sábado, 24 de dezembro de 2011

Já é Natal! Um novo ano vem aí!


Esta época do ano sempre me deixa nostálgica, talvez por que signifique que o tempo passou, que serão mais 365 dias relâmpagos completos a voar pela minha história. E fico aqui a colocar na balança todos os prós e contras de 2011... a analisar as novas descobertas, a ponderar e tentar compreender as mancadas alheias e as minhas próprias, a desejar menos distância das boas almas que estão longe, a implorar mais distância das más que estão perto demais.

Pra falar a verdade, depois que descobri que papai noel não existe, fui desgostando aos poucos do natal... este momento familiar de trocas de presentes, mais presentes e mais presentes... e comida, mais comida e mais comida... sei lá... no dia seguinte a gente acaba comendo as sobras, por que todo mundo sabe que como todo ano, foi feita comida demais; acabamos retomando as antigas richas e cobrando as antigas dívidas por uma noite feliz outrora momentâneamente perdoadas.

E assim que passa o natal chega aquele dia fatídico, que anuncia o raiar de um novo dia de um novo tempo de um novo ano que começará... com as mesmas promessas vazias, com os mesmos desejos desacompanhados da força de vontade necessária para realizá-los. A maioria de nós voltará aos seus postos de trabalho para continuar ignorando o mal social, simplesmente para evitar incomodações e nesta época agem especialmente como se realmente se importassem com os cachorrinhos abandonados, com as crianças órfãos... agem como se nesta época fizessem um bem válido para o resto do ano seguinte.

Afinal de contas, o que significa o Natal? A maioria nem sabe que comemora-se a chegada ao mundo, o nascimento, de um homem que sofreu como um cão que, na sua época nem havia sido levado a sério e que morreu, pendurado na cruz. Aí a gente ignora que ainda hoje tem muita gente que sofre muito mais, que come muito menos, que vive muitas vezes mais humilhações e que ao invés da cruz vão terminar em valas ou enterrados em gavetas indigênciais. Comemoramos!

Eu acho triste que continuemos a viver como há 2012 anos atrás. Dando valor as pessoas erradas e importância aos falsos acontecimentos, lutando pelas causas perdidas e ignorando as verdadeiras batalhas. Riscando do mapa caminhos que deveriam ser traçados, alterando rotas pra que todos encarnem injustamente neste terrível ciclo vicioso que é a sociedade pobre e desmoralizada em que vivemos, onde "ter" vale mais do que ser... e "fazer" não tem crédito nenhum se não vier acompanhado de um glamuroso "mostrar".

Discurso desanimador para o natal? Pois é... é que fico inconformada e é como me sinto ao ver a hipocrisia e a política consumeira que reina no mundo neste período... eu tenho desejos para o ano que vem... e apesar de parecer piegas, o que eu queria mesmo era a paz mundial... não no sentido Miss Universo com aquele sorriso forçado e peitos saltando para fora do vestido... o meu desejo de paz mundial é de uma aplicação muito mais humilde, mas com anseios ambiciosos de proliferação do bem.

Que comecemos fazendo um bondade a nós mesmos, depois aos nossos familiares... que comecemos sendo educados e respeitosos no dia a dia com os mais próximos... que sejamos firmes na guerra contra a corrupção e não apenas superficialmente. Que não permitamos os pequenos roubos de sossego para que mais tarde não acabemos lutando por um copo d'água e acusando uns aos outros como é de praxe que aconteça.

Acho que no fim das contas é só isso que eu quero mesmo... a paz mundial, no mundo particular de cada um de nós, para que nossos mundos, embora diferentes, não entrem em conflito por divergência de opinião ou diferença de formação. Um Feliz Natal e um próspero ano novo para todos nós!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Calar e Falar!



E um dia, Deus, no alto de sua magnificência, desceu apressado pelos degraus do Éden, largando seu livro de cabeceira aberto em cima de uma nuvem qualquer que passava! Lá de cima ele conseguia enxergar o clarão... eram centenas de milhares de explosivos... não só de fogo, mas principalmente de palavras... que se jogavam ao vento em tiro cruzado entre os humanos de sua criação!

O fruto do seu trabalho, julgava o criador, era falho! Largara os humanos no mundo sem manual de instruções e faltava à maioria deles um ingrediente essencial chamado bom senso. Faltava a sensibilidade da percepção quanto aos sentimentos e desejos alheios. Talvez por que a socialização dos seres tiravam-lhes algo que julgaram erroneamente mal, o instinto!

Talvez, se os filhos de Adão e Eva se permitissem sentir seus desejos mais internos, assim cuidassem mais um dos outros. Talvez a animosidade animalesca trouxesse algo de bom e de mais espontâneo a regrar os jogos das relações inter-humanas. Aceitar que os sete pecados capitais vêm de dentro, bem como as dádivas, estas bem mais fáceis de conviver e aceitar.

Deus pôs-se a observar de perto seus filhos, tão perdidos quanto desvirtuados, sem noções de limites ou de respeito ao próximo. Destruindo amores por não saber como lidar sequer consigo mesmos. Construindo a paz aparente sob pilastras frágeis de medo e feridas mal cicatrizadas, valorizando o que não vale nada e ignorando as verdadeiras dádivas divinas.

No segundo de um piscar de olhos, Deus os calou. Cessou a guerra de palavras e fez com que apenas sentissem. Discursou mentalmente acerca da necessidade de perceber o outro além das letrinhas justapostas, falou da importância do sentido além da visão, do olfato, do tato, do paladar e da audição... era aquele sentido que não se vê mas se ouve em silêncio, como se devêssemos (e devemos mesmo) saber o próximo passo a ser dado apenas por dar um pouco mais de atenção a nossa sensibilidade.

Uma sensibilidade que nem Deus conseguirá explicar ou entender, mas que, sabia ele, era crucial ao bem estar terreno. Era essencial à busca pela perfeição criativa, ao reconhecimento do respeito ao próximo e à nós mesmos. Deus sabia que respeitar o sexto sentido (ou instinto, como preferir chamar) era parte importante do processo de autoconhecimento, através do qual, o homem obteria a honra de estar perto de Deus.

Neste dia, em que o Criador reencontrou a Criatura ele explicou e entendeu que apenas conhecendo-se internamente e aceitando o bem e o mal que nos coabitam, poderemos ter controle e ponderar com sensatez nossas atitudes e desejos a serem externados. Ainda, conhecer a nós mesmo é a única forma de conhecer ao próximo. Deus não condenou as palavras, mas deixou claro que se elas não fossem utilizadas com parcimônia, a voz não teria mais a menor importância e que um dia então, falar, seria o mesmo que calar.

Foi então que o homem se calou, parou de pensar com o cérebro e começou a pensar com o coração.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

5 meses depois: Em grande estilo!


Ristorante Moscardini

Haveria de ser uma noite especial, reservada para fazer-nos felizes em nossa comemoração, e foi. Dizem que fazer de cada data um acontecimento especial, faz bem para qualquer relacionamento e, é o que temos feito nesses últimos 5 meses. Especialmente, ontem, variando da culinária japonesa, tradicional em nossas refeições especiais, resolvemos experimentar algo diferente. Eu terrivelmente saudosa dos frutos do mar da Ilha da Magia, descobri, via um desses sites de compras coletivas, um restaurante que serviria um convidativo Risoto de Camarão com Palmito Pupunha e de sobremesa: Petit Gateau.

Claro que, se tratando de camarão e chocolate, não foi tão difícil convencer Rafael Fontana a abandonar o peixe cru! Lá fomos nós e confesso, não esperava tanto, afinal, me companhou aquele meu velho preconceito: Frutos do mar frescos e bons? "Somente onde se pode pescá-los". Pois descobri, no número 3200 da Rua Mateus Leme, no Bairro São Lourenço, em Curitiba, que eu estava errada.

Jean, o Simpático!
Logo na chegada, nos recebeu o simpático Jean, fazendo questão de nos deixar a vontade. A decoração com ar de cantina italiana tratou de atiçar nossas origens. Escolhemos uma mesa reservada rodeada pelas 2.600 garrafas de cachaça, a maior coleção do sul do Brasil. No princípio antipasti: azeitonas, castanhas, frutas secas, patês de gorgonzola, de tomates secos... acompanhando torradas (ou Bruschettas) e um pão italiano finísimamente assado, crocante e delicioso (o qual eu gostaria de saber o nome!).

Na sequência o Chef Erasmo Bulzico nos surpreendeu com seu incrível risoto de camarão com palmito Pupunha, iscas de peixe e, posteriormente, com  o delicioso Petit Gateau. Um post? Adoração tamanha a ponto de escrever um post sobre uma experiência gastronômica (algo que não é comum)? Não foi apenas por que a comida estava deliciosa, mas também, por que ter oportunidade de encontrar boa educação e apreciar bons pratos (ao mesmo tempo) é raro e, na minha opinião, algo essencial ao bom paladar, principalmente para nós, clientes chatos e exigentes.

As delícias

Não se trata de apenas servir, trata-se de respeitar o cliente, tanto na realização do serviço, quanto na lealdade para com a proposta que a casa apresenta, incluindo o preço. Com pouco mais de duas semanas da inauguração, o Ristorant Moscardini já demonstra um equilíbrio impecável na sequência da apresentação dos pratos, na calma agradabilíssima (sem atrasos) da equipe como quem diz ao público: "Relaxem, nós sabemos o que estamos fazendo". E relaxamos, apreciando cada momento das explosões de sabores que nos foram oferecidas.

