Sempre fui meio tarada por essa história de infringir regras. Desde pequena (vão dizer por aí que ainda sou pequena, OK!) o divertido pra mim era contestar e seguir por caminhos que a primeira vista nunca pareceriam inteiramente corretos aos pais, aos amigos e, principalmente, aos que não me conheciam. De longe eu nunca chegaria a ser a esposa perfeita ou a filha exemplar. As notas do colégio eram sempre na média, nunca excessivamente baixas mas suficientes para me passar de ano e deixar meu pai jurando que eu deveria ter me esforçado mais, passar horas sentada em uma cadeira olhando cadernos e livros de matemática com certeza não era o meu forte, na prática era impossível, já que nem pra comer eu conseguia ficar com as pernas quietas.
Regimes? Nunca tive disciplina pra isso... Longos cursos? A faculdade está sendo o primeiro que não é teoricamente obrigatório... Namoros duradouros? Nem dois anos o que rendeu mais... e aconteceu entre meus 15 e 17 anos... sei lá... sempre apreciei o gosto das novas experiências e que o que eu fizesse fosse único e inédito. E mais, sempre quis provar que o "errado" pode ser, e na maioria das vezes não é, tão errado assim. Talvez por que eu tenha essa grande queda pelo lado negro da força, talvez por que no mundo da imaginação eu sempre tenha desejado ser, não a bruxa,nem a princesa, mas a anti-mocinha. Aquela que ao invés de gritar por socorro, indefesa, soca o nariz do bandido, da um chute no saco, sapateia em cima e ainda com um tom de sarcasmo pergunta "quer mais?".
Nas brincadeiras de faz de conta eu nunca queria a fantasia de babados ou florzinhas, eu queria mesmo a roupa preta, o vestido curto... não me apetecia ser a donzela. Legal mesmo era assumir postura de mulher fatal, aquela que não sofre, ri alto, se veste como quer, anda pelo vale das sombras da morte, misteriosa, atraindo olhares e exalando um perfume a base de feromônios. Legal era ter duas amigas companheiras que aceitassem bolar planos mirabolantemente malignos contra quem fizesse mal aos indefesos, legal era destroçar corações de meninos que se tornariam homens destroçadores de vidas que não mereciam ser destroçadas... Se era errado eu queria saber o por que, e provar pra ver se fazia tão mal assim...
No fim das contas não ter regras era a única regra. Claro, acho que eu sempre tive uma boa noção de respeito, méritos dos meus educadores, mas era só isso que me regia... isso e essa paixão louca que sempre tive por viver e desbravar. Me falar "não" e não me falar nada era a mesma coisa, pois não tem santo que tire algo da cabeça de uma sagitariana com ascendente em leão quando ela encasqueta que quer! Essa minha preferência por atividades excusas acho que tem haver com o a liberdade do "não ter nada a perder"... as mãos abanando das putas, dos mendigos, dos drogados, dos traficantes e dos loucos sempre me pareceram uma boa oportunidade de criar... basta utilizar a ferramenta certa e o ócio daquelas mãos haviam de gerar riquezas de histórias, de vivências e de um sofrimento que me parecia no mínimo poético.
Tem algo de mágico no poder de fazer o que não é socialmente certo... há algo de libertário e atraente em não ser comum... Porém, de uns tempos pra cá, me parece que todo mundo resolveu optar pelo errado. Raro hoje é achar alguém que respeite as regras de boa convivência. Dificilimo achar mulheres que se encaixem verdadeiramente nos padrões de "boa esposa" sem estarem sendo no mínimo falsas consigo mesmas ou com seus companheiros. As noções de certo e errado mudaram mas perpetuando uma aparência hipócrita do tradicionalismo burguês. Sei lá... permanecendo com a minha opção de ser diferente e assumir a bronca por isso eu acabo me encantando novamente pelo raro, que nesse caso consiste na retidão e na hoje excêntrica estabilidade conjugal.
Ando indubitavelmente apaixonada pelo cheiro da bondade, pelo doce do romance a moda antiga, pela simplicidade da vida a dois... o que anda me atraindo hoje não é o "nada a perder" e sim o "ter algo pelo que zelar"... ando zelando... a transgressão agora e a das minhas próprias regras de andar ligada no "foda-se" e de não me importar, o viver atualmente não só hoje, mas também o amanhã, o depois de amanhã, o depois de depois de amanhã... o viver hoje é programar, fazer planos, sonhar o futuro e acabar achando que o "pra sempre" pode ser muito pouco tempo pra realizar tudo que quero... ;)
"O único critério para amar é a liberdade!"
"Aquela que ao invés de gritar por socorro, indefesa, soca o nariz do bandido, da um chute no saco, sapateia em cima e ainda com um tom de sarcasmo pergunta "quer mais?"."
ResponderExcluirsooooooooooo sexy hauhuahauhua
brincadeirinha baby.
você sabe que as duas personalidades podem coexistir né?! da pra andar de mãos dadas sem perder esse seu jeito "socialmente despreocupado" de levar as coisas que eu sempre achei lindo =)
sagitariana com ascendente em leao... explicou tudo! :P
ResponderExcluiramiga, acho q tu tais e' ficando velha! brincadeirinha!