quinta-feira, 28 de julho de 2011

"...com sabor de fruta mordida..."



Hoje o dia amanheceu bonito, com tres palavras sussurradas nos ouvidos, que fazem o sol aquecer ainda mais os corações que se permitem, em uma cidade fria como essa em que me encontro. Curitiba raiou peculiar nessa manhã do dia 28 de Julho de 2011, azul e quente. Já passamos do meio do ano e já faz um inteiro que guardo comigo isso que um dia me ensinaram ser só meu: O amor! Andei aqui já falando das heranças que me deixaram os seres que por minha vida caminharam (muitas vezes correram), talvez eu nunca tenha conseguido entender de fato o que queria me dizer... talvez isso que é meu, seja mesmo pra ser entregue a outrem como faço hoje e tanto me agrada o fazer.






Talvez esteja certa Fernanda Melo quando diz que "não há nada mais contestador do que amar uma pessoa só, e no meu caso, rever tudo aquilo que pensei que pudesse ser amor"... não há a necessidade das promessas do "pra sempre", e sim, o imediatismo do "felizes, muito felizes agora". Lembro sim de tudo aquilo que já falei aqui: que estaremos bem enquanto ficarmos bem, que se isso for suficiente pra manter-nos juntos, Ahhh, ai sim sei que estou amando... Mas provavelmente, este homem não vem nos moldes antes especificados, talvez beba menos do que pré-determinei e nem precise de um exame toxicológico, talvez nem precisemos ser iguais e gostar das mesmas coisas... e não gostamos. Neste caso específico, minha enorme crise de romance vem motivada pelas diferenças, pelo balanço, por ser dois lados de uma mesma moeda, que apesar de parecer, nessa analogia infeliz, que estejam sempre voltadas a direções opostas, neste momento se encontram sim, se olham, se identificam como opostos e se unem!






É incrível como agora não vejo problema nas diferenças, talvez pelas minhas próprias diferenças... me encomoda também o tanto de vezes que uso o "talvez", não te dá uma sensação de insegurança nas idéias? Pois à mim também, mas nem isso importa... por que o que busco aqui não são respostas, são dúvidas, são os múltiplos questionamentos provenientes das coisas que não entendo e que felizmente busco entender. Não que o deva, talvez (olha eu usando o "talvez de novo") certas coisas devam ficar sub-entendidas... acho que nem essa montoeira de palavras que costumo usar para defender minhas teses extraordinárias consegue justificar o que é isso que de repente faz a paz parecer atraente... que me amanhece o dia sorrindo e me amando sem sustos...






Essa é a calmaria que como falou Fernanda Mello citando Cazuza: "A sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida"... "Nós na batida, no embalo da rede..." Vou assim nesse embalo, como quem vai na maré... e é tão bom boiar! É algo como ficar suspensa em algo que nem é duro e rígido como estar com os pés no chão; e nem é tão insustentável como cair do alto das nuvens sem paraquedas ou rede de proteção. Acho que esse lugar onde estou é como a linha tênue de equilibrio entre o irritantemente racional e o arriscado irracional... Tenho gostado desse lugar... me parece hoje homericamente aconchegante, não mais agoniante, saber que ao deitar a cabeça no travesseiro posso contar com braços a me envolver, hoje, ou na manhã seguinte e enquanto me fizer amar.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A morte!