Cardápio? Não vimos... ainda não estava pronto... mas não se preocupem senhores, isso não foi incomodo, nem empecilho para as nossas escolhas durante o jantar, pelo contrário, para as bebidas, citei minhas preferências e trouxeram-nos pessoalmente as garrafas para nossa decisão, o que dá um ar de exclusividade, sabe como?. Lambrusco Cella, perfeito como sempre!


Petit Gateau

Saímos de lá plenamente satisfeitos, levando na sacola alguns itens diferenciados: Água de rosas da culinária árabe, Azeite de Oliva Espanhol com acidez 0,1% e cerveja alemã; e no coração a certeza de que após essa temporada de férias, voltaremos, sem sombra de dúvidas, ao Ristorant Moscardini, pois ficamos sabendo, sem falsas modéstias, que o Chef nos preparará o melhor Fillet a Parmegiana da cidade. Aguardarei, ansiosamente Chef. Surpreenda-me!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Escolhas, Semancol e Positividade! ESSENCIAL!



Eu? Sabe, detesto gente inconveniente! Falo de todos os tipos de inconveniências, tanto as de cunho pessoal quanto as de cunho social. Não gosto de reincidências, de insistências e tenho pouca paciência com miolos desfavorecidos. Ainda por que, estou de TPM, e que mulher que tem paciência e bom humor constante em pleno período pré menstrual? Porém, espero ter, e tenho com certeza, ao menos 25 dias por mês de positividade e alegria!

Certo dia, estava eu a esquentar a cuca com o futuro do mundo, mas no outro já amanheci carnaval, com uma primavera a mais e coração saltitante de ansiedade. Neste dia amanheci em paz, com os olhos mareados do sono mal dormido, a boca com o gosto do álcool da noite anterior e a canela roxa de uma, ou várias batidas quaisquer, oportunamente esquecidas. O estômago roncando vazio, oco, mas tudo bem, por que a mente reinava cheia de suaves lembranças de risos. Eu quis assim!


Risos, vários deles... primeiro de esperança, depois de surpresa, e ainda em seguida apenas de bobeira... logo mais tarde de alegria suprema de felicidade que invade salões de festas, churrasqueiras, sofás lotados, cangas espalhadas... eram risos de amizades e amores correspondidos, tantos e tantos que até se poderia duvidar se não se acreditasse piamente na tal da reciprocidade. Felizmente eu acredito!

Eu sei que as vezes você acha que sorrisos são falsos... sei que muitas vezes eles saem da tua boca pra fora depois de engolir um sapo e um punhado de saliva amarga. Sei que tantas vezes querias usar os dentes pra morder e não para sorrir! Mas tudo bem, por que sei também que para aqueles que acreditam os sorrisos podem ser bem mais do que um cartão de visitas ou uma simpatia formal. Que se as mordidas fossem de carinho os sapos acabariam se mudando de boa pra lagoa, coaxando por lá mesmo e não em vossa garganta! E os suspiros? seriam de prazer e não de lamento!


Não foi por que li em algum poema clássico que felicidade existia e que o amor verdadeiro haveria de aparecer um dia... muito menos por que nos momentos de ócio encontrei alguma frase bonita de algum autor conhecido no facebook declarando que: A vida é bela! Nem tampouco foi por que tive sorte, prefiro chamar de magnetismo, bons pensamentos, geram bons acontecimentos! E foi por que nunca tive medo da vida, não deixei de andar pra frente por temer o que viria depois, eu apenas vivi! Escolhi viver!

Também por que cultivo uma vasta produção de "semancol" em meu próprio organismo, o suficiente para receitá-lo a ti e afirmar que ele é essencial na relação com o próximo. É ele quem garante que o espaço do outro vai continuar sendo o espaço do outro enquanto ele quiser assim. É o que mantém os limites das intimidades, o que permite as liberdades de sentir e falar sem magoar e sem extrapolar a linha tênue que diferencia a simples e boa educação dos sentimentos verdadeiros. Acho até que semancol tem boas parcelas de respeito em sua composição! E como tudo na vida requer respeito, asseguro que ele é essencial!


Se tem algo que posso receitar, além do filtro solar, é mesmo o tal do "Semancol", necessário ao amor, à positividade e a todas as outras coisas que envolvem as relações mundanas e humanas!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Propaganda eleitoral fora de época?




Extra-Extra! Não sou macaco Simão com suas notícias bombásticas mas me dou o direito de questionar! Hoje pensei seriamente (e até iniciei um post) em escrever sobre sorrisos e alegrias, mas como sempre, as dúvidas sociais e as palhaçadas mundanas acabam dando mais pano pra manga do que os lindos finais de semana como esse que acabei de viver (além do que, divulgar toda essa minha alegria vai acabar destruindo minha pimenteira antes da 1ª semana de tanto olho gordo!).

No auge dos meus 18 aninhos (não conte pra ninguém que são 23), depois de um longo semestre de aulas de direito eleitoral... receber ligações do Prefeito Luciano Ducci, falando do bem que sua gestão está fazendo à cidade de Curitiba. semanalmente, (só hoje duas vezes), me parece um tanto quanto suspeito, já que ainda não estamos em período eleitoral (período em que são permitidas as propagandas pessoais dos candidatos).

Pela chatice da irritante voz que falava do outro lado da linha, resolvi primeiramente ligar para a prefeitura (156) e tentar resolver o problema das ligações indesejadas:

- Central de atendimento 156, Boa tarde!
- Boa tarde, eu ando recebendo ligações do Prefeito, nas quatro linhas do escritório, falando de obras e benfeitorias que eu ainda não vi... (blá blá blá) ...é possível retirar os meus números do cadastro de vocês?
- Pode me falar um dos números senhora?
- (falei)...
- Aaah, esse número entrou nos nossos cadastros por um protocolo de muitos anos atrás, relativo a um semáforo...
- (Olha a minha cara, o que isso tem haver?) O.o
- Não sei como retirar senhora... a senhora poderia ligar pra operadora e ver se eles podem bloquear os números de receber essas ligações...
- O que? Esquece... o senhor sabe de onde partem essas ligações?
- Só um instante... sim, da CRM, Central de Relacionamento Municipal... a senhora poderia ligar lá...
- E o senhor acha que lá podem resolver o meu problema?
- Não sei, acho que não...
- Ok, obrigada! (Essa continua sendo a minha cara) O.o

Foi quando tive uma ideia genial, vou ligar no TRE, talvez lá alguém possa receber a denúncia de que o senhor Luciano Ducci anda se promovendo as custas da linha de relacionamento do município, fazendo sua propaganda eleitoral fora de época! Liguei! depois de muitas transferências, cai na 4ª Zona (zona mesmo!) lá havia alguém (educada, educada de verdade) que iria ficar responsável pela propaganda eleitoral nas próximas eleições... "desculpe, não esse tipo de propaganda, apenas propaganda de rua, isso aí é na 1ª Zona... mas a denúncia deve ser feita pessoalmente, traga seu CPF, RG, comprovante de endereço que eles recebem a denúncia!"...

E eu, mais uma vez dei com os burros n'água... sabe o que vai acontecer? Meu RG, meu CPF e meu endereço ficarão eternamente em algum banco de dados escuso, lista negra dos poderosos, eu com certeza serei intimada para trabalhar nas próximas eleições, na zona mais longínqua possível... e concursos públicos? Posso esquecer...nem eu, nem meus filhos e mais ninguém que conheço vai conseguir qualquer coisa no serviço público!  Se querem saber... uma vez me falaram que eu deveria postar a resposta, não só a polêmica... e eu continuo a responder:

Não tem resposta, isso tudo aqui é um labirinto... eu só quero fazer as pessoas entenderem que somente como um povo unido, poderíamos quebrar as paredes e sair daqui, fazer um lugar melhor pra se viver... Eu não sei por que diabos ainda acredito que é possível, mas é minha única alternativa, acreditar que vai dar certo... embora tudo indique que não vai!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Esquerdismo: Doença infantil do Comunismo!


Desde a ocupação da USP pelos ditos Estudantes de Filosofia vejo estourar feito Pipoca no Facebook e na Folha de São Paulo matérias, colunas e posts ridicularizando os pretensos "revolucionários". 

Principalmente por que não se sabe ao certo pelo que estes jovens estranhos protestavam. Seria pela paz mundial? Quando acendiam seus baseados, requeriam a ausência da PM e se aconchegavam em seus colchonetes e barracas temporariamente, sabendo que talvez aquele !back! escondido na geladeira não seria suficiente pra mais uma semana de protesto e que sinceramente, seus chuveiros a gás, suas camas box e suas TVs de LED eram bem mais acolhedoras que a reitoria fria e desalentadora daquele antro de retrógrados tradicionalistas!

Apenas esqueciam-se que a meia causa pelo que lutavam, sem bases, sem justificativas, sem nexo... tentou vulgarmente reavivar certos protestos já realizados. Somente esses cérebros deveras debilitados pela perda dos limites e o excesso (este que nunca é bom) para não perceber que não estão fazendo nada de novo e surpreendente. Que surpreendente seria se usassem suas massas cefálicas para desestruturar esquemas de corrupção ou para ocupar o senado requerendo o julgamento em regime de urgência de causas bem mais importantes que a "Maconha no Campus da USP".

