terça-feira, 31 de julho de 2012

Balança, rede e saudades


Faz quase um mês que não apareço por aqui... hoje fui à médica de novo e, para atualizar vocês, emagreci meros 500 gramas... Ok... ela disse que está tudo bem (Claro, bem por que o objetivo dela é minha saúde e não transformar minha pochete em tanquinho!)... que a reeducação alimentar é mesmo a melhor opção... demora mais para perder significantes quantias de gordurinhas, mas faz a boa forma e a saúde coabitarem, diferente dos regimes estrombólicos.

É, mas não foi por isso que voltei... voltei por que me afundei na última hora em uma onda nostálgica de lembranças de quando as coisas eram mais fáceis de lidar, de quando o metabolismo era mais rápido e respondia mais facilmente aos impulsos aeróbicos... Ai já me pego passeando em fotos de lugares lindos que já conheci (onde eu caminhava com meu corpinho)... e fico morrendo de vontade de voltar pra eles (pros lugares e pro corpinho)... fico querendo viajar... pra velhos e novos mundos...

Uma vez alguém disse, acho até que foi Amyr Klink (ou o pai dele), que "um homem precisa viajar por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu, para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor - e o oposto. Sentir a distância...". Pois se tem algo que conheço bem e sinto é essa tal distância... 

Hoje sinto frio... e nem precisei ir ao Polo Norte ou Sul como Amir para descobrir que o calor da Bahia muito me agrada, estar em Curitiba em pleno Inverno já é suficiente para saber que baixas temperaturas não me apetecem. Mas concordo com ele que é preciso viajar, de todas as formas... pelo ar, pela terra, pelo mar... que é preciso desvendar cantinhos de praias desertas, passear entre coqueiros... que é preciso atravessar um rio para chegar na ilha e depois o maior dos rios do mundo para chegar do outro lado e descobrir o que há na outra margem. Eu fui, vocês foram... e voltei e voltarão.

Mas meu coraçãozinho fica aqui dividido em dois lados de um oceano, entre umas muitas cidades de diferentes cantos dos quatro cantos do mundo de que tanto já falei por aqui... Ah, essas minhas raízes na terra roxa do centro-oeste ou na ilha da magia... e essas minhas flores que foram plantar suas sementes tão longe das terras tupiniquins... Eu lhes dou valor... lhes tenho apreço... lhes sinto a falta... mesmo que estejam perto mesmo estando longe... entendem? Queria vocês aqui juntinho de mim, também fisicamente!

Sei que é preciso visitar outras culturas, aprender a comer e a vestir-se com classe como esses glamourosos parisienses de que me falaram há pouco... Que é preciso libertar-se nas Terras Baixas e cruzar cidades de bicicleta... Subir montanhas altas, pescar em lagos simplórios, que de tão simplórios chegam a ser particularmente aconchegantes... e deitar na rede de barriga cheia... e amar-se... e amar-nos... e amar a vida... mesmo que o tempo corra, que o ritmo desacelere... é só uma fase que passa e que vem de novo... e não importa não é? De verdade não importa nada mais se a expectativa, se a perspectiva existe... e se sei... que tenho vocês... aqui, ali e em qualquer lugar!

Sei lá... acho que para que eu possa ir viajar... pra perto ou para longe de vocês e depois voltar pro aconchego do meu lar, para poder ter a distância, a saudade... e o nosso amor!

Um comentário:

  1. Ai que lindo, que lindo Ana!!! me emocionei.....tão perto tão longe...
    Logo logo vcs estarão aqui com a gente, para viajarmos juntos nas lembranças e matar todas as saudades!

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