com a violência das ruas... nem com os padrões estéticos atuais.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

All we need is Love... And Chocolat!



"Então é isso. A gente acorda com esses pensamentos inebriantes, passa o dia saltitante, adentra a noite sorridente e se aconchega em um abraço." Já faz quase um ano. Com paixonite de três meses, com intimidade de 10 anos, com expectativa de mais 7 vidas... foi-se há poucos o dia dos namorados. O que pensando bem, não faz a menor diferença à nós dois... por que é todos os dias que ele me surpreende com esse gestos casuais de sempre estar presente, ativo e apaixonante!

Mas que foi lindo foi... essa minha manteguinha derretida... que se agrada fácil com umas (duas, três, quatro...) barras de chocolate... e se emociona e me emociona com palavras e com gestos... que divide comigo a garrafa de vinho servida em doses generosas nas taças que escolhemos juntos... E é tão bom que te agrada tudo que me agrada... Um bom vinho... bons queijos... uma saladinha... Tudo bem temperadinho com o nosso amor...

E quem me viu, viu, quem não viu, não vai ver mais! Rá! Quem me viu varar as madrugadas entorpecida e bailando por aí... nas Raves de Ribeirão Preto ou em Curitiba, ou nos botecos da cidade Princesina... hoje nem acredita que criei um sonho de "Felizes para sempre"... que saio pra dançar um sambinha de vez em quando em um certo Bar Doce Lar de bom gosto... mas que volto cedo, pois prefiro o aconchego das minhas cobertas, muito bem acompanhada e saboreando essas boas comidinhas preparadas especialmente pra nós dois... assistindo filme ou ouvindo uma boa música...


Se for pra sair que seja pra um restaurante novo, em clima de romance, para novas experiências gastronômicas, ou pra ir ao cinema, ou comer um Fondue com os amigos e beber um bom vinho ou espumante borbulhante... que seja sair por aí conhecendo novos lugares... fazendo planos, namorando lojas de móveis e plantas de imóveis... recusando balada... namorando palavras com letra maiúscula e fazendo listas de tudo... quem diria... é o amor...

Esse que muda a gente e as nossas prioridades... e que me fez assim, preferir assado aos poucos do que frito (se é que me entendem!), preferir uma Champagne de vez em quando do que um belo porre de cerveja quente de uma festinha Open Bar qualquer a cada final de semana... Já vivi e experimentei tanta coisa e tanta gente nessa vida que não tem como dizer que não estou certa dessas minhas escolhas nesse último ano... as provações já foram consumadas e vencidas.

Afinal, tem um momento na vida da gente que a gente precisa fazer certas escolhas, eu escolhi ser feliz com alguém que me faz feliz e me deixa falar besteira, fazer besteirinha e exalar felicidade, foi essa a minha escolha! Diga-se de passagem, que bela escolha!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

...no País das Maravilhas!




E sim, por que me disseram pra falar das flores... então é uma ótima ideia cantar... cantem comigo (e imaginem a cena...)!

"Ó, no meu mundo...
Meu gatinho ia ter um lindo castelinho
Ia andar todo bem vestidinho
Nesse mundo só meu.
Minhas flores
Quanta coisa eu não diria as flores
Contaria histórias para as flores
Se eu vivesse nesse mundo só meu.
Passarinhos
Como vão vocês, meus passarinhos?!
Vocês iam ter milhões de ninhos
Nesse meu mundo só meu.
Poderia num regard to a arrière poder cantar uma canção sem
fim
Quem me dera que ele fosse assim
Maravilhosamente só pra mim!"

Alice no País das Maravilhas
Walt Disney

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rest In Peace!


Pit, Pitú, Pitucha,  Pitoca... Pitanga!

Não vou falar de nada politicamente importante... nem de nenhum grande acontecimento mundial ou interno pseudo-sentimental... Vou falar de algo que não sei bem explicar... nem posso supor a razão... é uma sensação que não se explica... a de perder alguém importante, para mim, mas mais ainda para pessoas importantes para mim.

Eu não sei bem lidar com essa história de perda... talvez por que não tenha nunca perdido pessoa verdadeiramente próxima e fundamental... mas sei bem como é perder um bichinho... Não sei se já contei aqui... mas meu pai, certa vez com seu jeitinho sutil, se deparando com meu pranto pela perda da Taigra (que ganhei muito pequena e que se foi as voltas do meu aniversário de 06 anos picada por uma cobra) me disse: "Imagine minha filha se fossemos chorar por toda borboletinha que morre, elas morrem todos os dias, vivem muito pouco... e as cachorrinhas também morrem, acontece!"... e eu: "As borboletinhas também morreram? Buáááááááá..."

Ah... não vou dar razão pra ele desta vez... acho que o jeito é chorar sim... sentir a perda e as saudades doendo no peito... sei lá... não era uma borboletinha que voa por aí dando bola pra todo mundo... não... é o nosso bichinho... que a gente viu nascer, que a gente deu amor... que nos deu amor, incondicional acima de tudo... poxa... é a nossa pequena criaçãozinha, criancinha, criaturinha... por que bichinho de estimação é que nem criança né? Depende da gente, dos nossos cuidados, da nossa dedicação...

Amor... é só isso que eles precisam para ser felizes... e eles estão ali... amigos... É como minha mãe diz: "Um bichinho pode mudar a vida de uma pessoa"... e mudou... mudaram... cada um deles que cruza nosso caminho já chega nos tirando a rotina... alterando nossas prioridades, alegrando cada chegada em casa quando eles estão lá, abanando os rabinhos ou se enroscando em nossas pernas, latindo ou ronronando...