Talvez, se ao menos tivessem lido a revista TRIP em sua edição especial acerca deste tema que tanto os interessa, soubessem embasar sua luta. Talvez se usassem esse empenho todo para dar um gás (Hahaha, sacaram o trocadilho?) em discussão plausível que é a tão esperada descriminalização da Canabis Sativa. Se pensassem como um todo e com neurônios e não apenas com seus umbiguinhos cansados de serem repreendidos pela prática de algo que até então (digo eu: infelizmente!) é ilícito e, ao contrário do que supunham, não resta direito algum no que exigem em seus cartazes porcamente esquematizados.

Quem sabe, se utilizassem algum dos conhecimentos que tinham quando obtiveram êxito no processo seletivo de uma das faculdades mais concorridas do Brasil (não estou falando do curso e sim da Instituição!) pudessem perceber o quanto banalizaram e desvirtuaram uma batalha que não salvaria apenas suas mentes lhes dando o direito a um "barato maneiro" e boas risadas... Mas também vidas que dependem da regulamentação da Maconha para que se possa progredir nas inúmeras pesquisas idealizadas e mundialmente comprovadas acerca dos benefícios do uso desta como droga medicinal.

Em outras partes do mundo os ocupantes de Wall Street teoricamente requerem uma nova ordem econômica, ainda que Luiz Felipe Pondé, em sua matéria na Folha Ilustrada no dia 07 de Novembro, diga que "Esta invasão de Wall Street foi uma modinha das grandes cidades da costa americana, assim como seus desfiles de moda, seus chefs de cozinha étnica e seu gosto por clássicos da literatura somali, sem os quais o mundo não seria a mesma coisa..." Ainda acho que é mais importante do que protestar por acender seu baseado em paz em sua própria Universidade, como se o Campus fosse um território a parte, alheio a soberania e a ordem nacional.

Quanto as modinhas que pegam primeiro no hemisfério Norte e na estação seguinte aqui pra esses lados do Sul do mundo, receio que sejam inevitáveis, tais como os protestos imbecis enquanto ainda os dermos crédito e publicidade. Porém, gritar "Paz" ou "Não ao capitalismo!" mesmo que portando uma bolsinha  Louis Vitton, ainda me parece mais digno do que gritar "Me deixa fumar maconha!" ou "10% do PIB pra educação" enquanto se pixa e vandaliza exatamente o local de ensino, exigindo que se tenha que gastar mais com as reparações dos danos, com a movimentação da máquina judiciária e ainda, que se permita, que os tubarões do sistema achem utilidade em seu protesto sem causa para captar ainda mais recursos em seus caixas dois, dizendo que o dinheiro foi pra curar a doença infantil que vocês, baderneiros, causaram no Sistema de Educação Superior Paulista!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Arte de Ser Feliz!



Relembrando as palavras de Cecília Meirelles em texto de título igual a este aqui em cima: "Houve um tempo em que minha janela se abria..." e continuo com minhas memórias: ...em que minha janela se abria pra uma garagem de chão de brita... o sol batia em cheio na vidraça, refletindo pelas frestas da cortina de madeira preta com suas borboletinhas penduradas, as 6:30h em ponto a porta se abria lentamente e a carinha dele aparecia me fitando com aqueles olhões arregalados e miando como quem diz "Bom dia... já acordei! Vem brincar!"... era um pulo só e já estava em cima de mim colocando o nariz gelado no meu, afiando as unhas no meu cobertor e tentando pegar meu pé, que se movimentava propositalmente, como se fosse uma presa que fugia por debaixo das cobertas...

Eu olhava pra ele, ele olhava pro pé, pra coberta, dava aqueles pulinhos de travessura, umas voltinhas em torno de si mesmo, se aconchegava aos poucos na minha barriga ou deitado no meu ombro. "...e meu coração ficava completamente feliz."

Não sei por que hoje me lembrei desse momento... O que sei é que naquela época pouco importava o quanto eu estava sozinha, por que com ele por perto eu sempre tinha boa companhia e aqueles pequenos espaços de tempo permeados de uma alegria simples de um gatinho se embrulhando em lençóis e travesseiros significavam pra mim um bom motivo pra não levantar de mal-humor. Significava que aquele era um novo dia e que independentemente do que se deu no tempo que passou, o que estava por vir estava em minhas mãos esperando que eu o fizesse melhor do que o dia de ontem.

Hoje minha janela abre pra lugares diferentes de outrora... da varanda do apartamento agora eu observo um horizonte desconhecido, lar de mais de um milhão de pessoas na capital paranaense, um trem que passa, a chuva que vai e vem sem respeitar previsões meteorológicas... de manhã cedo... não é Alic, o gatinho mais fofo de todos os tempos, quem me acorda... e sim o celular, que vibra a cama inteira e em seguida uma voz, quase sempre suave, doce... "Bom dia amor..." ... Bom dia... é minha dose de alegria matinal, meu impulso pra levantar da cama e despertar em um novo dia, diferente de ontem... sempre melhor!

Normalmente este período de um mês e meio ou um mês que antecede meu aniversário é sempre recoberto de névoas, mágoas, tristezas, estresses excessivos, meu inferno astral... esse ano tenho orado e agido para que seja diferente... que seja um período de coisas boas, de preparações ao que promete ser um novo ciclo, repleto de bons sentimentos e lindos acontecimentos. Eu percebi que ser feliz só depende de mim e embora as vezes os acontecimentos alheios e os fatos externos insistam no contrário, a minha escolha foi essa, sorrir apesar de tudo, não levar a vida tão a sério, viver intensamente... quebrar tabus, destruir preconceitos, cultivar sonhos, abolir rancores.

Eu não preciso de Champagne todos os dias, mas se me der vontade eu quero poder comprar e beber a vontade até ficar meio alegre e dançar o trenzinho da alegria... não preciso ficar terrivelmente gorda, mas não vou me torturar se de repente eu quiser dividir com alguém aquela barra inteira de chocolate branco com cookies... cumpro minhas obrigações, trabalho direitinho, frequento a faculdade, tiro boas notas... mas se algum dia eu preferir ir comer uma pizza ou ir ao cinema ao invés de assistir uma aula chatíssima e improdutiva de história do direito, tudo bem também... acho que precisamos ser flexíveis frente as inflexibilidades da vida... creio que o grande segredo da felicidade deve ser este, saber dosar os prazeres e os deveres... misturar as coisas... pra que o dever fique mais divertido e o prazer não extrapole os limites que nos cabem... fora isso, acho que basta querer mesmo, basta querer ser feliz! E eu com certeza quero!

Bibliografia: MEIRELES, Cecília. A arte de ser feliz.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Rede (anti) Social!




E um belo dia nossas vidas foram invadidas por uma avalanche de redes sociais com as mais diversas finalidades. O poder da popularidade promete a felicidade de encontrar o par perfeito, o sexo mais gostoso, o amor puro e verdadeiro, os amigos que mais se divertem em todo o universo e a sociedade mais incorrigível que poderíamos formar, já que todos nós, por detrás da tela, somos contra a corrupção!

Sempre optei pelas redes básicas, as que estavam mais na moda e que me permitiriam conversar com mais amigos e conhecidos de todas as partes do mundo ao mesmo tempo. Atualmente tenho um Orkut completamente desatualizado e inutilizado, um Twitter ativo em cada época de boas promoções exclusivas pra esse tipo de mídia e um Facebook, atualizado, viciante e engolidor de tempo!

Basta um segundo de ócio e me pisca a janelinha com aqueles números em vermelho na borda, berrando meu nome como quem diz: Me dá atenção, sou muito importante, alerta vermelho! - e lá vou eu - "Fulano de Tal cutucou você! Cutuque de volta." Cutuco! Não estou menosprezando a utilidade pública que essas redes sociais tem prestado a comunidade de internautas em geral, porém, há muito que me pergunto qual seria o verdadeiro resultado fático (e não virtual) dessa massa de "Ctrl+C e Ctrl+V", propagando na velocidade da luz informações ora importantes, ora inúteis, ora emburrecedoras, ora engraçadas, ora ridículas e grande parte das vezes: Mentirosas!

Está super em alta a mania de trocar a foto do perfil para criticar alguma coisa e por meio dessas campanhas, mudas,surdas e cegas, tomam vida no canto esquerdo da tela bichinhos de estimação, desenhos animados, times de futebol... e nos posts diários repetem-se centenas de milhares de vezes pela manhã de segunda-feira mensagens de incentivo para que nos empenhemos em uma semana mais alegre e produtiva, quando faz um solzinho, o final da tarde fica lotado de desejos por cervejinhas geladas e praias com bundas desnudas a reluzir, no meio da semana ou quando cai aquela chuva, não é difícil perceber o desânimo geral, ansiando por uma sexta-feira a noite... e se ela chega? Aaaaah, é só suspiros, agradecimentos e declarações de amor ao tal final de semana...

E porquê? No sábado e no domingo maioria esmagadora dos internautas ainda está lá, na mesma situação, sentado em frente a telinha esquentando uma cadeira, fuçando a vida alheia, checando e-mails, esperando pelas tais notificações vermelhas, desejando aqueles benditos "curtir" na foto postada de madrugada pelo celular. É preciso a aprovação do grande monstro da popularidade aparente. É preciso dar explicações, contar onde vamos, com quem vamos... é ainda preciso confirmar presença nos eventos, senão podemos parecer mal educados por aparecer sem avisar!