Uma vez li em algum lugar que a morte nada mais é que um renascer! Talvez durmamos aqui para acordar em algum outro lugar... acho que é como um "restart", uma nova chance de mostrar a que viemos ao mundo até que possamos cumprir nossa missão. Eu nunca acho que a morte está próxima, perdi minhas Bisavós mas eu era muito pequena pra entender, perdi meu avô que havia visto apenas duas vezes na vida, e perdi um professor e grande amigo quando estava no colegial mas o qual já nos avisava e preparava previamente para o ocorrido...
...o fato é que a morte nunca esteve presente na minha vida. Até estranho falar desta forma, já que todos os dias vemos notícias de pessoas que morrem em todos os cantos do mundo, mas nunca a encarei de frente, nunca esteve como uma possibilidade, também por que minha mãe sempre me diz que meu anjo da guarda corta um dobrado comigo para garantir minha segurança. Aconteceu que neste final de semana tive notícias de uma colega de infância, morava na casa da frente de uma grande amiga, e volta e meia estavamos brincando de esconde-esconde usando a rua inteira como quintal... nesses últimos tempos ela estava na Austrália, ao que eu soube teve o que parecia ser uma gripe, não deu muita importância... e faleceu. Em seus vinte e pouquissimos anos, fazendo intercâmbio, construindo uma vida que foi interrompida repentinamente, longe de casa, longe da família e longe dos amigos.
O que acontece? O que leva uma pessoa embora dessa forma? Inesperadamente... deixando pra trás a dor dos familiares que ficam, como eu, sem entender o sentido de tudo isso. Será que quem se vai tem noção do que se passa por aqui? Do quão injusta é a saudade que nunca será apagada... Será que os que se vão sabem que o tempo é lento do lado de cá? Que uma vida dura uma eternidade quando a saudade existe? Não sei... e inusitadamente meu irmão me pediu que assistisse com ele um filme chamado "Um olhar do Paraíso" que conta a história de uma menina assassinada por um Serial Killer e que fica presa as suas lembranças terrenas por não ter entendido também o por que de ir embora daquela forma violenta. O filme mostra olhares poéticos, mas realistas da dor da família que vive esse tipo de ocorrência, não esclarece as dúvidas anteriores, mas ajuda a deixar mais bonita a imagem do lado de lá da vida...
Eu não sei, me parece que se nós vamos, naturalmente nesses infortúnios, é por que talvez já tenhamos cumprido nossa missão na Terra. Talvez, nem precisemos mais voltar a ver as desgraças que se passam por aqui, talvez tenhamos espalhado todo o amor que precisavamos espalhar... talvez tenhamos ensinado e aprendido tudo que precisavamos para poder partir em paz. Não sei. Não existem motivos plausíveis pra esses desencontros, pra essas dores agudas que parecem não ter fim e que sei, devem estar atingindo em cheio o coração do irmão, dos pais, dos familiares e dos amigos. Fazia um bom tempo que não a via, mas até a mim chocou. A distância e o "nunca mais" são coisas distintas e que neste último caso afetam incrivelmente minha produção de Ocitocina e me fazem sentir pelos que ficam, como se estivesse sentindo por mim. Em saber que hora ou outra todos nós passamos pela perda... não será diferente comigo!
A morte assusta mas é reconfortante pensar que muito provavelmente a vida é linda do lado de lá, que lá temos campos e ar puro, lindas praias de águas límpidas, que o amor exala das plantas e cai em forma de chuva pra lavar as almas que lá deitam e rolam na grama respirando mais vida do que nós um dia poderiamos imaginar que teriamos. Em contrapartida da saudade que aperta o peito é válido supor que os que vão estão melhores do que nós. Que finalmente se livraram da corrupção, da maldade, da pobreza, da miséria humana e da dor! É plausível afirmar que nós que ficamos sofremos mais do que eles... e portanto, superando nossa sina de arder em saudade é justo, que passemos a ter bons pensamentos, que não façamos que eles fiquem presos as lembranças que tem deste mundo... eu voto por libertar, por mandar sopros de luz, por sermos honestos com nossa tristeza, assumi-la sim, mas deixar que se vá...
...como os que se vão e que com certeza olharão por nós mandando o amor do lado de lá pra amenizar as dores do lado de cá!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Chocolate!



Sempre gostei de chocolate... tem algo de viciante e necessário no doce de liberar substâncias felizes no cérebro. Mas não é só isso! Chocolate tem sido símbolo de muita coisa boa pra mim... quando eu era pequena, vento era presságio de algo importante, tal qual para a personagem de Veríssimo que levava meu nome... mas agora, quem está mais presente que o vento é o tal do chocolate. Acho que Ana Terra está para chocolate como o Ursinho Pooh está para mel. Basta o cheiro pra eu já ir metendo a mão na cumbuca, e fico lá a lambuzar os dedos, a boca e a vida com esse tal de chocolate.



Mais do que doce, contrariando a tendência de engordar, Chocolate tem feito da minha vida mais leve. Tem facilitado meus dias, cuidado de mim e amenizado as dores musculares. Chocolate agora pra mim é como um remédio desses que quando criança dava vontade de engolir o vidro todo, por que era colorido, apetitoso e a mãe não deixava... hoje eu posso, o chocolate é meu e como a barra inteira se quiser. As consequências? Impossível enjoar ou desistir de chocolate, ainda mais quando ele vem acompanhado de vinho, pipoca, brigadeiro, morangos, amassos e amores!



