quinta-feira, 16 de junho de 2011

Por que acaba um casal?





Passei no corredor do escritório, onde normalmente ficam os jornais já lidos, com cadernos desmembrados e uma desordem explícita, tal qual nosso país atualmente. Eu, particularmente cansei de saber que os políticos continuam a sapatear sobre nossas cabeças e que catástrofes não tão naturais assim continuam a matar pessoas, em sua maioria pobres, enquanto nós continuamos fingindo que não temos nada a ver com isso simulando nos escandalizar... "ó, que horror!"... como se não fosse previsto. Separei os únicos dois cadernos que me interessaram: Comida e Ilustrada.




No caderno de comida encontrei uma receita de um doce chamado mil-folhas. É uma massa folhada com creme de baunília, na foto estava igualzinho a um que meu pai trazia pra casa volta e mais e que era incrivelmente disputado! Mas foi no final da folha Ilustrada que achei um texto que prendeu minha atenção: Por que acaba um casal? Por Contardo Calligaris: em letras em destaque: "Nossa cultura romanceia o namoro, mas imagina o casamento como se fosse uma 'tumba do amor'".




O autor da matéria em questão, postou no Twitter a pergunta manchete e obteve como uma das respostas o seguinte: "os casais não morrem nunca de morte natural, mas por falta de cuidados, de atenções e de esforços". Não acho... acho que quando o casal morre com esses sintomas de doença, significa que o amor já acabou... e um amor que acabou jamais deveria manter unido um casal. Sou extremamente contra a permanência por inércia, indubitavelmente avessa a comodidade... Mas aí me pergunto, Por que acaba um casal?




Eu não sei... gosto de acreditar que é por que o outro não merecia (no caso de eu ainda querer) ou por que não era pra ser (no caso de eu não querer)... é até meio verdade dizer que sempre fiz tudo que podia para ser feliz com quem amei, mesmo por que amei verdadeiramente poucas vezes e quando era apenas paixonite aguda ficou valendo a regrinha básica dos três meses de convivência... ou dá ou desce! A paixão desceu, despencou, desabou trem afora! E eu continuei em frente como se nada tivesse acontecido... como se a matéria em minha trouxinha de aprendizado estivesse apenas mais cheinha, nunca mais vazia. Então por que ficaria triste? Como Calligaris disse:




"...não é preciso que haja descordância brutal, traição ou desamor para que um casal se perca (...) Mas talvez o fim de um amor seja um fenômeno tão misterioso quanto o apaixonamento. Talvez existam duas mágicas opostas, igualmente incontroláveis, uma que faz e outra que desfaz."




Foi o fim de mais um amor, uma paixonite, um caso... que seja... no fim das contas vale mesmo o que conseguimos carregar conosco e isso nunca é mais do que se guarda no cérebro e no coração, pode ser muito e bom em forma de lembranças, as vezes nostálgicas mas nunca amarguradas, é algo como uma saudade gostosa de algum momento específico, que aparece derepente e passa, ou pode ser pouco, pequeno e ruim carregando dor e desilusões, quando estamos afim de ganhar rugas de rancor. Eu gosto de acreditar que sempre valeu a pena!




E fim.

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