Claro que estou conectada, envolvida e rendida a tudo isso... Também por que, analisando bem, vejo coisas boas também, como a simples propagação das verdadeiras mensagens de paz e amor, como a indignação e divulgação de eventos que talvez, com a força real de todos que apoiam virtualmente poderiam significar uma grande mudança social, não na rede, mas na comunidade de verdade, formada por pessoas que nem se importam se tem ou não computadores e levantariam a bunda da frente da TV para lutar por causas dignas. 

Vejo de um lado a denunciação de infratores, com posts acompanhados de vídeos que, por exemplo, comprovam a ação bizarra de um rapaz quebrando o braço de uma moça em uma casa noturna e fugindo, sem saber que, com a ajuda das mídias sociais e com o apoio da lei, ele provavelmente não ficará impune. Isso é bom. Vejo a mobilização ambígua dos internautas unidos a chorar fins de vidas que nunca celebraram, mas que abrem espaço pra que se faça isso não tardiamente daqui pra frente.

Vejo as minorias defendendo seus direitos, mostrando suas próprias verdades e contestando as antigas tradicionais, atrasadas e quase que sempre dos hipócritas. Mas também vejo esses mesmos hipócritas defendendo idéias que não são suas, levantando bandeiras em que pisariam atrás das câmeras, até queimariam se fosse possível. Vejo bandeiras de causas perdidas ao alto e bandeiras importantes mofando em cantinhos quase que insignificantes da gigante rede da comunicação mundial, esquecidos... banidos da moda, cuspidos da boca do povo!

E se essas causas que tanto deveriam ser discutidas, acabam sendo ora banalizadas, ora esquecidas nesse grande labirinto de informações, sem que possa-se catalogar ou quantificar seus verdadeiros valores e temas... sei lá, me parece mais que fútil que simplesmente divulguemos em nosso tão prezado perfil, que somos a favor disso, ou daquilo... acho inútil que coloquemos em letras garrafais: "BASTA" se nossos lábios nem sequer se movimentam demonstrando que é de nosso âmago que sai esse desejo de mudar o mundo!

Por ora? Vou checar meu Facebook e ver se não estou perdendo nenhuma fofoca quente por lá!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Por que?


Eu sempre fui do tipo de pessoa que busca os "porquês", e continuo sendo, é indubitavelmente inútil querer me impor algo sem expor motivos contundentes que me convençam da validade da ideia que tenta me passar. E se a ideia parece socialmente razoável, ainda assim não é o suficiente pra mim, já que passei grande parte dos meus dias terrenos questionando as verdades socialmente aceitas. Também por que, não me basta que seja dito certo, errado, lícito ou ilícito... não me basta que me digam que "Deus quis assim" ou que "É pecado". Se me restam dúvidas, eu vou mais a fundo para entender os motivos das coisas serem o que são.

Se tem algo que eu acho "errado" e que aí sim posso me utilizar desses termos, é a forma com que o ser humano se acomodou em seus conceitos antiquados do que são as coisas sem nem mesmo questionar a história. E faz isso censurando idéias e destruindo planos . Se acham questionável o estilo de vida dito "Não ligo pro que os outros pensam, quero mais é ser feliz", eu acho questionável o estilo de vida "Welcome to my Bubble". Acho questionável que achemos normal essa política facebookiana do "Proteste Aqui" como se fosse possível mudar alguma coisa sem enfrentar o mundo de peito aberto, questionar antigas verdades e quebrar tabus, por que não enxergam? Claro, chamemos atenção para as causas que interessam, mas não é o suficiente, é preciso agir e isso se insere nos mais pequenos atos de compaixão e bondade para com o próximo. Por que não agimos?

Talvez seja eu quem veja o mundo de forma diversa, e o diferente é sempre errado antes de virar moda (certo?), mas não me passa pela cabeça como a felicidade e o prazer podem não ser as coisas mais importantes da vida. Por que valorizar tanto princípios tradicionalistas que não visam a felicidade? Não falo da felicidade baseada na tristeza alheia, falo da verdadeira felicidade, esta de se sentir parte de um todo que faz a diferença, que discute idéias interessantes além da mesmice da hipocrisia de quem crítica banalidades e vive rotineiramente sem semear sonhos, sem se importar com o sentimento verdadeiro e sem enxergar um futuro melhor. E me questiono, por que desistir tão cedo de ser feliz?

Hoje, diferente da minha antes revolta-sem-causa tradicional do ser inconfundível que é o adolescente humano, busco valorizar certas coisas, certos momentos, e ponderar certos excessos. Hoje, não busco resposta pra tudo, também por que nem tudo tem resposta ou uma única resposta. Mas sei que aquela essência da contestação ainda impera em mim... é visível e muitas vezes incrivelmente irritante (aos outros e não à mim) que eu queira (quase) sempre saber os "por ques", como uma criancinha chata e curiosa. Mas o que posso fazer? É da minha natureza isso de passear nas dúvidas até encontrar uma que não haja solução, ou que me de a liberdade de inventar a saída de labirintos, por mim mesma, ou que me de o direito de utilizar palavras de algum poeta qualquer que me pareça interessante ao momento! Por que? Acha que estou errada de questionar tanto?

Só me diga então: Por que?

"Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas!"

terça-feira, 27 de setembro de 2011

E é!



Acontece que as vezes as coisas não saem como sonhamos, mas se tivermos fé, elas acabam se mostrando melhores do que esperávamos! Um certo dia amanheci depois de uma longa noite de lágrimas... olhos inchados, coração esmigalhado, fôlego falho, estômago embrulhado, ego estraçalhado... era pior do que uma ressaca moral, era uma ressaca total, de corpo e alma. Nesse momento eu optei pela pseudo-solidão. 

Também por que, nesses últimos tempos, me descobri a melhor companhia do mundo pra mim mesma. Em encontros infinitos que tive comigo, diante do espelho, no chuveiro, antes de fechar os olhos ou diante do mar, acabei me conhecendo bem, entendendo quase todas a minhas angústias, separando as maldades das bondades que coabitam dentro de mim e aos poucos dosando o quanto deixo que elas exalem do meu corpo.

Mudei os conceitos que circundavam meus desejos, troquei meus olhos por outros que admiram hoje coisas bem mais importantes que as anteriores, fiquei a sonhar diversamente do que sonhava, enfim, tracei outras metas e foquei na medida do possível no que parecia certo, no que fosse diferente daquilo que não tinha dado certo por inúmeras vezes.

Aconteceu que ontem acordei depois de uma longa noite de pesadelos... demorei pra dormir, nem meus 5 travesseiros e minha almofadinha fofinha ajudaram a encontrar a posição certa, quando finalmente adormeci, acordei por muitas vezes...primeiro por que senti frio nos pés, principalmente, e no resto, depois por que a bexiga estava lotada do chá que eu tomara ao me deitar, em seguida, num ímpeto levantei por lembrar no meio do sono agitado que esquecera de tomar o anticoncepcional que tomo todas as noites. 

Pensei que essa agitação toda pudesse ser do sorvete que tomei passada as 22h, mas era de maracujá, e a associação mais simples é que essa fruta acalma e não que estressa. Talvez fosse o excesso de comida remanescente do final de semana na casa da Vovó... mas não... Talvez tenha sido aquela banda desenbestadamente metaleira que tocava na televisão tarde da noite... mas não... penso as vezes que a culpa deve mesmo ser tua, de não ter dormido ao meu lado, de não ter me abraçado encaixadinho em forma de conchinha e me esquentado os pés com os teus.

Ainda que eu não esperasse que a tua companhia fosse me ser tão essencial, mesmo por que eu não desejava ninguém nessa posição que ocupastes no time, acabastes por se tornar mais do que outrora eu pudesse imaginar que fosse me apetecer. Eu sei que não é tua obrigação acreditar e entender o que isso tudo significa pra mim... mas me basta que saibas que é importante... e que é único! Esse amanhecer de hoje... Aaah, esse sim foi bom!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Amadurescência!



As vezes penso que estou envelhecendo! Putz! Mas estou mesmo né? O que me encomoda (ou não), ou melhor, me espanta, é a evidência estampada em certas atitudes típicas de mães e madrastas!

Sabe aquela história de "você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais"? É assim mesmo. O que acontece é que a gente cresce e passa a ver certas situações por outros ângulos. Por ora, começo a ver involuntariamente do ângulo delas. Como quando a louça na pia irrita profundamente, afinal ela deveria ser lavada assim que usada, para não acumular, pra não encracar... elas sempre me diziam algo do tipo... O copo de nescau? Eu não deixo mais com aquele restinho que gruda no fundo, "estão vendo? Finalmente aprendi!". Pra falar a verdade nem tomo mais nescau!

Normalmente, ainda que em ritmo de conversa, as palavras vinham acompanhadas de um certo tom catedrático, aquele que busca mostrar como a vida é de fato e que aquilo alegado já é, assim ou assado, por que já foi cientificamente comprovado. Como quando eu me envolvia perdidamente em minha tristeza de amores impossíveis e/ou perdidos. Como quando eu ouvia delas e dele (papai) que aquilo tudo era um exagero. Que eram lágrimas de crocodilo com o desespero típico da idade, que "isso também vai passar". Passou.