Aaa... L'amour... Encanta como chocolate, anima como chocolate, salva como chocolate. Mais do que chocolate, amor! Chocolate representa a mudança de prioridades as vezes confundida com o "abrir mão", mas não... é a escolha, dessas que fazemos muitas vezes durante a vida... se posso escolher a cor, posso escolher a rota. Posso decidir pra que lado vai ser o norte, mesmo que esteja no sul... miro em frente e vou andando, nadando, voando... rumo a uma imensa plantação de cacau, doces, suculentos e prontos para serem transformados e lindas barrinhas cor de Terra!



Nem me importa o medo de não poder mais comer chocolate, importante que agora eu o tenha e possa desfrutar e me lambuzar como quiser... importa que chocolate queira ser meu tanto quanto o quero pra mim. Importa que quando como um chocolate nada mais importe! Importa ter importância sem se importar que os outros não se importem... enquanto houver recíproca e um chocolate, tudo tem salvação!



To de casa nova, amor novo, vida nova... Não esqueço e nunca esquecerei do bom e doce chocolate!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O sabor de transgredir!


Sempre fui meio tarada por essa história de infringir regras. Desde pequena (vão dizer por aí que ainda sou pequena, OK!) o divertido pra mim era contestar e seguir por caminhos que a primeira vista nunca pareceriam inteiramente corretos aos pais, aos amigos e, principalmente, aos que não me conheciam. De longe eu nunca chegaria a ser a esposa perfeita ou a filha exemplar. As notas do colégio eram sempre na média, nunca excessivamente baixas mas suficientes para me passar de ano e deixar meu pai jurando que eu deveria ter me esforçado mais, passar horas sentada em uma cadeira olhando cadernos e livros de matemática com certeza não era o meu forte, na prática era impossível, já que nem pra comer eu conseguia ficar com as pernas quietas.




Regimes? Nunca tive disciplina pra isso... Longos cursos? A faculdade está sendo o primeiro que não é teoricamente obrigatório... Namoros duradouros? Nem dois anos o que rendeu mais... e aconteceu entre meus 15 e 17 anos... sei lá... sempre apreciei o gosto das novas experiências e que o que eu fizesse fosse único e inédito. E mais, sempre quis provar que o "errado" pode ser, e na maioria das vezes não é, tão errado assim. Talvez por que eu tenha essa grande queda pelo lado negro da força, talvez por que no mundo da imaginação eu sempre tenha desejado ser, não a bruxa,nem a princesa, mas a anti-mocinha. Aquela que ao invés de gritar por socorro, indefesa, soca o nariz do bandido, da um chute no saco, sapateia em cima e ainda com um tom de sarcasmo pergunta "quer mais?".





Nas brincadeiras de faz de conta eu nunca queria a fantasia de babados ou florzinhas, eu queria mesmo a roupa preta, o vestido curto... não me apetecia ser a donzela. Legal mesmo era assumir postura de mulher fatal, aquela que não sofre, ri alto, se veste como quer, anda pelo vale das sombras da morte, misteriosa, atraindo olhares e exalando um perfume a base de feromônios. Legal era ter duas amigas companheiras que aceitassem bolar planos mirabolantemente malignos contra quem fizesse mal aos indefesos, legal era destroçar corações de meninos que se tornariam homens destroçadores de vidas que não mereciam ser destroçadas... Se era errado eu queria saber o por que, e provar pra ver se fazia tão mal assim...




No fim das contas não ter regras era a única regra. Claro, acho que eu sempre tive uma boa noção de respeito, méritos dos meus educadores, mas era só isso que me regia... isso e essa paixão louca que sempre tive por viver e desbravar. Me falar "não" e não me falar nada era a mesma coisa, pois não tem santo que tire algo da cabeça de uma sagitariana com ascendente em leão quando ela encasqueta que quer! Essa minha preferência por atividades excusas acho que tem haver com o a liberdade do "não ter nada a perder"... as mãos abanando das putas, dos mendigos, dos drogados, dos traficantes e dos loucos sempre me pareceram uma boa oportunidade de criar... basta utilizar a ferramenta certa e o ócio daquelas mãos haviam de gerar riquezas de histórias, de vivências e de um sofrimento que me parecia no mínimo poético.



Tem algo de mágico no poder de fazer o que não é socialmente certo... há algo de libertário e atraente em não ser comum... Porém, de uns tempos pra cá, me parece que todo mundo resolveu optar pelo errado. Raro hoje é achar alguém que respeite as regras de boa convivência. Dificilimo achar mulheres que se encaixem verdadeiramente nos padrões de "boa esposa" sem estarem sendo no mínimo falsas consigo mesmas ou com seus companheiros. As noções de certo e errado mudaram mas perpetuando uma aparência hipócrita do tradicionalismo burguês. Sei lá... permanecendo com a minha opção de ser diferente e assumir a bronca por isso eu acabo me encantando novamente pelo raro, que nesse caso consiste na retidão e na hoje excêntrica estabilidade conjugal.



