segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Rede (anti) Social!




E um belo dia nossas vidas foram invadidas por uma avalanche de redes sociais com as mais diversas finalidades. O poder da popularidade promete a felicidade de encontrar o par perfeito, o sexo mais gostoso, o amor puro e verdadeiro, os amigos que mais se divertem em todo o universo e a sociedade mais incorrigível que poderíamos formar, já que todos nós, por detrás da tela, somos contra a corrupção!

Sempre optei pelas redes básicas, as que estavam mais na moda e que me permitiriam conversar com mais amigos e conhecidos de todas as partes do mundo ao mesmo tempo. Atualmente tenho um Orkut completamente desatualizado e inutilizado, um Twitter ativo em cada época de boas promoções exclusivas pra esse tipo de mídia e um Facebook, atualizado, viciante e engolidor de tempo!

Basta um segundo de ócio e me pisca a janelinha com aqueles números em vermelho na borda, berrando meu nome como quem diz: Me dá atenção, sou muito importante, alerta vermelho! - e lá vou eu - "Fulano de Tal cutucou você! Cutuque de volta." Cutuco! Não estou menosprezando a utilidade pública que essas redes sociais tem prestado a comunidade de internautas em geral, porém, há muito que me pergunto qual seria o verdadeiro resultado fático (e não virtual) dessa massa de "Ctrl+C e Ctrl+V", propagando na velocidade da luz informações ora importantes, ora inúteis, ora emburrecedoras, ora engraçadas, ora ridículas e grande parte das vezes: Mentirosas!

Está super em alta a mania de trocar a foto do perfil para criticar alguma coisa e por meio dessas campanhas, mudas,surdas e cegas, tomam vida no canto esquerdo da tela bichinhos de estimação, desenhos animados, times de futebol... e nos posts diários repetem-se centenas de milhares de vezes pela manhã de segunda-feira mensagens de incentivo para que nos empenhemos em uma semana mais alegre e produtiva, quando faz um solzinho, o final da tarde fica lotado de desejos por cervejinhas geladas e praias com bundas desnudas a reluzir, no meio da semana ou quando cai aquela chuva, não é difícil perceber o desânimo geral, ansiando por uma sexta-feira a noite... e se ela chega? Aaaaah, é só suspiros, agradecimentos e declarações de amor ao tal final de semana...

E porquê? No sábado e no domingo maioria esmagadora dos internautas ainda está lá, na mesma situação, sentado em frente a telinha esquentando uma cadeira, fuçando a vida alheia, checando e-mails, esperando pelas tais notificações vermelhas, desejando aqueles benditos "curtir" na foto postada de madrugada pelo celular. É preciso a aprovação do grande monstro da popularidade aparente. É preciso dar explicações, contar onde vamos, com quem vamos... é ainda preciso confirmar presença nos eventos, senão podemos parecer mal educados por aparecer sem avisar!

Claro que estou conectada, envolvida e rendida a tudo isso... Também por que, analisando bem, vejo coisas boas também, como a simples propagação das verdadeiras mensagens de paz e amor, como a indignação e divulgação de eventos que talvez, com a força real de todos que apoiam virtualmente poderiam significar uma grande mudança social, não na rede, mas na comunidade de verdade, formada por pessoas que nem se importam se tem ou não computadores e levantariam a bunda da frente da TV para lutar por causas dignas. 

Vejo de um lado a denunciação de infratores, com posts acompanhados de vídeos que, por exemplo, comprovam a ação bizarra de um rapaz quebrando o braço de uma moça em uma casa noturna e fugindo, sem saber que, com a ajuda das mídias sociais e com o apoio da lei, ele provavelmente não ficará impune. Isso é bom. Vejo a mobilização ambígua dos internautas unidos a chorar fins de vidas que nunca celebraram, mas que abrem espaço pra que se faça isso não tardiamente daqui pra frente.

Vejo as minorias defendendo seus direitos, mostrando suas próprias verdades e contestando as antigas tradicionais, atrasadas e quase que sempre dos hipócritas. Mas também vejo esses mesmos hipócritas defendendo idéias que não são suas, levantando bandeiras em que pisariam atrás das câmeras, até queimariam se fosse possível. Vejo bandeiras de causas perdidas ao alto e bandeiras importantes mofando em cantinhos quase que insignificantes da gigante rede da comunicação mundial, esquecidos... banidos da moda, cuspidos da boca do povo!

E se essas causas que tanto deveriam ser discutidas, acabam sendo ora banalizadas, ora esquecidas nesse grande labirinto de informações, sem que possa-se catalogar ou quantificar seus verdadeiros valores e temas... sei lá, me parece mais que fútil que simplesmente divulguemos em nosso tão prezado perfil, que somos a favor disso, ou daquilo... acho inútil que coloquemos em letras garrafais: "BASTA" se nossos lábios nem sequer se movimentam demonstrando que é de nosso âmago que sai esse desejo de mudar o mundo!

Por ora? Vou checar meu Facebook e ver se não estou perdendo nenhuma fofoca quente por lá!

Um comentário:

  1. Muito bom!
    A Paula fica tãaao orgulhosa!!!!
    E dizer q vi essa menina crescer e agora da banho com seus textos consistentes de opinião inteligente e bem humorada sempre nas suas críticas.
    Bjus Ana!!!!

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