Sem falar no fim do mundo que ocorria quando perdiamos (eu e minha irmã) uma festa ou evento, que para nós, naquele momento, era o mais importante do mundo inteiro. Parecia que nunca mais iamos sair de casa outra vez. Parecia que as amigas nuca mais iriam fazer uma festa de aniversário ou que o Dinho Ouro Preto nunca mais iria cantar de novo em Florianópolis (Como assim não me deixa ir? Eu já estou com o ingresso na mão! Vai me proibir assim em cima da hora? "VOU!" Buááááááááááááá...!)

Atualmente, cá estou eu, sempre optando (quando possível) por não desesperar, não colocar o carro na frente dos bois. Assumo o papel da mãe/madrasta irritadiça pelos gestos adolescentes alheios. E assim vai... hora ou outra, meus dias se tornam "mini-flash-backs" com uma substituição peculiar das pessoas que interpretam as personagens.

Como quando eu achava um saco das reclamações de: postura, educação e modos na mesa de jantar. Hoje sou eu a me irritar profundamente com alimentos semi-triturados que passeiam pelo interior da boca alheia durante uma mastigação produzindo aquele barulhinho agradável de saliva resbalando nas bochechas e na língua. Sou eu a requerer postura. Sou eu não suportar o tilintar exageirado de facas, garfos e pratos resbalando um no outro, revirando a comida pra lá e pra cá. A chata que eram elas, hora uma e hora outra, as vezes ambas, hoje sou eu! Solamente!

Ainda não sei se é bom ou se é ruim... na verdade, tudo indica que essa minha mudança de perspectiva seja parte de um grande e mirabolante plano delas pra me fazer mulher. Talvez, esse meu novo comportamento indique que embora a estatura não tenha se alterado tanto, alguma coisa aqui dentro está agindo de forma que eu me sinta mais adulta do que outrora, equivocadamente pensei ser. Quem sabe seja o amadurescimento que meu pai por tantas vezes requisitou.

Me assusta isso de pensar agora, por exemplo, que isso é um ótimo sinal, afinal, também quero que meus filhos aprendam o que elas me ensinam até hoje. Filhos? Calma aí, cedo demais, também acho! Mas ainda assim. As amigas contemporâneas já estão se formando, subindo ao altar, engravidando, criando seus filhos, talvez seja o rumo natural das coisas, sei lá. O tempo passa não é? E quando menos se espera eles já estão crescidos. Cresci!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os Espaços Mais Sóbrios do Manicômio Social!




"Os 'normais' levantavam sempre do mesmo jeito. Reclamavam da mesma maneira. Irritavam-se do mesmo modo. Xingavam com as mesmas palavras. Cumprimentavam os íntimos da mesma forma. Davam as mesmas respostas para os mesmos problemas. Expressavam o mesmo humor em casa e no trabalho. Tinham as mesmas reações diante das mesmas circunstâncias. Davam presentes nas mesmas datas. Enfim, tinham uma rotina estafante e previsível, que se tornava uma fonte excelente para a ansiedade, a angústia, o vazio, o enfado.

O sistema havia enfartado a imaginação das pessoas, corroera a sua criatividade. Elas raramente surpreendiam. Raramente davam presentes em dias inesperados. Raramente reagiam de modo distinto em situações tensas. Raramente libertavam o intelecto para enxergar os fenômenos sociais por outros ângulos. Eram prisioneiras e não sabiam
."

Augusto Cury - O vendedor de sonhos.



Eu complemento a fala do Sr. Augusto: As pessoas "normais" desejam sempre as mesmas coisas, com uma conformidade quase anuladora ao real sentido do desejo. Deixam de sonhar para afundarem-se na mesmice da rotina diária, esquecem-se de que um dia aspiraram ser bombeiros e bailarinas... o sonho infantil perde o valor quando se fala em moeda corrente nacional. Afinal... quanto vale um sonho? Será possível quantificar realmente o que faz valer a pena deixar um sonho pra trás? Será que algum dia valerá a pena? Será que a troca de prioridades justifica escolher por este sonho ou por aquele abrindo mão dos demais?... Tomei o último gole de iogurte, esfreguei os olhos areiados de sono, sacudi a cabeça como quem diz: "Acorda, para de sonhar!"

Parar por que? O que um dia levou alguém a crer que não valeria a pena sonhar, lutar por sua realização ou simplesmente deixar que a vida o encaminhe? Nessas minhas andanças mundanas, tenho me deparado, não raramente, com esse ser peculiar que é o anti-sonhos, xafurdado em seu ceticismo... perdido em suas nobres verdades ultrapassadas... dizem-me que 90% da população mundial é assim... encomodam-se com a própria solidão, como se ficar a sós consigo mesmo causasse um imenso constrangimento... e os causa!




*** (descontinuação em 12/09/2011)



Em Curitiba, raia o sol disfarçando o dia frio, Segunda-feira... dia de começar dietas, recomeçar trabalhos inacabados, ler os e-mails acumulados do feriadão, encher o peito de fôlego, recalcular os problemas, reinventar soluções... perpetuar sonhos!

Voltei do feriado de 7 de setembro como quem vem pronta pra uma batalha épica e no fim das contas, a vida nem é tão senhora do mal assim. As pontas dos laços se atam, os nós-cegos se desatam, o dia a dia recomeça... lembro-me agora das cenas que vi na estrada, passando por Itajaí e Blumenau... ainda falando de sonhos, estes os quais eu via passar pelas janelas do carro, estavam quase que totalmente destruídos, debaixo d'água, alagados em suas próprias desgraças, implorando por uma ajuda que certamente não viria, senão com o tempo e a paciência que bons sonhadores necessitam.



Nesses espaços preenchidos do manicômio social, os anti-sonhos seguem se alimentando da tristeza alheia, destilando seus venenos e desperdiçando seus olhares invejosos, causando tormentas e enchentes quase tão avassaladoras quanto a que atacou nesse início de mês as terras baixas de Santa Catarina. Nesse dia próprio de reflexão acerca dos riscos, da necessidade de equilíbrio e dos benefícios de viver por si só, exaltou-se o perdão, a compaixão e a paz de que tanto precisa nosso mundinho doente. Os meus sonhos, graças a Deus e contrariando as estatísticas, continuam vivos, acesos e reluzentes, mas, por via das dúvidas, vou comprar uma capa de chuva, um bote-salva vidas e um punhado generoso de sal grosso!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Uma breve discussão acalourada!



Não que eu acredite em horóscopo, mas o meu dizia que este período seria um período de recolhimento e que deveria ser repeitado, que eu deveria relaxar mais e não me estressar por besteiras. Falava ainda que eu deveria tomar cuidado com a saúde, pois era um período de fragilidade. Esse início textual já deixa claro o que me aconteceu né? O dia mal havia começado, me encaminhei ao escritório, enferma, cabisbaixa, andar deambulante (os 4 casacos para escapar do frio não ajudam) e agarrada em uma bolsa de água quente me sentei em frente ao computador para cumprir minhas tarefas diárias, onde me encontro até agora. Me acompanham ininterruptamente, uma chícara de chá e um vidrinho de remédios.



A discussão começou cedo na web. Assunto: Homossexuais. Incitadora: Maria Debacker Porto. Partícipes: dois amigos da Maria (que a princípio me pareceram deveras preconceituosos), eu e ela. Não cabe aqui discorrer na íntegra o que se passou nas nossas acalouradas polêmicas Facebookianas, basta que saibam que me exaltei e em defesa dos fracos e oprimidos, já fui eu metendo meu betelho onde não fui chamada. Certo que eu estava estressada pela dor inerente ao meu estado de saúde matinal, mas é que esses assuntos de "defesa das minorias" sempre me agitam os ânimos.



A faísca inicial:

-Você aprendeu na escola sobre respeitar os índios?
-Sim?!
- Virou índio?
-
Não?!
- Então por que diabos acha que ensinar seu filho a respeitar os homossexuais o fará se tornar um?


Pois é... alguns acreditam que o Estado não pode impor esse tipo de educação e que seria bem melhor que ensinassemos isso em casa. Pois vou repetir o que a Maria respondeu:


"...vc tem razao, sim... claro q vc tem o direito de ensinar oq vc achar melhor para seus filhos. Eu tb tenho e a Ana tb tem. O unico ponto que gostaria de ressaltar é que uma grande parcela da população não vai ensinar esses princípios aos filhos simplesmente porque não tem esses princípios. Não ensinarão os filhos a respeitar gays, negros, brancos, chineses, índios, gordos, magros, altos baixos, cabeludos e carecas. Não jogar pedras em cachorros, gatos, cavalos e passarinhos. Também não ensinarão a reciclar o lixo, não gastar água potável com coisas inúteis, não jogar lixo na rua, não chingar os outros, etc... para que as próximas gerações tenham aprendido todas essas coisas é necessário, sim, que a escola intervenha. Se não há educação dentro de casa (e nós sabemos que na maioria dos casos do nosso querido Brasil nao há) a escola é uma bela alternativa para que um futuro melhor seja construido!"


BRAVO!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A boa e velha arapuca contemporânea!



