quinta-feira, 17 de setembro de 2015

E lá se vão 18 anos...


Não há melhor motivo pra retornar às palavras (não jurídicas) do que essa depressão incrivelmente alegre em que me encontro ao amanhecer nesta data! Hoje fazem 18 anos que ele veio ao mundo, ser o foco das nossas piadas, dos nossos ciúmes e do nosso amor! Ele veio pra ser o elo que completava essa família pouco tradicional, de cores, cabelos e humores tão diferentes!

De cabeça avantajada e orelhinhas "avoantes", quando o pai não estava por perto pra jogá-lo pra cima e mergulhar junto na lagoa, enquanto eu e Mariana tínhamos sempre uma à outra, ele preferia desde cedo sua própria companhia e ficava lá, com suas inúmeras personagens imaginativas... na maior parte das vezes monstros e bandidos que costumavam matar o pouco dos mocinhos que nele habitavam. 

Ele nunca quis ser o mocinho, sempre preferiu o vilão! E veja só que malandra essa vida, que, depois de algumas poucas travessuras, fez dele justamente o bom moço, o bom filho, o bom irmão... Naturebinha que só, prefere o verde do que o Cheetos, a maçã ao chocolate, gosta de pimenta, de política e de livros, muitos livros. O que é ótimo, por que ao contrário do resto da família, pra ele, a gente sabe o que dar de presente, sem medo.

O porquê da minha depressão? É que já fazem 18 anos que eu deixei de ser só a irmã mais nova da Mari pra ser, de repente, a irmã mais velha de alguém! Ele já ser adulto, mesmo na minha cabeça ainda sendo um pequeno comedor de gelatina, me faz lembrar que eu já sou uma jovem senhora, caminhando pros Trinta anos, vendo os números na balança crescerem, os cabelos esbranquiçando... Meu Deus, Socorro!

Lá se foram 18 anos em que eu quase completava 9 e, ansiosa, fui te observar pela primeira vez, por detrás do vidro da maternidade, deitado de bruços, sobre os joelhinhos, com a bunda pra cima, literalmente, desde sempre a gente sabia que a tua nasceu (mesmo) virada pra lua! Como tinha de ser! E com isso nasceu em nós também um amor incondicional, o que nem precisava, por que é fácil demais te amar!

Parabéns meu irmão, que continues assim tão lindo, tão iluminado e tão você mesmo!

Te amo pra sempre!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Do amor pelas palavras (Ou "Quem é vivo sempre aparece")!


Preciso confessar, eu já quis que a semana acabasse logo, acho até, que a última vez que tive esse anseio foi hoje pela manhã, quando percebi que já era o terceiro "soneca" do despertador, que eu tinha que levantar da cama macia e, o que é pior: que, cedo ou tarde, eu seria obrigada a abrir os olhos. Foi cedo, em torno das 6h00!

Pra me redimir, basta que vocês saibam que logo depois do banho, quando consegui manter meus olhos abertos e piscar com mais presteza, não comecei o dia querendo que ele acabasse, pelo contrário, me dei conta da lista de afazeres que tenho pra concluir antes do término desse mês e desejei desesperadamente que os dias fossem muito mais longos que um ano!

Pensei em deixar pra lá esse texto e começar logo com as muitas "demandas indenizatórias", "Rescisões contratuais", "Repetições de indébito", entre outras coisas que ditam meu itinerário... Mas não consegui... tem algo em mim que sente falta daqui... sente falta de escrever palavras sobre o que sinto ao invés dos direitos das coisas. 

Uma parte de mim, ainda se pergunta se eu não deveria abandonar a advocacia, me inscrever no The Voice, montar uma banda, comprar um trailer, virar vegana e pegar a estrada com o Amor. Bebo um gole de chá, respiro fundo e deixo a crise existencial pra lá. Eu sempre fui apaixonada por palavras, escrever sobre a vida (minha ou das pessoas) é definitivamente a minha sina, a minha tara, a minha grande e louca paixão! 

Desde sempre, daquele tempo que não lembro bem, mas que provavelmente tinha letras trocadas. Pra mim, não havia tarefa mais divertida do que ter de escrever minha própria história pro livro de contos de alunos que a Escola publicava todo final de ano. Certa vez, na primeira série do ensino fundamental, a minha até me rendeu uma medalha dourada... acho que a tenho até hoje.

Depois que peguei intimidade pelas palavras, com elas mantenho um caso de amor (e ódio... mais amor do que ódio). Muito embora faça um bom tempo que eu não apareça por aqui... continuei a me envolver com elas. Mais com as que abordam a defesa dos outros do que as que contam a minha própria trajetória, o que não me deixa menos excitada.

De modo algum significa que, eu e as palavras, tenhamos nos afastado. Essas que por ora circundam meus dias e preenchem meu tempo quase que em sua totalidade, são parte importante desse processo de construção de mim mesma, tanto profissionalmente quanto como ser humano. Ser humano tem tudo a ver com palavras!

É extremamente necessário ao futuro da humanidade que os seres humanos saibam usá-las... falada, cantada, escrita, gritada ou calada... mesmo que sejam palavras tão simplórias  e despreocupadas quanto estas que eu por ora escrevo... mais pra mim mesma do que pra vocês...

...De todo modo, obrigada por vir e, por favor, quando for se envolver com palavras, preste atenção na gramática!