Eu senti falta da Taigra... senti falta da Mani, da Esmeralda, do Bacana, do Bravo, da Bella, de tantos outros que passaram em nossas vidas... e agora, vou sentir falta da Pitanga... "...foi assim que a esperança se foi... e se veio... por que ao mesmo tempo que pensamos na dor da certeza de que ela nunca mais irá voltar, esperamos sinceramente que esteja bem onde estiver... R.I.P. Pitanga!"

Queria muito que esses bichinhos fossem eternos... como são na nossa memória!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Questão de saúde!



Acho que eu peguei uma dessas doenças de cidade grande capitalista. Os primeiros sintomas se dão com a quebra do freio dos pés. Depois o dinheirinho que outrora ambicionava alegremente, não é mais suficiente. As roupas, os sapatos e os acessórios não servem mais... Na calçada, a inquietação e a desconfiança são constantes... crises de medo e de raiva... Meu Deus... Estou doente!

Não é por que hoje é aniversário do meu pai e ele, Pontagrossense que é, sempre disse que Ponta Grossa seria a melhor cidade do mundo para se viver... Mas preciso confessar que em algum ponto talvez ele estivesse certo. De todos os defeitos que a cidade tem e de todos os dramas que me envolveu, doenças de cidade grande com certeza não é um deles.

Falo dessas doenças sociais... dessas grandes batalhas pelo poder que ocorrem nas instituições e nichos das grandes amontoações de gente. Não sei se é um vírus, uma bactéria... uma mera inflamação... sei que infecta (Perdão, amigos médicos, pelos termos equivocados!) cada habitante do grande meio ambiente urbano, de uma forma ou de outra.

"PG City" (como gostamos de chamar), com todas as queixinhas que me fez ter, ainda guarda em si aquela imunidade que só os anti-corpus interioranos podem proporcionar. Muitas vezes chamei de mediocridade... talvez seja... mas esse pensamento tradicionalista, do qual tanto reclamei, me fez por muito tempo (ou nem tanto assim)  evitar a super-exposição e por consequência a contaminação pessoal por estas doenças de cidade grande, muitas vezes não diagnosticadas.

Talvez não seja um drama de cidades grandes ou pequenas... talvez seja um drama de humanos... dessas aglomerações de pessoas que, como bem sabemos (e já falamos sobre isso aqui "N" vezes), são sujeitas ao bem e ao mal. Parece que em grandes grupos, com a possibilidade de esconder-se por trás de máscaras e dissimulações, a maldade se sobressai.

É isso que me assusta. Que me tem deixado na defensiva... que tem me feito exitar em questões que jamais exitei... É essa maldita doença que me faz acordar de madrugada com medo de chegar atrasada... que me faz preocupar tanto com horários... quem me conhece sabe que eu nunca fui do tipo britânica... pontualidade nunca foi uma das minhas qualidades... talvez por isso a falta dela tenha se transformado em uma enorme neura!

Acho que o jeito é dar uma fugidinha (Que horror falar essa palavra e lembrar daquela música ridícula!) pra algum lugar distante... Dar uma pausa no cérebro e no relógio... Que tal Amor? Eu e você? Você e eu? To topando Pernambuco ou Parati, praia ou serra, na rua, na chuva ou na fazenda... até casinha de sapê... desde que eu possa ficar de resguardo, longe desse vírus horripilante que é a neurose urbana.

Pode ser???

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Calma... eu sou do bem!




É um tanto quanto divertido o pavor nas palavras das pessoas que leram meu desabafo do post anterior... Acho que não me compreenderam bem e, como algumas dessas pessoas me são caras, cabe aqui me explicar.

Apenas questionei a bondade natural do homem... questionei o que faz com que alguns seres-humanos se esqueçam de sua própria humanidade... questionei os motivos de cada vez mais termos que conviver com seres que não se importam com os princípios da moralidade e da ética... sem falso moralismo, não estou falando de valores tradicionais, estou falando de valores reais que envolvem, principalmente, o respeito pelo próximo.

Ele simplesmente não existe em vários âmbitos! As pessoas não tem pudores em mentir, em pisar em cima dos outros, em cercear o direito alheio, em dissimular em proveito próprio... ou sem tirar proveito algum, mas, simplesmente pelo prazer de atingir outrem.

Nesta última segunda-feira (Dia 21/05/2012) eu fui atingida em cheio por uma dessas mentiras que as pessoas contam em proveito próprio. Cercearam meus direitos, mentiram para que eu não me manifestasse em tempo hábil, para que não pudesse, com a requisição do direito que me cabe, prejudicar certo episódio que viria a acontecer. O episódio ocorreu, a máscara caiu e eu... eu? Eu nada... eu que corresse atrás do prejuízo que me causaram!

Corri, me esgoelei e consegui resolver, não sem prejuízos, uns concretizados, outros certos e iminentes... mas resolvi... a princípio, dependendo da palavra de um terceiro, que depende da autorização justamente do ente prejudicador! Ou seja... fico eu aqui novamente dependente do sistema... dependente das hierarquias injustas, das burocracias não residuais, que servem apenas àqueles sem grande influência no poder.

Mas tudo bem... do lado de cá continuo dormindo bem... e bem acompanhada. Do lado de lá... iniciam-se aqueles primeiros sintomas da Lei do retorno... bem por que, meu santo é forte e minha mãe sempre me disse que tem muita gente lá em cima me protegendo... no fim das contas... vale mais a proteção e o poder aqui no plano terreno, ou esse que eu tenho lá em cima? Eu sei da luz que recebo... e agradeço todos os dias por isso.

Pois bem senhores... foi apenas isso... um acesso de raiva desse sistema podre em que vivemos! Uma vontade incrível e quase que incontrolável de fazer justiça com minhas próprias mãos... e fiz... sem violência, sem mortes... afinal, estudo pra isso, para lidar com as injustiças do mundo, pelos meios legais... relaxem... por que eu já relaxei!