Por esses dias vi milhares de vezes a base do ctrl+c, ctrl+v no Facebook a seguinte frase: "O EUA foi para o Serasa, Grécia faliu e em Londres tem arrastão. Já que o Brasil não vira primeiro mundo, o mundo vira Brasil." (Fernando Dias Pinto Coelho)... Pois é... há mágoa causada por nosso antipatriotismo, exaltada em dezenas de milhões de brasileiros que tecem seus comentários diariamente acerca de quanto é evidente o atraso tecnológico, social e estrutural do nosso País, ressaltando que aqui é o lugar da corrupção, que aqui os impostos são absurdos, que somos explorados, que as coisas não funcionam e, que no fim das contas, sempre tem o famoso jeitinho brasileiro de contornar qualquer situação e tirar alguma vantagem de alguém ou de algo. Fato!




Eu até pensei em seguir a linha patriota e defender nossa amada terra de dimensões continentais... até pensei em dizer: "Estão vendo, mesmo a púdica e tradicional Inglaterra está um caos com suas gangs revoltosas, mesmo os Estados Unidos, o gigante do novo mundo, com suas riquezas e todo seu capital de giro, está falido... a linda Grécia... quebrada..."... mas onde já se viu? Nos comparar com o erro e a gafe dos outros?... claro que não, é mais que sabido que se nos comparamos com os piores acabamos nos igualando a eles... e sorrir, apenas por que agora os países ditos de primeiro mundo, sofrem algo que sofremos todos os dias, faz muitos anos, não nos redime das burradas e babaquices que acontecem por aqui.




Sei que estava eu a ler a artigo de Marcelo Coelho (Moral? Que moral - Folha Ilustrada. 17/08/2011) na Folha de São Paulo de hoje e as letras em negrito, criticando os saques ocasionados em Londres (onde os salteadores não buscavam leite ou batatas, queriam iPads, DVDs, Blackberrys...), diziam o seguinte: "Saques motivados pela fome? Podemos entender. Saques motivados pelo luxo, eis algo inadmissível" e eu concordo com a continuação deste parágrafo no próprio texto, que questiona ainda, "Será? Toda a estrutura de nossa sociedade afirma que sem um tênis Nike, um iPad ou uma camiseta de grife você não é nada"... Fato, lá e aqui!




E a que ponto chegamos...o sorriso pela desgraça alheia agora vem em doses nacionais, disfarçado pela política da generosidade estatal, que leva sempre nossos queridos governantes a oferecer apoio (ainda que apenas moral) aos governantes dos outros países, sempre tão aparentemente afundados e esmigalhados pela derrota advinda de seus planos econômicos e sociais falidos... cada vez mais parecidos entre si, ouvi alguém falar outro dia que para se localizar no mundo é preciso olhar pra cima, pros grandes monumentos históricos que identificam cada país em si... por que as jovens inglesas, vão estar vestindo a mesma polaina que aqui vai estar na moda quando o inverno chegar no hemisfério sul... a fissura digital é a mesma, a busca pelo consumo também... e agora, as desgraças políticas e sociais também tendem a se igualar?




...não é só... até as manchetes dos tablóides europeus são aparente plágio as manchetes da nossa Rede Globo... sei, que o mundo está mesmo cada vez pior e acabamos nos identificando com esse sentimento que agora aflora nos estudantes Holandeses e Italianos que tem suas bolsas de estudo cortadas e ficam a ver navios sem apoio para continuar os estudos... Mas sei também, que outro dia alguém me disse o seguinte, que a Grécia pode estar quebrada, mas que lá, as obras de melhorias públicas são evidentes, que o país funciona, que os corruptos estão sendo presos e que por mais que o luxo tenha diminuido, não falta o básico pra ninguém... sei lá... não fui a Grécia para confirmar tudo isso... Mas a mim resta claro e indignante esse nosso Brasil de todos os Santos em sua imensa arapuca Sarneyense!




Que a vida é cíclica e que tudo muda, evidente, até os "países de primeiro mundo" (entre aspas por que o termo demonstra apenas que foram [des]civilizados primeiro) tem seus altos e baixos... e nós? Quando é que vamos colocar o Brasil no alto? Que a estabilidade econômica é a melhor que já tivemos em toda nossa história? Certo. Que a roubalheira sempre aconteceu e que agora está aparecendo e isso é um bom sinal, afinal estamos desmascarando os grandes esquemas de desvios das nossas verbas? Certo... mas e agora? Fazemos o que com isso? Não vejo ninguém relevante ser preso... e quando são, logo já vem outro assumir o mesmo esquema fraudulento que se perpetua... e os salários lá em cima? Sobem cada vez mais... é como se eu chegasse pro meu chefe e afirmasse, já com a folha de pagamento em mãos, que eu VOU ganhar muito mais e ele que engula (e pague) isso... pois é exatamente o que fazem nossos eleitos quando decidem que SIM, eles vão ganhar mais... e ninguém se opõe... não há nada que possamos fazer... e não há nada que a Dilma faça... afinal, não é bom se indispor com essa galera barra pesada!




O melhor mesmo é sorrirmos, acreditarmos no futuro e fazermos um mundo melhor... Como? Quem sabe contribuindo para o Criança Esperança, Teleton... ou realizar qualquer uma dessas doações que não podem ser abatidas do imposto de renda... afinal... se não pagarmos os impostos, como é que vamos bancar os salários deles?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os paradoxos inspirados por Amy!


Há tempos que venho buscando um tempo de parar para escrever por aqui. Também por que ando com idéias fervilhantes que me acompanham em meu escasso tempo livre do dia a dia. Ainda se eu pudesse juntar todos esses momentos, de forma que não se interrompessem, quem sabe ficaria mais fácil formular frases de mais de 4 palavras... mas não... penso em algo e quando a matéria começa a clarear e tomar forma questionadora e dignamente divulgável, vem-me um intervalo necessário gerado pelos afazeres rotineiros. Quando surge um novo pequeno instante de ócio, aquela idéia já se foi e já existe outra em seu lugar que de quase nada adiantaria em um texto acerca da primeira.
Cada nova Folhinha Ilustrada que leio, cada nova matéria de jornal ou de Revista, cada nova manchete estrondosa na internet ou frase descabida de seres ignóbeis na rua me faz ter vontade de escrever. De gritar os por ques das minhas revoltas, espalhar minhas idéias, questionar princípios retrógados e fúteis, destruir velhas verdades como quem assopra migalhas de pão, pois são tão sujeitas ao vento que desmascaram em tres palitos suas bases frágeis e apenas, tão somente apenas, aparentemente estruturadas. Estou cansada das mesmas babaquices anti-revolucionárias e lendo Contardo Calligaris (sempre ele, é meu ídolo), assimilei um conteúdo que a muito vive dentro de mim... O título era "O paradoxo de Amy Winehouse"... mas aqui falarei dos meus próprios paradoxos... se assim os afazeres diários me permitirem...
Falou Ele (e quando digo "Ele", apartir daqui leia-se Contardo) sobre a morte da super talentosa e extra viciada em entorpecentes: Amyzinha (para os íntimos): "É o paradoxo de Amy: O que você prefere, uma filha que se perca tragicamente nos excessos do desejo ou uma filha que chegue a vida adulta sem ter conhecido outros desejos do que os que surgem nas conversas sobre marcas de mochilas e sapatos?" Por que são essas as alternativas que colocamos aos nossos filhos quando lhes apresentamos os extremos do mundo cor-de-rosa como se estivesse com aqueles troços que colocam no cavalo pro coitadinho não ter visão lateral (sabe do que estou falando?) e quando negamos informação sobre as coisas que deveriam ser discutidas, tal qual o uso consciente de drogas...
NÃO, isso não é uma apologia e que fique claro que não estou de forma alguma incentivando o consumo de algo que faz mal, e sim, propondo que a abordagem acerca de certos temas não incentive a curiosidade que resta aos nossos adolescentes historicamente revoltosos, vivendo a política do "proibido é mais gostoso". Quebrar esses antigos tabus e mostrar a esses serzinhos em desenvolvimento que não existe uma barreira entre o bom e o mau, que esse muro já caíra, muito antes do de Berlim e que é dificílimo traçar limites já que o certo e o errado estão inevitavelmente misturados. A cada passo que damos é possível encontrar anjinhos com cauda e chifrinhos e diabinhos com auréolas, cada qual tentando mudar nossas crenças e nossos princípios por muitas vezes extremamente defasados.
Se eu tivesse apenas essas duas opções, do sereno mundo da barbie e do turbulento mundo de Amy, certamente estaria entre as que dispensam uma bolsinha V.H. e fazem topless em frente as câmeras dos paparazzis, mostrando a língua e desfilando de companhia nova a cada dia. Não por que alegra-me a rebeldia sem causa e a maldição dos 27 anos, mas por que detesto pensar que a qualquer momento o laranja pode ser o novo Pink e estarão todas as mocinhas da cidade a discutir, como quem discute o rumo da humanidade, a importância do salto alto fino metálico nessa próxima estação.
Do paradoxo? Claro que é explicita e espantosamente parecida a alienação que ataca os jovenzinhos do mundo Perfect e os do mundo Drug, altamente comparável essa ignorância dos que afundam na beleza de seus mundinhos da moral e dos bons costumes julgando os que não se contentam com isso ou dos que se enxarcam de irrealidades psicodélicas ausentes e distantes do mundo real. Ambos vivem em "faz de conta" e jogam de um para outro a responsabilidade pela desgraça mundana. "O mundo só está assim por que as drogas acabam com as pessoas"... "as pessoas só usam drogas por que é impossível ser feliz nesse mundo hipócrita"..."eles não reciclam o lixo e não se importam com a natureza"..."eles não trabalham, não querem saber de nada sério da vida"... "estão sempre drogados, como podem saber o que é certo?"...
Enquanto não nos dermos conta que a culpa é de todos nós, vai ser bem difícil achar uma solução... eu não sei de tudo, mas sei que esconder a verdade nunca foi uma boa idéia, tanto quando fingimos que o lado escuro da força não existe, quanto quando nos escondemos nas névoas desse lado obscuro pra não ver o que se passa com o nosso nicho ecológico, que quase se confunde com lixo. E algo como nos cercar em grades culpando aqueles do lado de fora pela esbórnia e pela falta de liberdade, como se não fossemos nós os únicos culpados dessa loucura toda, quando tentamos varrer a sujeira pra debaixo do tapete ao invés de destruí-la. A dúvida crucial é: Amy OU Barbie? Eu e Ele, temos esperanças de que nossos adolescentes não prefiram a inércia da imbecilidade fútil e sim, que consigam crescer com desejos próprios e fortes, seja lá o que isso signifique.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

"...com sabor de fruta mordida..."