Ando indubitavelmente apaixonada pelo cheiro da bondade, pelo doce do romance a moda antiga, pela simplicidade da vida a dois... o que anda me atraindo hoje não é o "nada a perder" e sim o "ter algo pelo que zelar"... ando zelando... a transgressão agora e a das minhas próprias regras de andar ligada no "foda-se" e de não me importar, o viver atualmente não só hoje, mas também o amanhã, o depois de amanhã, o depois de depois de amanhã... o viver hoje é programar, fazer planos, sonhar o futuro e acabar achando que o "pra sempre" pode ser muito pouco tempo pra realizar tudo que quero... ;)




"O único critério para amar é a liberdade!"

quarta-feira, 6 de julho de 2011

De onde vem o amor? Do coração?

Se o mal sabemos que vem da falta da tal da Oxitocina, que citei em um post anterior, o amor vem de onde? Que substância mágica é essa que inebria a mente com a doce cegueira do amar? Recorri ao Eco4Planet (site de buscas que planta árvores)... Achei matérias falando de Endorfina, Prolactina, Serotonina... são algumas das mais conhecidas fontes de prazer físico e mental. Mas foi em um site legal sobre Anatomia e Fisiologia Humanas, onde encontrei respostas científicas convincentes e objetivas o suficiente para que eu, leiga em matérias biológicas, pudesse entender o que se passa dentro do meu cérebro neste instante.
Em poucas palavras, descobri que isso que nos dá prazer ao estar com alguém, que nos faz pensar tantas vezes por dia em algo, que nos deixa obcecados as vezes, que gera esse desejo incontrolável de estar junto... isso tudo tem haver com encéfalos e neurotransmissores, ao que me lembro tudo isso fica lá em cima, na cabeça... mas e por que então relacionamos o "amar" com o coração? Pensei, pensei, pensei... talvez... por que o coração seja um orgão essencial e que funciona involuntariamente, como o amor! Por que assim como não temos controle do coração e não podemos mandá-lo parar, o amor também acontece independente de nossas vontades conscientes...
O coração, assim como o amor, requer certos cuidados, os alimentos gordurosos que podem causar intupimento das vias que alimentam o coração podem nesta analogia ser representados pelas mágoas e rancores de amores passados que tentam evitar que um novo amor apareça. Eu não entendo nada de funcionamento fisiológico do corpo humano, mas de amor até tenho me arriscado a entender... sei lá... acho que a ligação cultural entre o coração e o amor tem muito mais haver com a vitalidade... pessoas sem amor e pessoas sem coração ficam igualmente mortas!
Amor a gente sente quando inevitavelmente, metaforica e fisiológicamente falando, o coração bate mais forte. As mãos suam, as pernas amolecem, as bochechas esquentam... e quando chega o abraço o corpo relaxa, se afunda em tremores como se cada célula pudesse agora saber aquilo que o coração e o cérebro já sabiam o que é... sei lá... li naquele site anteriormente citado que a paixão tem um tempo de duração que varia entre 18 e 30 meses... a pesquisa citada no site identificou algumas substâncias responsáveis pelo amor-paixão. São elas: dopamina, feniletilamina e ocitocina. Estes produtos químicos são todos relativamente comuns no corpo humano, mas são encontrados juntos apenas durante as fases iniciais do flerte.
Ainda assim dizem que, com o tempo, o organismo vai se tornando resistente as efeitos dessas substãncias e toda a "loucura" da paixão desvanece gradualmente, a fase de atração não dura para sempre. O casal, então, se vê frente a uma dicotomia: ou se separa ou habitua-se a manifestações mais brandas de amor. Companheirismo, afeto, tolerância, e permanecem unidos. Afinal, cientificamente então o amor não existe? Ou ele é algo morno? Como assim? Deve haver uma forma de existir o "eu vou te amar pra sempre", claro que sim... sei lá... essa história de que o pra sempre sempre acaba... é tão ruim pensar nisso... talvez a mágica mesmo, desse amor incondicional, eterno e verdadeiro, seja a renovação... as surpresas... algo como: "Surpreenda-me, me faz te conhecer de novo, te amar de novo..." e pode ser assim pra sempre não é?
Me anima pensar que a gente pode ir enganando o cérebro, ao menos enquanto o coração ainda sentir esse tão esperado e bem-vindo amor! Com certeza devem haver mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã ciência!