Estive eu pros lados de lá da serra por esses dias do final de semana que passou, em busca de sossego, paz, sombra e água de coco. De fato, foi um final de semana relaxante, de sol, boas risadas e agradáveis sonecas despreocupadas. Passei horas de longas leituras, banhos de mar, braços e abraços carinhosos! Ahh, L'amour!
Já no ônibus, retornando a selva de pedra Curitiboca, um casal deveras esquisito sentado em bancos muito próximos do meu (próximos demais), alegremente enquanto se beijavam e abraçavam (e sei lá mais o que) embaixo do guarda-chuva (Guarda-chuva? Sim, abriram o guarda-chuva dentro do ônibus) escutavam, sem fones de ouvidos, seu tema de amor. Trilha sonora esta composta ora por músicas permeadas de palavrões, moças distintas se encaminhando ao baile, e batidas de um funk proibidão inconfundível, outras de um grupo de malandros lamentando os chifres levados e ainda, um romântico bailado xonxo em espanhol!
Destaca-se: SEM FONES DE OUVIDOS!
Ahhh, mas aquilo foi me fervendo a paciência, o trânsito, a pseudo-música, a expectativa de que ao menos durante quatro horas eu ficaria ali sob tortura... "Com licença, ei, com licença... (consegui que saíssem debaixo do guarda-chuva) vocês poderiam desligar essa música ou colocar fones de ouvidos?" - abaixaram o som para me escutar melhor, me olharam com aquela cara de espanto e eu continuei - "Sim, desligar, nem todo mundo é obrigado a ficar ouvindo a música de vocês"... ele se envergonhou, ela se indignou e voltou a ligar a música, sob protestos do amado que envergonhado a convenceu a desligar o "MPqualquercoisa" pelo qual exalava a tenebrosa sonoridade.
Enquanto isso, nas faixas de pedestres de todo o país, reinam carros e seus condutores em cima das listras brancas em princípio reservadas para transitantes sem veículos automotores. Acima de tudo e de todos, uns e outros ainda perseguem aos seres de bem com suas caixas de som estridente voltadas para o público e não para o energúmeno que habita a caminhonete tunada. São aqueles mesmos que usam o ambiente virtual para expor suas intimidades (e as intimidades alheias), que por detrás da telinha e do teclado encarnam juízes e promotores julgando e condenando à morte social as tais "piriguetes", ou as espancadoras de cachorrinhos, ou os tele-estupradores.
Sim, eu sei, liberdade de expressão, nessa época de globalização e redes sociais todo mundo fala o que quer a hora que quer... "a internet é um território livre!"... Não é não! A internet é tão submissa a lei de seu país (ou deveria ser) quanto os folhetins e redes de televisão (e os ônibus). O que se diz online, em público, também está sujeito a punição penal... e assim seguem percorrendo os fóruns de todo país, centenas de milhares de ações exigindo valores altos em quantias incertas por "danos morais", indenizações por quebra de patente, direitos autorais, acusações de injúrias, calúnias e difamações!
Será que sou eu que estou ficando careta? Será que os anos que me chegam vão transformando meu bom humor em carranquice suficiente para me incomodar com coisinhas a toa? Ou será que cada vez mais falta aos ditos cidadãos o famoso bom senso? O que dirá da tão sonhada educação que outrora acreditava-se vir de berço, da escola, das experiências da vida... "Santa Madre de Dios"! Felizmente Mamazita, estou fora das estatísticas predominantes. Me utilizo de minhas próprias frases pra demonstrar o que sinto, sei ler, escrever e interpretar contos e causos. Leio jornal, tenho opinião e acompanho de perto, mas ponderando pontos de vista, as lutas cotidianas, internauta e realista.
Alegria, alegria... Segue o barco minha gente, vou cultivando a terra... A esperança de um mundo melhor é a última que morre!
Olha eu aqui!
ResponderExcluirConsegui pelo Internet explorer!