Hoje o dia amanheceu bonito, com tres palavras sussurradas nos ouvidos, que fazem o sol aquecer ainda mais os corações que se permitem, em uma cidade fria como essa em que me encontro. Curitiba raiou peculiar nessa manhã do dia 28 de Julho de 2011, azul e quente. Já passamos do meio do ano e já faz um inteiro que guardo comigo isso que um dia me ensinaram ser só meu: O amor! Andei aqui já falando das heranças que me deixaram os seres que por minha vida caminharam (muitas vezes correram), talvez eu nunca tenha conseguido entender de fato o que queria me dizer... talvez isso que é meu, seja mesmo pra ser entregue a outrem como faço hoje e tanto me agrada o fazer.






Talvez esteja certa Fernanda Melo quando diz que "não há nada mais contestador do que amar uma pessoa só, e no meu caso, rever tudo aquilo que pensei que pudesse ser amor"... não há a necessidade das promessas do "pra sempre", e sim, o imediatismo do "felizes, muito felizes agora". Lembro sim de tudo aquilo que já falei aqui: que estaremos bem enquanto ficarmos bem, que se isso for suficiente pra manter-nos juntos, Ahhh, ai sim sei que estou amando... Mas provavelmente, este homem não vem nos moldes antes especificados, talvez beba menos do que pré-determinei e nem precise de um exame toxicológico, talvez nem precisemos ser iguais e gostar das mesmas coisas... e não gostamos. Neste caso específico, minha enorme crise de romance vem motivada pelas diferenças, pelo balanço, por ser dois lados de uma mesma moeda, que apesar de parecer, nessa analogia infeliz, que estejam sempre voltadas a direções opostas, neste momento se encontram sim, se olham, se identificam como opostos e se unem!






É incrível como agora não vejo problema nas diferenças, talvez pelas minhas próprias diferenças... me encomoda também o tanto de vezes que uso o "talvez", não te dá uma sensação de insegurança nas idéias? Pois à mim também, mas nem isso importa... por que o que busco aqui não são respostas, são dúvidas, são os múltiplos questionamentos provenientes das coisas que não entendo e que felizmente busco entender. Não que o deva, talvez (olha eu usando o "talvez de novo") certas coisas devam ficar sub-entendidas... acho que nem essa montoeira de palavras que costumo usar para defender minhas teses extraordinárias consegue justificar o que é isso que de repente faz a paz parecer atraente... que me amanhece o dia sorrindo e me amando sem sustos...






Essa é a calmaria que como falou Fernanda Mello citando Cazuza: "A sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida"... "Nós na batida, no embalo da rede..." Vou assim nesse embalo, como quem vai na maré... e é tão bom boiar! É algo como ficar suspensa em algo que nem é duro e rígido como estar com os pés no chão; e nem é tão insustentável como cair do alto das nuvens sem paraquedas ou rede de proteção. Acho que esse lugar onde estou é como a linha tênue de equilibrio entre o irritantemente racional e o arriscado irracional... Tenho gostado desse lugar... me parece hoje homericamente aconchegante, não mais agoniante, saber que ao deitar a cabeça no travesseiro posso contar com braços a me envolver, hoje, ou na manhã seguinte e enquanto me fizer amar.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A morte!

Uma vez li em algum lugar que a morte nada mais é que um renascer! Talvez durmamos aqui para acordar em algum outro lugar... acho que é como um "restart", uma nova chance de mostrar a que viemos ao mundo até que possamos cumprir nossa missão. Eu nunca acho que a morte está próxima, perdi minhas Bisavós mas eu era muito pequena pra entender, perdi meu avô que havia visto apenas duas vezes na vida, e perdi um professor e grande amigo quando estava no colegial mas o qual já nos avisava e preparava previamente para o ocorrido...
...o fato é que a morte nunca esteve presente na minha vida. Até estranho falar desta forma, já que todos os dias vemos notícias de pessoas que morrem em todos os cantos do mundo, mas nunca a encarei de frente, nunca esteve como uma possibilidade, também por que minha mãe sempre me diz que meu anjo da guarda corta um dobrado comigo para garantir minha segurança. Aconteceu que neste final de semana tive notícias de uma colega de infância, morava na casa da frente de uma grande amiga, e volta e meia estavamos brincando de esconde-esconde usando a rua inteira como quintal... nesses últimos tempos ela estava na Austrália, ao que eu soube teve o que parecia ser uma gripe, não deu muita importância... e faleceu. Em seus vinte e pouquissimos anos, fazendo intercâmbio, construindo uma vida que foi interrompida repentinamente, longe de casa, longe da família e longe dos amigos.
O que acontece? O que leva uma pessoa embora dessa forma? Inesperadamente... deixando pra trás a dor dos familiares que ficam, como eu, sem entender o sentido de tudo isso. Será que quem se vai tem noção do que se passa por aqui? Do quão injusta é a saudade que nunca será apagada... Será que os que se vão sabem que o tempo é lento do lado de cá? Que uma vida dura uma eternidade quando a saudade existe? Não sei... e inusitadamente meu irmão me pediu que assistisse com ele um filme chamado "Um olhar do Paraíso" que conta a história de uma menina assassinada por um Serial Killer e que fica presa as suas lembranças terrenas por não ter entendido também o por que de ir embora daquela forma violenta. O filme mostra olhares poéticos, mas realistas da dor da família que vive esse tipo de ocorrência, não esclarece as dúvidas anteriores, mas ajuda a deixar mais bonita a imagem do lado de lá da vida...
Eu não sei, me parece que se nós vamos, naturalmente nesses infortúnios, é por que talvez já tenhamos cumprido nossa missão na Terra. Talvez, nem precisemos mais voltar a ver as desgraças que se passam por aqui, talvez tenhamos espalhado todo o amor que precisavamos espalhar... talvez tenhamos ensinado e aprendido tudo que precisavamos para poder partir em paz. Não sei. Não existem motivos plausíveis pra esses desencontros, pra essas dores agudas que parecem não ter fim e que sei, devem estar atingindo em cheio o coração do irmão, dos pais, dos familiares e dos amigos. Fazia um bom tempo que não a via, mas até a mim chocou. A distância e o "nunca mais" são coisas distintas e que neste último caso afetam incrivelmente minha produção de Ocitocina e me fazem sentir pelos que ficam, como se estivesse sentindo por mim. Em saber que hora ou outra todos nós passamos pela perda... não será diferente comigo!
A morte assusta mas é reconfortante pensar que muito provavelmente a vida é linda do lado de lá, que lá temos campos e ar puro, lindas praias de águas límpidas, que o amor exala das plantas e cai em forma de chuva pra lavar as almas que lá deitam e rolam na grama respirando mais vida do que nós um dia poderiamos imaginar que teriamos. Em contrapartida da saudade que aperta o peito é válido supor que os que vão estão melhores do que nós. Que finalmente se livraram da corrupção, da maldade, da pobreza, da miséria humana e da dor! É plausível afirmar que nós que ficamos sofremos mais do que eles... e portanto, superando nossa sina de arder em saudade é justo, que passemos a ter bons pensamentos, que não façamos que eles fiquem presos as lembranças que tem deste mundo... eu voto por libertar, por mandar sopros de luz, por sermos honestos com nossa tristeza, assumi-la sim, mas deixar que se vá...
...como os que se vão e que com certeza olharão por nós mandando o amor do lado de lá pra amenizar as dores do lado de cá!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Chocolate!



Sempre gostei de chocolate... tem algo de viciante e necessário no doce de liberar substâncias felizes no cérebro. Mas não é só isso! Chocolate tem sido símbolo de muita coisa boa pra mim... quando eu era pequena, vento era presságio de algo importante, tal qual para a personagem de Veríssimo que levava meu nome... mas agora, quem está mais presente que o vento é o tal do chocolate. Acho que Ana Terra está para chocolate como o Ursinho Pooh está para mel. Basta o cheiro pra eu já ir metendo a mão na cumbuca, e fico lá a lambuzar os dedos, a boca e a vida com esse tal de chocolate.



