segunda-feira, 18 de julho de 2011

A morte!

Uma vez li em algum lugar que a morte nada mais é que um renascer! Talvez durmamos aqui para acordar em algum outro lugar... acho que é como um "restart", uma nova chance de mostrar a que viemos ao mundo até que possamos cumprir nossa missão. Eu nunca acho que a morte está próxima, perdi minhas Bisavós mas eu era muito pequena pra entender, perdi meu avô que havia visto apenas duas vezes na vida, e perdi um professor e grande amigo quando estava no colegial mas o qual já nos avisava e preparava previamente para o ocorrido...
...o fato é que a morte nunca esteve presente na minha vida. Até estranho falar desta forma, já que todos os dias vemos notícias de pessoas que morrem em todos os cantos do mundo, mas nunca a encarei de frente, nunca esteve como uma possibilidade, também por que minha mãe sempre me diz que meu anjo da guarda corta um dobrado comigo para garantir minha segurança. Aconteceu que neste final de semana tive notícias de uma colega de infância, morava na casa da frente de uma grande amiga, e volta e meia estavamos brincando de esconde-esconde usando a rua inteira como quintal... nesses últimos tempos ela estava na Austrália, ao que eu soube teve o que parecia ser uma gripe, não deu muita importância... e faleceu. Em seus vinte e pouquissimos anos, fazendo intercâmbio, construindo uma vida que foi interrompida repentinamente, longe de casa, longe da família e longe dos amigos.
O que acontece? O que leva uma pessoa embora dessa forma? Inesperadamente... deixando pra trás a dor dos familiares que ficam, como eu, sem entender o sentido de tudo isso. Será que quem se vai tem noção do que se passa por aqui? Do quão injusta é a saudade que nunca será apagada... Será que os que se vão sabem que o tempo é lento do lado de cá? Que uma vida dura uma eternidade quando a saudade existe? Não sei... e inusitadamente meu irmão me pediu que assistisse com ele um filme chamado "Um olhar do Paraíso" que conta a história de uma menina assassinada por um Serial Killer e que fica presa as suas lembranças terrenas por não ter entendido também o por que de ir embora daquela forma violenta. O filme mostra olhares poéticos, mas realistas da dor da família que vive esse tipo de ocorrência, não esclarece as dúvidas anteriores, mas ajuda a deixar mais bonita a imagem do lado de lá da vida...
Eu não sei, me parece que se nós vamos, naturalmente nesses infortúnios, é por que talvez já tenhamos cumprido nossa missão na Terra. Talvez, nem precisemos mais voltar a ver as desgraças que se passam por aqui, talvez tenhamos espalhado todo o amor que precisavamos espalhar... talvez tenhamos ensinado e aprendido tudo que precisavamos para poder partir em paz. Não sei. Não existem motivos plausíveis pra esses desencontros, pra essas dores agudas que parecem não ter fim e que sei, devem estar atingindo em cheio o coração do irmão, dos pais, dos familiares e dos amigos. Fazia um bom tempo que não a via, mas até a mim chocou. A distância e o "nunca mais" são coisas distintas e que neste último caso afetam incrivelmente minha produção de Ocitocina e me fazem sentir pelos que ficam, como se estivesse sentindo por mim. Em saber que hora ou outra todos nós passamos pela perda... não será diferente comigo!
A morte assusta mas é reconfortante pensar que muito provavelmente a vida é linda do lado de lá, que lá temos campos e ar puro, lindas praias de águas límpidas, que o amor exala das plantas e cai em forma de chuva pra lavar as almas que lá deitam e rolam na grama respirando mais vida do que nós um dia poderiamos imaginar que teriamos. Em contrapartida da saudade que aperta o peito é válido supor que os que vão estão melhores do que nós. Que finalmente se livraram da corrupção, da maldade, da pobreza, da miséria humana e da dor! É plausível afirmar que nós que ficamos sofremos mais do que eles... e portanto, superando nossa sina de arder em saudade é justo, que passemos a ter bons pensamentos, que não façamos que eles fiquem presos as lembranças que tem deste mundo... eu voto por libertar, por mandar sopros de luz, por sermos honestos com nossa tristeza, assumi-la sim, mas deixar que se vá...
...como os que se vão e que com certeza olharão por nós mandando o amor do lado de lá pra amenizar as dores do lado de cá!

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