Mais do que doce, contrariando a tendência de engordar, Chocolate tem feito da minha vida mais leve. Tem facilitado meus dias, cuidado de mim e amenizado as dores musculares. Chocolate agora pra mim é como um remédio desses que quando criança dava vontade de engolir o vidro todo, por que era colorido, apetitoso e a mãe não deixava... hoje eu posso, o chocolate é meu e como a barra inteira se quiser. As consequências? Impossível enjoar ou desistir de chocolate, ainda mais quando ele vem acompanhado de vinho, pipoca, brigadeiro, morangos, amassos e amores!



Aaa... L'amour... Encanta como chocolate, anima como chocolate, salva como chocolate. Mais do que chocolate, amor! Chocolate representa a mudança de prioridades as vezes confundida com o "abrir mão", mas não... é a escolha, dessas que fazemos muitas vezes durante a vida... se posso escolher a cor, posso escolher a rota. Posso decidir pra que lado vai ser o norte, mesmo que esteja no sul... miro em frente e vou andando, nadando, voando... rumo a uma imensa plantação de cacau, doces, suculentos e prontos para serem transformados e lindas barrinhas cor de Terra!



Nem me importa o medo de não poder mais comer chocolate, importante que agora eu o tenha e possa desfrutar e me lambuzar como quiser... importa que chocolate queira ser meu tanto quanto o quero pra mim. Importa que quando como um chocolate nada mais importe! Importa ter importância sem se importar que os outros não se importem... enquanto houver recíproca e um chocolate, tudo tem salvação!



To de casa nova, amor novo, vida nova... Não esqueço e nunca esquecerei do bom e doce chocolate!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O sabor de transgredir!


Sempre fui meio tarada por essa história de infringir regras. Desde pequena (vão dizer por aí que ainda sou pequena, OK!) o divertido pra mim era contestar e seguir por caminhos que a primeira vista nunca pareceriam inteiramente corretos aos pais, aos amigos e, principalmente, aos que não me conheciam. De longe eu nunca chegaria a ser a esposa perfeita ou a filha exemplar. As notas do colégio eram sempre na média, nunca excessivamente baixas mas suficientes para me passar de ano e deixar meu pai jurando que eu deveria ter me esforçado mais, passar horas sentada em uma cadeira olhando cadernos e livros de matemática com certeza não era o meu forte, na prática era impossível, já que nem pra comer eu conseguia ficar com as pernas quietas.




Regimes? Nunca tive disciplina pra isso... Longos cursos? A faculdade está sendo o primeiro que não é teoricamente obrigatório... Namoros duradouros? Nem dois anos o que rendeu mais... e aconteceu entre meus 15 e 17 anos... sei lá... sempre apreciei o gosto das novas experiências e que o que eu fizesse fosse único e inédito. E mais, sempre quis provar que o "errado" pode ser, e na maioria das vezes não é, tão errado assim. Talvez por que eu tenha essa grande queda pelo lado negro da força, talvez por que no mundo da imaginação eu sempre tenha desejado ser, não a bruxa,nem a princesa, mas a anti-mocinha. Aquela que ao invés de gritar por socorro, indefesa, soca o nariz do bandido, da um chute no saco, sapateia em cima e ainda com um tom de sarcasmo pergunta "quer mais?".





Nas brincadeiras de faz de conta eu nunca queria a fantasia de babados ou florzinhas, eu queria mesmo a roupa preta, o vestido curto... não me apetecia ser a donzela. Legal mesmo era assumir postura de mulher fatal, aquela que não sofre, ri alto, se veste como quer, anda pelo vale das sombras da morte, misteriosa, atraindo olhares e exalando um perfume a base de feromônios. Legal era ter duas amigas companheiras que aceitassem bolar planos mirabolantemente malignos contra quem fizesse mal aos indefesos, legal era destroçar corações de meninos que se tornariam homens destroçadores de vidas que não mereciam ser destroçadas... Se era errado eu queria saber o por que, e provar pra ver se fazia tão mal assim...




No fim das contas não ter regras era a única regra. Claro, acho que eu sempre tive uma boa noção de respeito, méritos dos meus educadores, mas era só isso que me regia... isso e essa paixão louca que sempre tive por viver e desbravar. Me falar "não" e não me falar nada era a mesma coisa, pois não tem santo que tire algo da cabeça de uma sagitariana com ascendente em leão quando ela encasqueta que quer! Essa minha preferência por atividades excusas acho que tem haver com o a liberdade do "não ter nada a perder"... as mãos abanando das putas, dos mendigos, dos drogados, dos traficantes e dos loucos sempre me pareceram uma boa oportunidade de criar... basta utilizar a ferramenta certa e o ócio daquelas mãos haviam de gerar riquezas de histórias, de vivências e de um sofrimento que me parecia no mínimo poético.



Tem algo de mágico no poder de fazer o que não é socialmente certo... há algo de libertário e atraente em não ser comum... Porém, de uns tempos pra cá, me parece que todo mundo resolveu optar pelo errado. Raro hoje é achar alguém que respeite as regras de boa convivência. Dificilimo achar mulheres que se encaixem verdadeiramente nos padrões de "boa esposa" sem estarem sendo no mínimo falsas consigo mesmas ou com seus companheiros. As noções de certo e errado mudaram mas perpetuando uma aparência hipócrita do tradicionalismo burguês. Sei lá... permanecendo com a minha opção de ser diferente e assumir a bronca por isso eu acabo me encantando novamente pelo raro, que nesse caso consiste na retidão e na hoje excêntrica estabilidade conjugal.



Ando indubitavelmente apaixonada pelo cheiro da bondade, pelo doce do romance a moda antiga, pela simplicidade da vida a dois... o que anda me atraindo hoje não é o "nada a perder" e sim o "ter algo pelo que zelar"... ando zelando... a transgressão agora e a das minhas próprias regras de andar ligada no "foda-se" e de não me importar, o viver atualmente não só hoje, mas também o amanhã, o depois de amanhã, o depois de depois de amanhã... o viver hoje é programar, fazer planos, sonhar o futuro e acabar achando que o "pra sempre" pode ser muito pouco tempo pra realizar tudo que quero... ;)




"O único critério para amar é a liberdade!"

quarta-feira, 6 de julho de 2011

De onde vem o amor? Do coração?

Se o mal sabemos que vem da falta da tal da Oxitocina, que citei em um post anterior, o amor vem de onde? Que substância mágica é essa que inebria a mente com a doce cegueira do amar? Recorri ao Eco4Planet (site de buscas que planta árvores)... Achei matérias falando de Endorfina, Prolactina, Serotonina... são algumas das mais conhecidas fontes de prazer físico e mental. Mas foi em um site legal sobre Anatomia e Fisiologia Humanas, onde encontrei respostas científicas convincentes e objetivas o suficiente para que eu, leiga em matérias biológicas, pudesse entender o que se passa dentro do meu cérebro neste instante.
Em poucas palavras, descobri que isso que nos dá prazer ao estar com alguém, que nos faz pensar tantas vezes por dia em algo, que nos deixa obcecados as vezes, que gera esse desejo incontrolável de estar junto... isso tudo tem haver com encéfalos e neurotransmissores, ao que me lembro tudo isso fica lá em cima, na cabeça... mas e por que então relacionamos o "amar" com o coração? Pensei, pensei, pensei... talvez... por que o coração seja um orgão essencial e que funciona involuntariamente, como o amor! Por que assim como não temos controle do coração e não podemos mandá-lo parar, o amor também acontece independente de nossas vontades conscientes...
O coração, assim como o amor, requer certos cuidados, os alimentos gordurosos que podem causar intupimento das vias que alimentam o coração podem nesta analogia ser representados pelas mágoas e rancores de amores passados que tentam evitar que um novo amor apareça. Eu não entendo nada de funcionamento fisiológico do corpo humano, mas de amor até tenho me arriscado a entender... sei lá... acho que a ligação cultural entre o coração e o amor tem muito mais haver com a vitalidade... pessoas sem amor e pessoas sem coração ficam igualmente mortas!
Amor a gente sente quando inevitavelmente, metaforica e fisiológicamente falando, o coração bate mais forte. As mãos suam, as pernas amolecem, as bochechas esquentam... e quando chega o abraço o corpo relaxa, se afunda em tremores como se cada célula pudesse agora saber aquilo que o coração e o cérebro já sabiam o que é... sei lá... li naquele site anteriormente citado que a paixão tem um tempo de duração que varia entre 18 e 30 meses... a pesquisa citada no site identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão. São elas: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte.
Ainda assim dizem que, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente as efeitos dessas substãncias e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente, a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor. Companheirismo, afeto, tolerância, e permanecem unidos. Afinal, cientificamente então o amor não existe? Ou ele é algo morno? Como assim? Deve haver uma forma de existir o "eu vou te amar pra sempre", claro que sim... sei lá... essa história de que o pra sempre sempre acaba... é tão ruim pensar nisso... talvez a mágica mesmo, desse amor incondicional, eterno e verdadeiro, seja a renovação... as surpresas... algo como: "Surpreenda-me, me faz te conhecer de novo, te amar de novo..." e pode ser assim pra sempre não é?
Me anima pensar que a gente pode ir enganando o cérebro, ao menos enquanto o coração ainda sentir esse tão esperado e bem-vindo amor! Com certeza devem haver mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã ciência!